Desde que o X2 Concept foi revelado pela primeira vez, no Salão de Paris em 2016, o visual foi uma das virtudes mais elogiadas. Surgia um modelo que poderia ser enquadrado como SUV compacto, mas com estilo cupê e pegada esportiva capaz de atrair os olhares de quem sempre gostou de hatches. Dois anos depois, o BMW X2 chega praticamente com o mesmo visual do conceito, mecânica refinada e argumentos para conquistar quem ainda não está afim de um SUV, mas, por questões de mercado, não quer ficar fora da onda. Entendeu? Dirigimos a configuração brasileira para poder explicar melhor.
A BMW sempre foi referência em dirigibilidade com seu hatch médio e seus sedãs de tração traseira. Mas uma nova plataforma, lançada pelo novo X1, aposta na racionalidade da tração dianteira. O novo X2 é um SUV com estilo cupê que tem no visual o seu principal trunfo. Se nas fotos chama a atenção, posso garantir que ao vivo ele é ainda mais bonito.
A dianteira tem a grade um pouco mais bicuda e amplas entradas de ar na parte inferior do para-choque. Seu conjunto óptico full-LED com as linhas anguladas do capô conferem o estilo cara fechada. Mas é de perfil que ele te conquista. A linha de cintura ascedente e o teto mais baixo deixam a silhueta do X2 moderna e esportiva. Não tem como não imaginava-lo como um hatch bombado, embora com mais espaço. O emblema BMW na coluna C convida a dar uma espiada na traseira, de lanternas horizontais com assinatura em LED de risco simples.
Por dentro, traz tudo que você pode esperar de um BMW moderno. Acabamento com materiais de ótima qualidade, com direito a uma faixa que lembra fibra de carbono e uma faixa de LED que se integra com os painéis das portas, painel digital e teto solar panorâmico. Os bancos dianteiros têm formato esportivo com ajustes elétricos e ar-condicionado automático digital com duas zonas. Vem ainda com câmera de ré, central multimídia com tela de 6,5 polegadas, sensor de estacionamento, 6 airbags e pneus run-flat.
Nossa primeira convivência com o X2 no Brasil se deu num trajeto de cerca de mais de 250 quilômetros por estradas bem sinuosas no interior de São Paulo, roteiro escolhido propositadamente. Ao entrar no X2, a sensação é de estar num hatch. A começar pelo para-brisa curto e teto baixo, o posto de comando não lembra em nada o de um SUV, sem posição elevada.
Construído sobre a plataforma UKL, compartilhada com a Mini e o irmão X1, estreia o motor 2.0 TwinPower turbo de nova geração que entrega 192 cv entre 5.000 e 6.000 rpm e torque de 28,6 kgfm entre 1.350 e 4.600 rpm. O propulsor tem novos ajustes em relação ao utilizado no X1, como o coletor de escape fundido ao bloco e pistões com menor diâmetro e maior curso, o que resulta em redução de vibração e aspereza. Trabalha em conjunto com câmbio automatizado de dupla embreagem e 7 marchas, Getrag de caixa seca, que transmite a força para as rodas dianteiras.
Indo ao que interessa, o X2 chama a atenção pelo silêncio interno. Ao rodar em velocidades legais, o coeficiente aerodinâmico de apenas 0,28 oferece qualidade acústica elogiável para um carro rotulado como SUV. Ao pisar no acelerador, articulado a partir do assoalho, a resposta é rápida e a velocidade aumenta como desejamos. Ao optar pelo modo de condução Sport (há ainda o Eco e Comfort), a direção elétrica fica um pouco mais firme, assim como a suspensão, enquanto o motor passa a trabalhar em giros mais elevados para respostas mais dinâmicas. Isso permite conduzir em velocidades germânicas com extrema segurança, inclusive observando a inclinação mínima da carroceria em entradas de curva mais vigorosas. Em trechos sinuosos, a sensação novamente é a de se guiar um hatch.
Embora tenha opção mais potente, como a que avaliamos nos Estados Unidos (veja aqui), este conjunto oferece nível de esportividade aceitável, com agilidade quando necessário e vigor suficiente para ultrapassagens. A direção elétrica é afiada e responde prontamente ao comando, enquanto as trocas de marchas são extremamente rápidas e feitas no momento esperado. Para quem curte, há opção de troca pelas borboletas no volante.
A versão de entrada é a sDrive20i GP e custa R$ 211.950. Esta versão que você vê nas fotos é a X2 sDrive20i M Sport X e seu preço é de R$ 246.950. No visual, tem mais estilo com as rodas de 19 polegadas e as molduras plásticas nas caixas de rodas e na parte inferior, o que contrasta bem com esta cor dourada. O para-choque traseiro também é mais robusto, com destaque para as duas saídas de escape com o mesmo diâmetro das utilizadas no X6. Traz ainda uma central multimídia de 8,8 polegadas, head-up display, teto solar panorâmico, abertura das portas e tampa do porta-malas por proximidade e retrovisores externos com função de memória, rebatimento e aquecimento.
Suas dimensões são interessantes. Mede 4,36 metros de comprimento, 2,67 m de entre-eixos, 1,82 m de largura e 1,54 m de altura. Em relação ao X1, é 60 mm mais curto 90 mm cm mais baixo. O porta-malas tem capacidade para 470 litros, bom número para sua proposta, e cresce para 1.255 litros com os bancos traseiros rebatidos.
Afinal, SUV ou hatch? O X2 é muito mais hatch do que SUV. Na minha opinião, o X2 só é um SUV por questões de mercado. É o tipo de rebelde que, apesar de ser classificado como utilitário esportivo, insiste em se comportar como um modelo menor de dirigibilidade mais afiada. Para quem gosta de dirigir, é uma boa causa.
MOTOR | dianteiro, transversal, 4 cilindros em linha, 1.998 cm3, 16 válvulas, duplo comando variável, turbo, injeção direta, gasolina |
POTÊNCIA/TORQUE |
192 cv a 5.000 rpm; Torque: 28,5 kgfm a 1.350 rpm |
TRANSMISSÃO | automatizada de dupla embreagem e 7 marchas, tração dianteira |
SUSPENSÃO | independente McPherson na dianteira e independente multibraços na traseira |
RODAS E PNEUS | alumínio aro 19" com pneus 235/45 R19 |
FREIOS | discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira, com ABS e ESP |
PESO | 1.535 kg em ordem de marcha |
DIMENSÕES | comprimento 4.360 mm, largura 1.824 mm, altura 1.543 mm, entre-eixos 2.670 mm |
CAPACIDADES | tanque 51 litros, porta-malas 470 litros |
PREÇOS | R$ 211.950 |
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