Volta rápida Volvo XC90 D5 - Um diesel que anda sozinho
SUV de luxo se destaca pelo silêncio e condução semi-autônoma
Modelo mais seguro já produzido pela Volvo, o XC90 chega ao Brasil na aguardada versão diesel. Além da bem-vinda opção mecânica, uma preferência entre os consumidores de utilitários grandes, o SUV também se destaca pelo recurso de condução semi-autônoma, uma primazia no segmento por aqui.
O XC90 D5 chega importado da Suécia em duas configurações: Momentum e Inscription, com preços de R$ 369.950 e R$ 419.950, respectivamente. São as mesmas opções do modelo a gasolina, assim como a lista de equipamentos, que permanece igual.
Vale citar itens importantes como head-up display, teto solar panorâmico, assistente de estacionamento (vagas paralelas e perpendiculares), monitor de pressão dos pneus, painel de instrumentos de 12,3", bancos traseiros com aquecimento, faróis full LED autodirecionais com nivelamento automático e funções antiofuscante (AHB) e três modos de condução (Comfort, Eco, Dynamic e Off Road).
Principal novidade desta versão, o motor 2.0 diesel entrega 235 cavalos de potência e 48,9 kgfm de torque, entre 1.750 e 2.250 rpm. Está associado ao câmbio automático Geartronic de oito velocidades. De acordo com a marca, o XC90 a óleo acelera de 0 a 100 km/h em 7,8 segundos e tem velocidade máxima de 230 km/h.
Apesar de já não ser mais novidade, também merece destaque a grande central multimídia de 9" sensível ao toque no formato de tablet. Como o XC90 tem poucos botões no painel, a maioria das funções se concentra nesta tela: navegação, ar-condicionado digital com quatro zonas e configurações de segurança, entre outros recursos. Por meio dela, é possível ainda fazer as regulagens dos assentos dianteiros e ventilação ou aquecimento dos mesmos, sem contar as informações do computador de bordo, sistema de som e conectividade com smartphones.
Restritos à versão mais cara estão comodidades como sistema de áudio premium da Bowers & Wilkins, com 1.400 watts, 19 alto-falantes e som surround. No XC90 top de linha, o acabamento é mais refinado e de bom gosto, com apliques de aço escovado e também de madeira com textura mais áspera, o que confere bastante exclusividade ao modelo.
A configuração de topo conta ainda rodas de liga leve aro 20" e Chassi Four-C, com sistema de suspensão a ar. Permite ao motorista ajustar a altura de rodagem, de acordo com as condições da via, ou ainda conforme a carga do porta-malas. Já o pacote de segurança adiciona alertas de tráfego lateral e de colisão traseira, além do monitor de pontos cegos e o cômodo sistema de visão 360º.
Ao volante
Para conhecer o XC90 D5, a Volvo realizou um test-drive pelo interior de São Paulo. Dirigimos entre a capital e o município de Amparo, no interior. Tanto na ida, quanto na volta, 90% do trecho era de rodovia duplicada com ótimas condições de conservação, bem adequado para testar o pilot Assist, um dos atrativos do carro.
Divulgado pela Volvo como um dos principais atrativos do carro, o sistema de condução semi-autônoma foi colocado à prova durante os mais de 250 km percorridos. Durante a ida, aproveitei para conhecer melhor os recursos do veículo, bem como as respostas do novo motor a diesel.
Embora os motores a diesel tenham muito torque, é comum haver o famoso turbo lag em rotações bem baixas, como ao retomar após passar por uma lombada, por exemplo. Para atenuar este problema, o XC90 D5 vem com um recurso interessante. Inédito na marca, o dispositivo chamado de PowerPulse consiste num pequeno compressor elétrico e um reservatório que armazena o ar saído do filtro de ar. Quando o motorista pisa no acelerador, estando o carro em marcha lenta ou abaixo de 2.000 rpm, o ar comprimido é liberado para o coletor de escape, alimentando o turbocompressor e melhorando a retomada.
Na prática, a novidade cumpre o que promete. As saídas estão mais progressivas, sem aquele típico "buraco" inicial. De resto vai bem, com boas retomadas e desempenho adequado ao porte e proposta do utilitário. Como em todo Volvo, o isolamento acústico é bem caprichado, bem como a dinâmica, auxiliada pela tração integral AWD, que ajuda a manter o carro na "mão".
Outro ponto positivo do motor a diesel é o baixo nível de vibrações e ruído. O propulsor trabalha bem quieto, sendo que do lado de fora se ouve um discreto "tec-tec". Na cabine, nem isso: mal se nota a diferença da versão a diesel para a gasolina, tamanho o silêncio interno.
Em termos de consumo, a nossa média durante a avaliação foi de 11 km/l, sendo a maioria do trecho em estrada. A Volvo do Brasil não divulgou os valores oficiais.
"Auto test-drive"
No trecho de volta, mais acostumado com os comandos, aproveitei para usar a condução semi-autônoma. No trecho de aproximadamente 50 km entre as rodovias Dom Pedro e a Bandeirantes, na região de Campinas, o XC90 se conduziu sozinho.
Incorporando as funções do controle de cruzeiro adaptativo, a condução semi-autônoma da Volvo comanda aceleração, frenagem e movimentação do volante em velocidade de até 130 km/h. Um diferencial, já que o item, presente em muitos carros, normalmente só pode ser configurado em velocidades menores, na maioria das vezes na cidade.
Na prática o carro realmente acompanha bem o fluxo, a não ser por uma certa lentidão nas retomadas, comum nesses sistemas. Em duas situações causadas por motoristas mais incautos, a frenagem de emergência atuou a contento, sem sustos.
Com expectativa de vender entre 650 a 700 unidades em 2017, sendo 60% das unidades a diesel, a linha XC90 deve crescer novamente no ano que vem. É que a marca já trabalha na homologação na versão híbrida T8 de 410 cv, que deve chegar para ser o Volvo mais caro da linha. A estimativa é de preço em torno de R$ 500 mil.
PRÓS
- Qualidade de construção: além do visual sóbrio e que demora a cansar, o XC90 é um veículo que preza pelo bom nível de acabamento, com materiais de primeira linha e boa percepção de qualidade;
- Tecnologia: o destaque é a condução semi-autônoma que funciona até 130 km/h, uma primazia no segmento;
- Equipamentos: itens desejados como ar-condicionado de quatro zonas, head-up display, painel configurável e teto solar estão presentes
- Tradição da Volvo, o quesito segurança está bem atendido com assistente de faixa e sistemas anti-colisão frontal e de proteção para pedestres.
CONTRAS
- Preço: embora não esteja mal posicionado no segmento, o XC90 a diesel está sendo vendido com desconto de R$ 20 mil. Nos próximos meses, quando estiver com preço cheio, a diferença para a versão a gasolina ficará próxima dos R$ 50 mil.
Por Julio Cesar, de Amparo (SP)
Fotos: autor e divulgação
Volvo XC90 D5 2017
MOTOR | dianteiro, transversal, quatro cilindros, 16 válvulas, 1.969 cm³, turbodiesel |
POTÊNCIA/TORQUE | 238 cv a 4.000 rpm e 48,9 kgfm de torque, entre 1.750 e 2.250 |
TRANSMISSÃO | automática de oito marchas, tração integral AWD |
SUSPENSÃO | independente McPherson na dianteira e multilink na traseira |
RODAS E PNEUS | liga leve aro 19" ou 20" |
FREIOS | discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira, com ABS e ESP |
PESO | 2.171 kg em ordem de marcha |
DIMENSÕES | comprimento 4.950 mm, largura 2.008 mm, altura 1.776 mm, entre-eixos 2.984 mm |
PORTA-MALAS | 692 litros (3ª fileira de bancos rebatida) |
PREÇO | R$ 369.950 (Momentum) e R$ 419.950 Inscription |
Galeria: Volvo XC90 diesel 2017
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