Se a vinda do Hyundai Kona ao Brasil é complicada pela existência do Creta em nosso mercado, o mesmo não pode ser dito de seu irmão Kia Stonic. Ele promete, ao lado do hatchback Rio (do qual ele deriva) restabelecer a posição de destaque da Kia como importadora em 2018. Desde que, claro, o novo regime Rota 2030 seja anunciado oficialmente sem mudanças - incluindo o fim das cotas para os carros importados. Jon Quirk, nosso editor no Reino Unido, já andou na novidade e conta o que podemos esperar.
O Kia Stonic é um compacto e alto carro que tenta imitar o estilo dos SUVs com as características e custos de um hatchback. É o que conhecemos como crossover compacto, o que os analistas de mercado descrevem como um SUV-B e que você deverá considerar como seu próximo carro.
O mercado deste segmento está crescendo - de fato, o sucesso de rivais como o Nissan Kicks, Honda HR-V e cia mostra que há bastante espaço - e é o motivo pelo qual montadoras desde a Kia até a Volkswagen querem entrar nessa.
Enquanto o Stonic parece um mini-Sportage, ele é na verdade baseado no compacto Kia Rio, usando os mesmos motores e outros componentes. Para um segmento que prioriza o estilo além de tudo, o desenho é mais tradicional que criativo, mas ao menos não divide opiniões. O interior é bem acabado, apesar de simples.
A Kia resumiu a linha Stonic a apenas duas versões, ambas generosas e sem necessidade de opcionais. De entrada, inclui rodas de 17", LEDs diurnos, sensor de ré e sistema multimídia com tela de 7" com Bluetooth e Apple CarPlay e Android Auto. A "First Edition" inclui partida e abertura sem chave, navegação e teto em cor contrastante em vermelho, preto, verde-limão ou laranja. Se você quer que seu Stonic chame a atenção, o teto em outra cor é a única forma. Vamos aguardar para ver o que marca escolherá para o Brasil.
Não há tração integral, mas existem alguns assistentes, como o de partida em rampa, faról alta automática (aquele que desativa ao identificar um carro vindo na direção contrária e ativa novamente quando o caminho está livre), monitor de ponto cego e freios de emergência. Uma versão com câmbio automatizado de dupla embreagem estará disponível justamente em 2018.
Ele é um pouco de tudo. Normalmente, um carro como este ou entra em curvas como um carro urbano ou sacrifica o dinamismo para oferecer aos ocupantes uma dose de conforto. O Stonic está no meio. Há rolagem moderada da carroceria, mas não passa insegurança em altas velocidades. Os controles são leves e fáceis de usar, mas ainda há pouca comunicação da direção. O rodar é bom na cidade e ignora o estilo SUV, com uma posição exageradamente baixa. Uma posição de dirigir alta colabora na proposta desse tipo de carro.
São três opções de motores, mas podemos ignorar as opções 1.4 e a 1.6 diesel. Inédito no Brasil, o motor 1.0 turbo de 3 cilindros é o que representará cerca de 50% das vendas no Reino Unido. Desenvolve 120 cv e um ronco claro quando aceleramos. A aceleração de 0 a 100 km/h é feita em 10,3 segundos e o consumo misto é de 24 km/l. Não é o melhor do segmento, mas é aceitável.
No Reino Unido há vários modelos, mas não há um campeão claro na categoria de SUVs compactos. Isso deve continuar assim depois que dirigimos o Kia Stonic. É um bom carro, com generosos equipamentos e estiloso, mas não se destaca. Por trás da garantia de 5 anos da Kia, ele luta para oferecer algo diferente de seus rivais. Talvez o estilo seja um fator de decisão.
No Brasil, se ele vier na versão 1.0 turbo será o primeiro da categoria com tal configuração - que o VW T-Cross também oferecerá, mas isso somente entre o fim de 2018 e início de 2019. Caso consiga preços competitivos, na faixa dos R$ 80 mil, pode brigar com mais possibilidades por um lugar ao Sol. E reeditar, de certa forma, o sucesso que o Kia Soul teve por aqui no início da década. A boa acolhida do Sportage em nosso mercado confirma que um SUV menor e mais barato pode ser um bom caminho para voltar a crescer no país. E por sorte, é isso que o mercado quer.
Fotos: Motor1
Kia Stonic 1.0 T-GDi ISG
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