Não parece, mas faz 9 anos desde que a Volvo lançou o XC60. Neste tempo, o SUV médio sueco se tornou não só o mais vendido do segmento no mundo como também o Volvo mais vendido. Ele trouxe um design diferente, mais estiloso, para a Volvo do que os conhecidos quadradões clássicos da marca. O coração substituiu a cabeça.
Este é o novo XC60, que é claramente influenciado pelo o que já existiu mas foi reinterpretado, como o nariz vertical visto no irmão maior XC90. É inequivocamente o que as pessoas acham ser um Volvo. Também dividido com o XC90, e com os novos Volvo que serão lançados, é a plataforma modular SPA (Scalable Product Architeture), que permite diversas construções em vários tamanhos e diferentes classes de carros.
Efetivamente, o XC60 é menor e aparenta ser mais dinâmico que o XC90, mas usa os mesmos motores de 4 cilindros e 2.0 litros turbo, gasolina ou diesel, e ainda com a opção híbrida de impressionantes 413 cv combinados. Todos têm a transmissão automática de 8 marchas e tração na 4 rodas, mais um belo pacote de sistemas de segurança que, juntos, chegam perto dos sistemas autônomos. Todos possuem o Volvo Sensus, um sistema multimídia com a grande e vertical tela sensível ao toque.
A forma com que são batizados os motores não tem a ver com o número de cilindros, mas com a potência e combustível - se é gasolina (T) ou diesel (D). O Brasil terá, a princípio, as versões 2.0 turbo T5 (254 cv) nos acabamentos Inscription, Momentum e R-Design.
Ele é um pouco maior, mais largo e pesado que o modelo que se aposenta (que ainda usa a plataforma derivada do Ford Mondeo), mas é levemente mais baixo. Sua forma mistura estilo sólido e desenho fluído, com a linha de cintura que sobe como no anterior, além de um ombro marcante quando se olha de traseira. O vice-presidente de design, Thomas Ingenlath, que foi para a Volvo saindo do Volkswagen Group, quis manter um visual limpo, nítido, e ele conseguiu isso com alguns detalhes nas luzes com estilo futurista.
Por dentro, o novo XC60 é mais aconchegante e fechado em volta do motorista que o XC90. Os ocupantes dos bancos dianteiros ficam em posição mais baixa, como num sedã (o oposto dos SUVs), inclusive para dirigir. Ainda assim, consegue-se boa visibilidade graças à altura do XC60 e suas rodas grandes. O painel de instrumentos de duas das três versões, a R-Design e a Inscription, traz a moderna tela de TFT com instrumentos virtuais, com a grande tela do sistema Sensus ao centro. Ela é intuitiva e fácil de usar, com as funções em telas que são mudadas com um arrastar dos dedos.
As saídas de ar verticais têm acabamento em metal fosco ao centro, e o painel da versão de topo, Inscription, traz madeira - chamada de Driftwood - que embeleza as curvas baixas do painel. Couro e plásticos suaves são os materiais dominantes, mas enquanto as portas são completamente forradas, a tampa do porta-luvas é rígida, estranha ao toque. No geral, a cabine dá impressão geral de descontração e qualidade.
Os passageiros de trás contam com muito espaço, enquanto os encostos de seus bancos podem ser rebatidos via um botão no porta-malas. Eles se recolhem rapidamente, por serem leves. O porta-malas não é totalmente plano, com o piso subindo levemente. Todo XC60 tem a tampa do porta-malas elétrica, que pode ser aberta com movimentos dos pés abaixo do para-choque traseiro.
O T8 híbrido será lançado alguns meses após os demais, então testamos as versões disponíveis D5 e T6, esta com o motor a gasolina de 324 cv do T8, mas sem o motor elétrico. O T6 dá uma ideia do que esperar do T5 e do T8, com seu impulso inesperado da combinação do peso do XC60 e o som do motor a gasolina. O T6 é um motor suave, mas nossa impressão é que o T5, menos potente, não será rápido como os 257 cv sugerem que ele seria.
A Volvo diz que a maior parte dos compradores europeus irá para a diesel D5, embora a campanha de ódio que os carros a diesel sofrem no Reino Unido possa mudar isso. É uma condução mais prazerosa que a do T6 em diversos aspectos, com motor que gosta de rotações mais baixas e entrega suave de força com uma transmissão que faz trocas de marchas suaves. Não há aletas para trocas manuais das marchas, mesmo com a Volvo dando ênfase para o dinamismo do XC60 em relação ao XC90. "Confiança inspiradora - a nova experiência de direção da Volvo" é a mensagem.
Na verdade, o XC60 é mais uma máquina para viagens relaxantes do que um carro para ser pilotado. A direção, mesmo tendo respostas rápidas, parece desconectada, mais no T6 que no D5, o que torna difícil apurar em primeiro contato a precisão prometida pela suspensão dianteira com braços duplos. Alterando os modos de condução - Eco, Normal e Dynamic - ou criando a sua própria combinação de acelerador, câmbio, suspensão e direção (e até mesmo respostas de freios), você pode fazer o XC60 parecer mais em contato com o motorista, mas as diferenças entre os modos não são claras. Gruda no chão, mas nada surpreendente. É impressionantemente quieto em altas velocidades.
A qualidade de rodagem, também, é uma bela evolução do modelo antigo. Nosso carro testado tinha o opcional Dynamic Pack, com suspensão a ar, então não podemos falar sobre o sistema de série, mas eles absorvem os impactos e fazem bom serviço nas curvas.
A Volvo, sempre de olho na segurança, equipou o XC60 com sistemas capazes de guiar entre as faixas e virar a direção até os 130 km/h (o que chega a ser irritante). Ele também freia automaticamente e evita os obstáculos na estrada, incluindo veículos que podem colidir com você, com velocidade e distância pré-programadas. Ainda te avisa sobre carros em seu ponto cego e toma ações automaticamente se você puxar para o lado errado. Você pode desligar o assistente de faixas e o de ponto-cego, mas o freio automático e de distância estão sempre ligados.
A ultima geração foi um retumbante sucesso, inclusive no Brasil, e esta é melhor em todos os sentidos. Então muita gente vai querer o novo, que já está em pré-venda por aqui e chega oficialmente em agosto. Não compre especificamente pelo prazer ao dirigir, pois o Jaguar F-Pace, Land Rover Discovery Sport, Range Rover Evoque e BMW X3 são muito mais prazerosos de guiar, mas o XC60 é um meio de transporte prazeroso, bem equipado desde a versão "básica". Além disso, a interface do sistema multimídia é uma das melhores do mercado. É bonito e aparente ter qualidade. Ao menos que você seja um entusiasta, o XC60 será uma excelente compra.
Fotos: divulgação
Volvo XC60
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