Temos esperado por muito tempo pela chance de dirigir o novo Clio 2019, a quinta geração do hatchback, que trouxe novidades interessantes ao adotar a plataforma modular CMF-B da Renault. Essa arquitetura é de vital importância para os planos de eletrificação da empresa, permitindo que o hatch tenha uma versão híbrida, chamada Clio E-TECH.
Além disso, esta base abre a porta para modelos 100% elétricos neste segmento, da mesma forma que o Grupo PSA fez com o Opel Corsa-e e o Peugeot e-208, ambos previstos para chegar às concessionárias europeias entre o final deste ano e o início de 2020.
Como vimos há alguns meses, na apresentação estática do Clio no Salão de Genebra (Suíça), o DNA do desenho exterior se manteve e teve poucas mudanças em nível estético, sem esquecer de novos elementos de tecnologia, como os faróis em LEDs.
O êxito nas vendas nos últimos anos foram decisivos, como diz a própria marca, para manter a imagem externa como o público já gosta e concentrar em mudanças importantes, tanto interiores quanto técnicas e mecânicas.
Apesar de respeitar todos os códigos estéticos da geração anterior, o Renault Clio 2019 é 12 mm mais curto, 67 mm mais largo e 8 mm mais baixo, homologando medidas de 4,05 m de comprimento, 1,79 m de largura e 1,44 m de altura.
Apesar da redução de comprimento, o porta-malas tem 340 litros. Há, no entanto, um espaço extra abaixo do fundo falso, que segundo a Renault eleva a capacidade para 391 litros.
Com isso, ele supera em 30 litros de rivais como o Nissan Micra (March) e Citroën C3 (ambos das gerações mais novas, não vendidos no Brasil), assim como os 285 litros homologados do Opel Corsa. Na mesma linha, encontramos os 326 litros do Hyundai i20.
Sobre as opções de cores de carroceria, encontramos 11 tons diferentes, com três pacotes estéticos e diferentes rodas, de medidas de 15" a 17".
Como já falamos, as modificações mais significativas são encontradas após entrarmos no Clio, onde percebemos uma maior qualidade, assim como uma imagem totalmente renovada.
Já no banco do motorista, encontramos um novo volante, menor que o anterior e com mulifunções, além de diversos botões agora com iluminação - diferente das gerações anteriores.
No centro do painel, destaca-se uma tela para o sistema multimídia com 9,3", colocada na vertical, como se fosse um tablet. É a maior oferecida na linha Renault e tem a tecnologia Easy Link, compatível com Android Auto e Apple CarPlay. Sua operação é fácil, apesar de termos ficado um tempo até escolher qual modo de navegação era o mais apropriado para o momento.
Neste interior, chamado pela Renault de Smart Cockpit, também encontramos uma instrumentação completamente digital numa tela de 7". Com muitas opções de personalização, se unirá mais adiante com um opcional de 10" que terá mais funções, como a integração com o sistema navegador.
A posição ao volante é cômoda e a sensação de espaço nos assentos dianteiros é bastante correta para o segmento que o Clio ocupa. Os lugares traseiros, como vem sendo o habitual na categoria, são bastante justos e é melhor que sejam ocupados unicamente por duas pessoas, apesar da homologação do carro para cinco ocupantes.
Os bancos, tanto do motorista quanto do passageiro, tiveram o desenho modificado em benefício de uma maior comodidade e segurança, sendo mais envolventes na parte baixa e alta do corpo e contando com uma nova regulagem lombar.
Andando, a direção elétrica com assistência variável se mostra bastante suave e precisa, endurecendo na medida certa conforme vamos ganhando velocidade. As mudanças de direção não transmitem más sensações e o carro se mantém firme em cada curva. Ainda contando com uma suspensão que responde com suavidade diante das irregularidades, não traz consigo um balanço que prejudica os movimentos do volante.
Nesta ocasião, a Renault colocou a nossa disposição apenas as versões com motor a gasolina de 100 cv e 130 cv, que descrevo em detalhes mais adiante.
A mais potente delas traz um generoso torque de 24,5 kgfm, entregue totalmente desde as 1.600 rpm e que, incluso um modo de condução ECO, é mais que suficiente para notar uma resposta ágil ao acionar o acelerador.
Se preferir, pode optar pelo modo Sport, que modifica principalmente a resposta da direção e do acelerador. Também há o modo My Sense, onde é possível personalizar diversos parâmetros que nos anteriores são predefinidos de fábrica.
Apesar de estar com uma unidade com o câmbio automatizado de dupla embreagem, o EDC, não temos no seletor uma posição para levar ao uso manual e, mais que isso, as aletas atrás do volante (assinado pela R.S. Line) não dão uma gestão precisa do câmbio.
A seu favor, devemos dizer que durante nossa avaliação, de aproximadamente uma hora, obtivemos um consumo em ciclo misto entre 16,6 km/l e 18,2 km/l.
A boa gestão do câmbio em termos de consumo deste câmbio ficou ainda mais clara ao dirigirmos a versão com 100 cv, que se diferencia por um motor de 3 cilindros com menor cilindrada e associado a um câmbio manual. O consumo foi praticamente o mesmo do modelo mais potente, mesmo que a homologação diga que ele faz 22,8 km/l em circuito misto.
O novo Renault Clio 2019 tem sua chegada ao mercado europeu marcada para setembro. Entre as opções que oferecerá na Espanha, se falarmos em gasolina, encontramos as versões mencionadas anteriormente: 1.0 de 3 cilindros e turbo com 100 cv e 16,3 kgfm de torque, e o 4 cilindros 1.3 TCe, também turbo, que entrega 130 cv e 24,5 kgfm.
De fábrica, o primeiro se acopla a um câmbio manual de 5 marchas, com opcional CVT, denominado X-Tronic, e que conta com a função D-Step, que simula as marchas.
Não podemos dizer como este anda pois não havia nenhuma unidade para avaliação com este câmbio, mas estará disponível no fim do ano, assim como a versão com gás GLP.
Já o 1.3 TCe tem sempre o câmbio de dupla embreagem EDC com 7 marchas. Também é esperado que o fim de 2019 traga uma versão de entrada do Clio com o motor 1.0 SCe aspirado com 75 cv - que conhecemos no Brasil no Sandero e Logan. Este último será oferecido unicamente na versão Life, o 1.0 turbo terá nas versões Intense, Zen e R.S. Line (que substitui a GT Line), sendo que as duas últimas também terão opção do motor mais potente, 1.3 TCe.
Sobre as opções a diesel, foi anunciado um motor 4 cilindros BluedCi 1.5 que pode ser escolhido com 85 cv ou 115 cv, sempre com o câmbio manual de seis marchas. O torque homologado é de 22,4 kgfm e 26,5 kgfm respectivamente.
A variante híbrida (não carregável em tomadas), denominada E-Tech, que falamos antes, contará com um motor aspirado 1.6 unido a dois motores elétricos alimentados por uma bateria de 1,2 kWh.
A potência de cada um deles é de 88 cv no a combustão e 42 cv e 20 cv de cada elétrico. Movimentar o eixo dianteiro é papel do 1.6 e do mais potente elétrico, enquanto o segundo faz o papel de alternador. Não foi confirmada a potência deste versão, mas sim uma transmissão "multi-modo".
Os preços oficiais só serão divulgados em algumas semanas.
Conforme antecipado em primeira mão pelo Motor1.com na ocasião do Salão de Paris do ano passado, esse novo Clio será a fonte de inspiração para a próxima geração do Sandero - não a reestilização que estreia nos próximos dias. Ainda não sabemos se o hatch nacional vai adotar a base CMF-B, mas o design terá muito deste Clio, tanto por fora quanto por dentro. E também é esperado que a versão turbo do motor 1.0 SCe seja ofertada. Mas isso é assunto lá para 2022...
Renault Clio 1.3 Tce 130 CV Automático EDC
RECOMENDADO PARA VOCÊ
Renault defende SUVs e diz que críticas à categoria são injustificadas
Marca britânica Jaguar deixa de vender carros no Reino Unido
História automotiva: uma viagem no tempo com o Renault 4 original
Brasil quer equipar 33% dos eletrificados com baterias nacionais até 2033
Anti-Compass da Renault tem motor HORSE, mas Brasil terá solução própria
Semana Motor1.com: Novo Honda City 2025, Ranger cabine simples e mais
Ao vivo em Paris: Renault Emblème adianta os futuros carros da marca