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Teste rápido Peugeot 208 automático 6 marchas - Espera válida (com vídeo)

Era o que faltava para enfrentar Argo, Fiesta, HB20 e cia.

Peugeot 208 Griffe AT6

Desde 2016, quando foi reestilizado, o Peugeot 208 aguarda pelo câmbio automático de 6 marchas. Veio o eficiente motor 1.2 Puretech de 3 cilindros, a versão esportiva GT 1.6 turbo e até mesmo o "esportivado" Sport. Mas a opção automática, de suma importância atualmente neste segmento, seguia com somente 4 marchas. Para a linha 2018, enfim o hatch adota a mesma caixa de 6 marchas do primo Citroën C3, fornecida pela Aisin, novidade que o coloca em pé de igualdade com os principais concorrentes: Chevrolet Onix, Hyundai HB20, Ford Fiesta e Fiat Argo, além do recém-lançado VW Polo. 

O que é?

A receita é a mesma do C3. Sai o câmbio "AT8", com 4 marchas, e entra o japonês Aisin de 6 marchas, bem mais moderno e utilizado em larga escala pela indústria. Com isso, a PSA tira de linha uma transmissão que tem histórico de problemas desde os tempos do 206/207 (AL4) e, que mesmo revisada para o 208, guardou a má fama, apesar de poucos relatos de defeitos.

 

Peugeot 208 Griffe AT6

 

Para melhor relação entre motor e câmbio, o 1.6 foi recalibrado. Ficou menos potente (de 122 para 118 cv) e com menos torque (16,4 contra 16,1 kgfm), mas, segundo a PSA, a entrega da força acontece de forma mais linear e mais cedo. É praticamente o mesmo motor já usado no 206, porém, com comando variável na admissão e sistema de partida a frio com aquecedor nos bicos injetores. Além disso, a recalibração foi feita para melhorar o consumo e reduzir as emissões de poluentes.

Ademais, o 208 linha 2018 adota nova central multimídia que abandona o GPS integrado, mas traz espelhamento via Apple CarPlay e Android Auto, incluindo o Waze. A tela tem acabamento fosco e novo software, mais bonito e fácil de operar. É o mesmo do SUV 3008, inclusive com a opção de perfis. Quando mais de uma pessoa usa o carro, cada uma pode selecionar suas rádios favoritas, configuração de som e até mesmo cor de fundo. 

Como anda?

A chegada do novo câmbio era mais esperada para o 208 que para o C3. Afinal, o Peugeot está alinhado com o visual do europeu e foi o primeiro a ter o i-Cockpit, com volante menor e painel elevado, algo que marcou os novos Peugeot. A proposta do 208 é mais esportiva e jovem que a do primo da Citroën. E há a concorrência que já usa 6 marchas, como Onix, HB20, Argo e Polo.

 

Peugeot 208 Griffe AT6

 

Mais que números, o Aisin dá ao 208 uma suavidade que fazia falta. Qualquer pessoa que tenha dirigido o Peugeot com o câmbio de 4 marchas percebe, de cara, a evolução. A recalibração do motor 1.6 colocou a faixa de torque mais cedo, fazendo boa dupla com a transmissão. Há três modos do câmbio: Normal, Sport e Eco.

O Eco foi feito para quem usa o 208 na cidade. O aproveitamento de torque faz com que as trocas de marcha aconteçam mais cedo e bem suavemente. A 50 km/h, por exemplo, a quinta marcha já está engatada. Mesmo com boa agilidade nas respostas, o maior ganho é no consumo urbano, onde o 208 registrou 7,2 km/l com etanol - mesmo média do HB20 1.6, mas ainda inferior ao Onix 1.4 (7,9 km/l) e Fiat Argo 1.8 (7,6 km/l). 

 

 

Mas o 208 ficou para trás dos concorrentes em nossas medições de desempenho. Mesmo no modo Sport, a aceleração de 0 a 100 km/h foi melhor apenas que a do Onix 1.4 (12,3 s contra 12,6 s), e a retomada 80 a 120 km/h idem (9,0 s contra 9,8 s), sendo que todos os outros foram melhores. Isso mostra o peso da idade do EC5, o 1.6 flex, usado pela PSA desde o começo dos anos 2000. Aguardamos ansiosos a chegada do 1.2 PureTech turbo. 

A dinâmica do 208 ainda é seu ponto mais elogiável. Além da pegada esportiva do pequeno volante, a suspensão é confortável (mesmo a Peugeot não dizendo, é perceptível que a traseira bate menos em buracos que o 208 anterior) e segura bem a carroceria mesmo quando provocada. Ela inclina, mas o hatch tem comportamento neutro - ainda que falte o ESP para o caso de emergências. A direção elétrica tem bom acerto, com peso-pena nas manobras e suficientemente firme em velocidades altas. Já a frenagem ficou na média da concorrência, com 42,2 m dos 100 km/h até a total imobilidade. 

Peugeot 208 Griffe AT6
Peugeot 208 Griffe AT6

Ao contrário do C3, o 208 valoriza mais forma que função. O interior é bem acabado, com desenho que foge do tradicional, mas o espaço é pequeno. Tanto na parte da frente quanto atrás, o vão para as pernas é menor que, por exemplo, no HB20 e Argo. Digamos que ele funciona bem para solteiros e casais sem filhos. Traz encosto de cabeça e cinto de 3 pontos nos lugares traseiros, além de Isofix, mas não tem vocação familiar. 

Quanto custa?

Esta é a versão mais cara do 208, a Griffe. Custa R$ 70.490 (mais o valor da pintura metálica) e traz como destaques o teto panorâmico, 6 airbags (frontais, laterais e de cortina), detalhes cromados no exterior, rodas de 16", câmera de ré, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, e ar-condicionado de duas zonas. Ficam faltando o revestimento de couro e os controles de tração e estabilidade.

 

Peugeot 208 Griffe AT6

 

Há uma versão mais barata com o conjunto de motor 1.6 e câmbio automático de 6 marchas. Por R$ 65.990 (menos que Argo 1.8 Precision e HB20 1.6 Premium), o 208 Allure já entrega 4 airbags, isofix, piloto automático, sensor de estacionamento traseiro, central multimídia, ar-condicionado de duas zonas e o teto panorâmico. As rodas são de 15" e os detalhes exteriores trocam o cromo por preto brilhante. 

 

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Então o 208 está pronto para a concorrência? A marca francesa investe em mostrar ao consumidor que seu pós-vendas melhorou e pretende voltar a vender como na época do 206. O 208 é um bom produto e oferece bons pacotes de equipamentos pelo o que cobra diante da concorrência. Só faltou mesmo o novo motor 1.2 turbo para, como já acontece com o 1.2 aspirado e o 1.6 THP, deixar a linha do hatch com propulsores modernos. 

Fotos: Daniel Messeder

Peugeot 208 Griffe 1.6 AT6

MOTOR dianteiro, transversal, 4 cilindros, 16 válvulas, 1.587 cm3, comando duplo com variador na admissão, flex
POTÊNCIA/TORQUE 115/118 cv a 5.750 rpm / 16,1 kgfm a 4.000 rpm (gas) ou 4.750 rpm (eta)
TRANSMISSÃO automático de seis marchas; tração dianteira
SUSPENSÃO independente McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira
RODAS E PNEUS liga-leve aro 16", pneus 195/55 R16
FREIOS discos ventilados na dianteira e tambores na traseira, com ABS e EBD
PESO 1.200 kg em ordem de marcha
DIMENSÕES

comprimento 3.975 mm, largura 1.702 mm, altura 1.472 mm, entre-eixos 2.541 mm

CAPACIDADES tanque 55 litros; porta-malas 285 litros
PREÇO R$ 70.490 (R$ 71.780 como testado)

 

MEDIÇÕES MOTOR1
     
Aceleração  
  0 a 60 km/h 5,5 s
  0 a 80 km/h 8,6 s
  0 a 100 km/h 12,3 s
Retomada  
  40 a 100 km/h em 3a 9,7 s
  80 a 120 km/h em 4a 9,0 s
Frenagem  
  100 km/h a 0 42,2 m
  80 km/h a 0 26,7 m
  60 km/h a 0 15,1 m
Consumo (etanol)  
  Ciclo cidade 7,2 km/l 
  Ciclo estrada 10,3 km/l 

Galeria: Teste Peugeot 208 Griffe AT6

Foto de: Redação
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