Nos EUA, Stellantis está otimista com liberdade após saída de CEO

Entrevistamos os chefes da Chrysler, Dodge, Jeep e Ram em Detroit e todos eles estão extremamente otimistas em relação a 2025

Foto de: Dodge

Por: Christopher Smith

Traduzido por: Thomas Tironi

26 Janeiro em 13:00

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O Salão do Automóvel de Detroit de 2025 foi muito diferente dos últimos anos. O antigo Salão Internacional do Automóvel da América do Norte já foi importantíssimo para todo o mundo, repleto de lançamentos de novos veículos, carros-conceito e executivos em estandes de exibição de milhões de dólares prontos para se gabar de suas empresas.

Este ano não houve estreias. Não houve novos conceitos. E os poucos expositores de fabricantes estavam praticamente desprovidos da presença de altos executivos - exceto por um. Quase todos os executivos das marcas do grupo Stellantis estavam em Detroit. Christine Feuell, CEO da Chrysler e da Alfa Romeo. Matt McAlear, CEO da Dodge. Bob Broderdorf, chefe da Jeep na América do Norte.

Tim Kuniskis, CEO da Ram, recém-saído da aposentadoria. Acrescentando outros gerentes de produto, a equipe Stellantis estava em peso, brilhando em um salão de exposição de automóveis moderado e meio vazio. E o comportamento deles contrastava fortemente com o ano difícil de vendas que cada marca acabara de experimentar.

Foto de: Motor1.com

A presença desses chefes e sua vibração extremamente positiva enviaram uma mensagem muito clara: As coisas mudaram para melhor na Stellantis (ou pelo menos é essa a imagem que o grupo quer passar). Vale a pena observar que não houve uma única menção ao ex-CEO Carlos Tavares, seja ela negativa ou não. Quando nosso colegas do Motor1.com perguntaram sobre sua saída repentina, todas as respostas tiveram um tema semelhante: Agora temos liberdade para tomar decisões.

"A liderança que [o atual presidente da Stellantis, John Elkann, e o diretor de operações, Antonio Filosa] demonstraram a todos nós, e a confiança e a oportunidade de fazer mudanças são incríveis", disse Broderdorf. "As palavras que eles usaram foram 'confiamos em vocês, sabemos que vocês sabem como fazer isso, vocês entendem nosso público, vamos dar a vocês a liberdade de fazer isso'. E eles rapidamente nos permitiram fazer isso."

"Acho que o mais importante é apenas assumir o controle e levá-lo de volta", disse McAlear.

Quando perguntado diretamente sobre seu retorno à Ram, Kuniskis negou que tenha sido devido à demissão de Tavares. Mas o executivo foi muito crítico em relação à estratégia de atualização da Ram 1500 implementada enquanto Tavares ainda estava no comando, uma estratégia que eliminou o motor Hemi V8 - que, segundo consta, só Tavares queria que morresse.

"Colocamos todas as nossas picapes em uma única fábrica no ano passado", disse ele. "Deixamos as picapes mais tecnológicas, com nova arquitetura eletrônica, motores atualizados e novo visual.'' Nunca se deve fazer essas cinco coisas ao mesmo tempo nesse setor, e nós fizemos isso. Colocamos muitas coisas para os seres humanos fazerem de uma só vez, e eles não conseguiram fazer. Nunca atingimos o volume que queríamos e, quando estávamos com dificuldades, tentamos facilitar as coisas, concentrando-nos em determinados itens. Essa é uma grande parte do motivo pelo qual nosso negócio foi tão ruim no ano passado."

Foto de: Motor1.com

Com Tavares fora de cena, Kuniskis tem alguma liberdade para explorar um possível retorno do Hemi.

"Mesmo se dissermos que vamos fazer isso, não podemos fazer isso imediatamente.''

Chris Feuell foi a única que se esquivou de fazer elogios ou críticas definitivas sobre o estado atual da Stellantis. Ela não falou muito sobre veículos baseados no conceito Halcyon, apesar das recentes notícias sobre um novo carro e um SUV em desenvolvimento. No entanto, ela sugeriu que agora há mais liberdade para posicionar a Chrysler de forma única dentro da hierarquia Stellantis das marcas norte-americanas.

Foto de: Stellantis

"Se pensarmos em como a Dodge, a Jeep e a Ram estão posicionadas no showroom - muscle cars, utilitários offroad e picapes/veículos de serviço - esse espaço será único para a Chrysler que, na minha opinião, a diferencia significativamente de qualquer outra marca no showroom, e os designs também", disse ela. "Finalmente, teremos uma forte semelhança em toda a linha quando tivermos a cadência de novos produtos em 2026."

A Stellantis está atualmente procurando um novo CEO para substituir Tavares, uma busca que deve terminar em algum momento nos próximos meses. É claro que não há garantia de que o novo chefe não venha e mude tudo. Dado o atrito entre Tavares e a diretoria antes de sua saída, sem mencionar todo o controle de danos que o grupo vem realizando mesmo antes de sua saída com toda sua rede de revendedores nos EUA e no exterior, suspeitamos que o próximo líder não vai balançar muito o barco. "A energia está alta no momento", disse Broderdorf, sorrindo.