Quando a Jeep decidiu entrar na categoria dos SUVs compactos, com o Renegade, a marca decidiu que o modelo deveria manter o DNA off-road da marca. Ele até poderia ter versões 4x2, mas deveria existir ao menos uma variante 4x4 de verdade, capaz de fazer a trilha de Moab, nos EUA, onde a fabricante sempre testa a capacidade fora-de-estrada de seus lançamentos - daí o selo "trail rated" na lateral dos Jeep.
Assim nasceu o Renegade Trailhawk, que nesta linha 2020 custa R$ 139.990 - salto considerável sobre os R$ 127.990 cobrados pela versão Longitude, que também é 4x4 e utiliza o mesmo conjunto mecânico. Só que o Trailhawk é mais alto do solo, tem uma suspensão com curso mais longo e vem mais equipado, além de ter detalhes visuais exclusivos. Vale a pena pagar essa diferença?
O Renegade não é o único 4x4 do segmento, já que existem o Renault Duster 4WD e o Ford EcoSport Storm. Mas o Jeep é o único a usar também um motor turbodiesel e uma primeira marcha mais curta no câmbio de 9 marchas, que funciona como se fosse uma reduzida – normalmente ele sai em segunda marcha. Com 20 mm extras de altura do solo que os demais Renegade, o Traihawk chega a 216 mm de vão livre. Já os pneus 215/60 R17 possuem banda de uso misto, também para ajudar na terra.
O motor 2.0 Multijet de 170 cv e 35,7 kgfm de torque faz bom par com a transmissão de 9 marchas, com destaque para a força em baixos e médios giros. Além de garantir bom desempenho ao Jeep compacto (coisa que não acontece nas versões 4x2 flex), o propulsor entrega boas médias de consumo. Na terra, o Renegade Trailhawk é o mais valente da categoria, com boa margem sobre os rivais com motores flex.
Por ser da versão topo de linha, o Renegade Trailhawk vem com o máximo de equipamentos possível. Seu único opcional é o teto-solar, por R$ 8.140. Tirando isso, vem com tudo o que é oferecido no SUV, como 7 airbags (sendo um para o joelho do motorista), ar-condicionado de duas zonas, painel de instrumentos com tela TFT de 7”, central multimídia com display de 8,4” e compatibilidade com Apple CarPlay e Android Auto, controle eletrônico de descidas e piloto automático, entre outros itens.
Também só esta versão vem com a opção Rock (pedra) entre os modos de condução off-road, justamente para encarar a trilha de Moab, conhecida por seu piso pedregoso.
Quem olha para a cabine do Renegade fica impressionado. A qualidade percebida é alta, com destaque para o acabamento que combina painel de espuma injetada, plásticos texturizados, tecido e couro - tudo bem encaixado e com vãos justos. Ao invés de usar peças cromadas, a versão Trailhawk aposta em detalhes em vermelho no contorno das entradas de ar, das caixas de som e do console central.
Desde que foi lançado, o Renegade enfrentou críticas (justas) sobre seu porta-lamas. Com 273 litros, ele consegue ser menor até do que o Fiat Uno, que tem espaço para 280 litros. A Jeep até mexeu no carro nas demais versões, trocando o estepe normal por um de uso temporário, o que elevou a capacidade do compartimento para 320 litros. Só que o mesmo não foi feito na versão Trailhawk, por um simples motivo: é um carro off-road, então precisa do estepe em tamanho normal para o caso de um pneu furar numa condição fora-de-estrada.
O lado ruim da mexida na suspensão é tirar um pouco do conforto. Por ter um curso mais longo, a suspensão também ficou mais firme, para conter a inclinação da carroceria. Ou seja, acabou transmitindo mais as irregularidades do asfalto do que as demais versões. Levando pouco peso, isso não chega a ser um problema. Mas começa a ficar desconfortável com o carro cheio e, principalmente, com o porta-malas lotado, pois a traseira passa a pular mais.
A Fiat-Chrysler reestilizou o Jeep Renegade em 2018, mas não resolveu um dos problemas mais irritantes não só do SUV compacto, como também do Compass e da Fiat Toro: a alavanca de seta. Parece bobagem, mas não é. Ela é tão molenga que acaba ativando também os faróis altos com frequência ao mexer para dar seta. Isso poderia ter sido resolvido no facelift, mas o fato da marca ter deixado passar decepciona um pouco. Afinal, um carro de R$ 139,9 mil não deveria ter um erro tão bobo com este.
MOTOR | dianteiro, transversal, quatro cilindros, 16 válvulas, 1.956 cm3, turbo e intercooler, diesel; |
POTÊNCIA/TORQUE |
170 cv a 3.750 rpm; Torque: 35,7 kgfm a 1.750 rpm |
TRANSMISSÃO | automática de 9 marchas, sendo a primeira reduzida, tração 4x4 automática |
SUSPENSÃO | independente McPherson na dianteira e na traseira |
RODAS E PNEUS | alumínio aro 17″ com pneus 215/60 R17 |
FREIOS | discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira com ABS e EBD |
PESO | 1.674 kg em ordem de marcha |
DIMENSÕES | comprimento 4.232 mm, largura 1.798 mm, altura 1.725 mm, entre-eixos 2.570 mm |
CAPACIDADES | tanque 60 litros, porta-malas 260 litros |
PREÇO | R$ 139.990 |
MEDIÇÕES MOTOR1 BR | |
---|---|
Jeep Renegade Trailhawk 2.0 | |
Aceleração | |
0 a 60 km/h | 3,9 s |
0 a 80 km/h | 6,6 s |
0 a 100 km/h | 10,3 s |
Retomada | |
40 a 100 km/h em 3ª | 8,3 s |
80 a 120 km/h em 4ª | 7,9 s |
Frenagem | |
100 km/h a 0 | 41,7 m |
80 km/h a 0 | 26,3 m |
60 km/h a 0 | 14,6 m |
Consumo | |
Ciclo cidade | 10,8 km/l |
Ciclo estrada | 15,6 km/l |
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