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Teste rápido Fiat Mobi Drive GSR - Gastando menos para descansar o pé esquerdo

Câmbio de embreagem simples evolui e deixa o compacto agradável na cidade. E cobrando menos que os rivais

Fiat Mobi Drive GSR

Já se foi o tempo em que ter um carro sem pedal de embreagem era exclusividade de quem tinha mais grana. Populares como o Chevrolet Onix e Toyota Etios oferecem o câmbio automático na faixa dos R$ 50 mil (para mais). Para ocupar a faixa abaixo desta turma, a Fiat apresentou o Mobi Drive GSR, com o câmbio automatizado de cinco marchas. Mas será que ficou bom?

O que é?

A Fiat foi uma das primeiras a adotar os câmbios automatizados em modelos de entrada. Mais barato, o sistema usa a estrutura do câmbio manual tradicional e usa atuadores elétricos e hidráulicos para acionar embreagem e fazer mudanças de marchas. Dava trancos, demorava para responder, era ineficiente. A Chevrolet, por exemplo, "desistiu" dos chamados Easytronic (que equiparam Meriva e Agile) e adotou o automático, com conversor de torque, em toda a sua linha. 

 

Fiat Mobi Drive GSR

 

Mas a marca italiana não deixou pra lá. Melhorou o Dualogic com o tempo, reduzindo os solavancos nas passagens e deixando as mudanças mais rápidas. Com uma nova família de motores 1.0 e 1.3, a GSE, a Fiat ganhou novos parâmetros de economia de combustível e entrega de torque e potência. A chance de ter um automatizado melhor estava ali.

Como anda?

Já defendemos algumas vezes que toda a linha Mobi deveria ter o motor Firefly 1.0, com 3 cilindros, 6 válvulas e 72/77 cv e 10,4/10,9 kgfm já aos 3.250 rpm. A entrega de torque é feita logo cedo, colaborando para uma condução agradável principalmente na cidade, aproveitando o baixo peso do subcompacto. A aposta da Fiat é que, com esse novo motor, o câmbio automatizado responda melhor.

A nomenclatura GSR (Gear Smart Ride) é nova apenas para os modelos que juntam os motores Firefly (1.0 e 1.3) com a caixa automatizada, mas a estrutura é a mesma do clássico Dualogic. A programação foi refeita, seguindo as exigências do novo "parceiro", e novas funções foram adicionadas. Como já conhecido no Uno, a alavanca foi substituída por cinco botões e um par de aletas na parte de trás do volante para as trocas manuais.

Fiat Mobi Drive GSR
Fiat Mobi Drive GSR

A dupla se entende muito bem. O câmbio aproveita o bom torque do 1.0 em baixas rotações para fazer as trocas logo cedo, evitando os trancos e ainda economizando combustível. Esta é a explicação para a melhora no consumo urbano em comparação com o manual (10,5 km/l contra 10,1 km/l), uma vez que aos 50 km/h a quinta marcha já é engatada. O único "buraco" mais sentido é de primeira para a segunda, mas com incômodo consideravelmente menor do que qualquer outra mudança nos antigos Dualogic. 

Com mais pressão no acelerador, o Mobi ainda mantém marchas altas, a não ser que seja realmente necessária uma redução, que é feita rapidamente. O kick down chega a reduzir até ou três marchas, jogando o ponteiro do conta-giros pra cima e dando força para, por exemplo, uma ultrapassagem. Nestas condições, o câmbio demora para voltar aos parâmetros normais, ao menos até perceber que a pressão no acelerador foi normalizada, sinalizando o fim da manobra. O mesmo vale para as ladeiras, onde ele mantém a segunda ou terceira marcha, dependendo da velocidade e inclinação - algo detectado por um acelerômetro. 

Ainda longe de ser um assistente de subida, o recurso creeping é responsável por "soltar" a embreagem quando tiramos o pé do freio. Segundo a Fiat, a função pode levar o carro para frente em uma rampa de até 8%, mas acima disso, já é necessário acionar o acelerador rapidamente ou segurar o freio de mão para evitar deixar o Mobi descer.

 

Fiat Mobi Drive GSR

 

Na estrada, o Mobi vai bem considerando sua potência. Mas, sempre em quinta marcha, ele demora a embalar novamente quando cruza com uma ladeira. Para resolver, "chame" a quarta pela aleta do volante ou conduza com o modo sport ativado, que deixa a programação do acelerador e do câmbio mais "sensível", além das trocas mais rápidas. No modo normal, o Mobi GSR registrou 12,6 km/l de consumo rodoviário, contra 14,3 km/l do manual, justamente pela necessidade de dar mais acelerador para manter velocidade.

Em desempenho, a grande diferença na pista de testes veio mais por não permitir "encher" o motor antes de arrancar. Além disso, mesmo no modo Sport as trocas são mais lentas do que feitas manualmente. Não dá para exigir a velocidade de um dupla embreagem no sistema de embreagem única. Mas no dia a dia o Mobi GSR não decepciona. 

Quanto custa?

Por R$ 44.780, o pequeno Fiat cobra R$ 4.130 a mais pela comodidade de não ter o pedal de embreagem. Entre os itens de série, há a direção elétrica com função City, ar-condicionado, painel TFT com computador de bordo, rodas de 14" com calotas, vidros dianteiros e travas elétricas e coluna de direção com regulagem de altura. Pacotes opcionais levam o Mobi GSR aos R$ 49.920, como o testado, incluindo rodas de liga, faróis de neblina, sensor de estacionamento, retrovisores elétricos, banco do motorista com regulagem de altura e sistema som com Bluetooth. 

 

Fiat Mobi Drive GSR

 

Mesmo assim, ele fica abaixo do seus principais concorrentes, o também automatizado VW up! i-Motion (R$ 50.668) ou os automáticos tradicionais, como o Toyota Etios 1.3, com câmbio de 4 marchas (R$ 50.990) e o Chevrolet Onix 1.4 com caixa de 6 (R$ 55.890). Dentro de casa, existe o Uno Way GSR, com motor 1.3 de 109 cv e preço inicial de R$ 53.830. 

Não indicamos o Mobi para quem já tem um carro automático convencional. Ele ainda não conseguiu reproduzir as qualidades desta transmissão, mas já se aproxima mais nesta nova geração. Para os marinheiros de primeira viagem na aposentadoria do pedal de embreagem, aí sim, é uma válida opção sem ter que gastar muito ou apelar aos usados. 

Fotos: Rafael Munhoz e divulgação

 Fiat Mobi Drive GSR

MOTOR dianteiro, transversal, três cilindros, 6 válvulas, 999 cm³, comando variável de válvulas, com ciclo Atkinson/Miller em cargas parciais, flex
POTÊNCIA/TORQUE 72/77 cv a 6.250 rpm / 10,4/10,9 kgfm a 3.250 rpm
TRANSMISSÃO automatizado de cinco marchas, tração dianteira
SUSPENSÃO independente McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira
RODAS E PNEUS de aço de aro 14", com pneus 175/65 R14
FREIOS discos sólidos na dianteira e tambores na traseira, com ABS e ESP
PESO 965 kg em ordem de marcha
DIMENSÕES comprimento de 3.566 mm, largura de 1.633 mm, altura de 1.502 mm e entre-eixos 2.305 mm
PORTA-MALAS 215 litros
PREÇO R$ 44.780 (inicial), R$ 49.920 (testado)

 

MEDIÇÕES MOTOR1 (gasolina)
    Mobi Drive GSR
Aceleração  
  0 a 60 km/h 7,2 s
  0 a 80 km/h 11,7 s
  0 a 100 km/h

17,4 s

Retomada  
  40 a 100 km/h em 3ª 12,7 s
  80 a 120 km/h em 4ª 15,2 s
Frenagem  
  100 km/h a 0 41,5 m
  80 km/h a 0 25,4 m
  60 km/h a 0 14,3 m
Consumo (etanol)  
  Ciclo cidade 10,5 km/l
  Ciclo estrada 12,6 km/l

Galeria: Fiat Mobi Drive GSR

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