Lançamento mais aguardado da VW nos últimos anos, o T-Cross vem sendo notícia nas últimas semanas. Nós, por exemplo, mostramos uma projeção do SUV compacto e revelamos que a versão nacional será maior do que a global, com 4,19 metros de comprimento. Agora tivemos a chance de conhecer o crossover na Europa, acelerando um modelo pré-série ainda camuflado. Além das fotos e dados oficiais revelados pela fabricante, nosso companheiro Alessandro Lago, do Motor1.com Itália, teve a chance de guiá-lo em uma prova bem exclusiva.
Para compreender a importância que o T-Cross 2019 tem para a Volkswagen, basta relacionar os "requisitos" que que tivemos que cumprir para conhecer o SUV: assinamos uma declaração de responsabilidade, na qual se comprometeram a não tirar fotos da carroceria sem camuflagem ou do painel na cabine, assim como esperar até hoje (11) para publicar qualquer impressão.
Outra prova: na hora de gravar o carro em movimento, um engenheiro com cara de poucos amigos acompanhava nossa equipe, sentado do lado direito, para garantir que a câmera não saísse da posição combinada.
Embora sua chegada às concessionárias esteja um pouco distante, uma vez que começará a ser produzido no Brasil no início de 2019, o T-Cross enfim permitirá que a Volkswagen atue num segmento até agora inexplorado pela marca: o dos SUVs compactos urbanos. Afinal, com 4,19 metros de comprimento (o europeu terá 4,11 m), ele é 51 cm menor do que os 4,70 m do Tiguan. Mesmo a versão brasileira ainda será menor do que alguns rivais. O Jeep Renegade tem 4,23 m de comprimento e 2,57 m de entre-eixos, enquanto o Honda HR-V mede 4,29 m e 2,61 m, respectivamente. Sua aposta para conquistar os clientes será no espaço interno, pois usará o entre-eixos de 2,65 m do Virtus, algo exclusivo para a versão brasileira e chinesa, enquanto o modelo global terá a base de 2,56 m do Polo.
O T-Cross mira bem alto no segmento, com uma perspectiva de vendas bastante elevada. Tendo em conta a popularidade da categoria, tanto no Brasil quanto no resto do mundo, e a boa aceitação pela dupla Polo e Virtus, seus companheiros de plataforma e motores, não parece exagero da VW apostar tanto no SUV compacto.
Além de entrar em um segmento muito popular, o Volkswagen T-Cross combina originalidade e funcionalidade, buscando ser valorizado por jovens e famílias. Por exemplo, na Europa será possível escolher entre diferentes opções de personalização para a cabine, com cores diversas, da mesma forma que o Polo europeu. Contará ainda com um banco traseiro com ajuste longitudinal de 15 centímetros.
Este último equipamento é especialmente prático. Se precisar de mais espaço para as pernas, basta recuar um pouco a fileira traseira de bancos. Já se a prioridade for o porta-malas, coloque a fileira mais à frente e o bagageiro passa de 380 litros para 455 litros. Tudo depende da sua necessidade no momento. Isso, porém, vale para o modelo europeu, já que o brasileiro terá o estepe de tamanho convencional, o que irá reduzir o espaço para até 380 litros.
Quanto à posição de dirigir, como a ideia é agradar quem gosta dos SUVs, o motorista do T-Cross fica 11 centímetros mais alto do que no Polo, o que melhora a visibilidade geral do trânsito.
Em termos de design, o T-Cross é um verdadeiro Volkswagen, já que repete o estilo frontal utilizado nos últimos lançamentos da marca (inclusive alguns mais caros, como Touareg e Arteon). A localização dos faróis de neblina lembra o T-Roc, SUV do Golf que fica acima do T-Cross na linha europeia da VW, embora as luzes diurnas não sejam circulares. Outro detalhe marcante é a traseira, com uma lanterna em LED que atravessa toda a tampa do porta-malas, como adiantado nos primeiros teasers do crossover.
Embora não possamos mostrar o interior, podemos adiantar que o parentesco com o Polo é evidente (como mostra a foto acima do hatch). Na Europa, será vendido com central multimídia com tela touchscreen de 6,5" como item de série. Pagando mais, é possível trocá-la por uma maior, de 8" (como acontece com Polo e Virtus por aqui). Outro opcional será o painel de instrumentos digital Active Info Display, com uma tela de 10,25 polegadas, também já oferecida no Polo e Virtus. Algo que podemos adiantar, após conversar com a equipe responsável pelo modelo, é que o T-Cross irá estrear o novo desenho de volante e manopla de câmbio da VW.
Por fim, a linha de motores inicial para a Europa terá quatro opções: 1.0 TSI, nas versões de 95 cv e 115 cv, e o 1.5 TSI de 150 cv (uma evolução do 1.4 TSI de 150 cv do Golf nacional). Como a VW ainda aposta no diesel, terá o 1.6 TDI de 95 cv. Já no Brasil, a VW confirmou que terá o 1.0 TSI de 128 cv nas versões de entrada e o 1.4 TSI de 150 cv no modelo topo de linha, sempre com câmbio automático Tiptronic de 6 posições. O 1.6 MSI de 117 cv irá equipar apenas os modelos exportados para o resto da América Latina.
A Volkswagen espera que o T-Cross siga o resultado do Polo e do Virtus nos testes de colisão, conseguindo notas altas. Sua estrutura será a mesma e, ao menos na Europa, virá de série com um pacote bem completo de equipamentos. A marca confirma que terá sensores frontais com aviso anti-colisão; alerta de permanência em faixa; sensor de ponto cego com detecção de pedestres e que funciona na marcha-ré; e proteção ativa dos ocupantes, fechando os vidros, puxando os cintos de segurança e iniciando frenagem de emergência.
Porém, este pacote não deve ser de série no modelo brasileiro. Se oferecidos, devem aparecer na versão topo de linha e ainda como opcionais. Em compensação, a VW brasileira adianta que terá controle de estabilidade e 6 airbags de série.
O test-drive foi muito curto, por poucos quilômetros. A versão disponibilizada tinha o menor dos motores para a Europa, o 1.0 TSI de 3 cilindros, que gera 95 cv a 5.000 rpm e 17,8 kgfm de torque entre 2.000 e 3.500 rpm. Não é muito potente, mas tem um desempenho adequado, ajudado pelo fato de ser um motor turbo, entregando o torque bem cedo. Ele manteve a agilidade mesmo com o ar-condicionado ligado e três pessoas dento do veículo, mostrando bem sua vocação para a cidade. Este motor trabalha com o câmbio manual de 5 marchas, também utilizado pelo Polo europeu, com engates precisos. O que chama muito a atenção é a sensação de espaço. Apesar da posição de dirigir ser mais alta do que no Polo, ainda há muito espaço para a cabeça, enquanto o banco traseiro deslizante ajuda a ajudar o conforto ideal para os passageiros.
Veremos o Volkswagen T-Cross no Salão do Automóvel de São Paulo, em novembro. No resto do mundo, a apresentação deve ser um pouco antes, em um evento especial, já que a marca não irá participar do Salão de Paris (França), em outubro. A produção em São José dos Pinhais (PR) está programada para começar no início de 2019, chegando às concessionárias nos meses seguintes. O esperado é que os preços partam de R$ 75 mil, passando dos R$ 100 mil nos modelos topo de linha com todos os opcionais.
Fotos: Volkswagen
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