Renault confirma fim de Stepway e Oroch com motor 1.3 turbo
Com encerramento da produção do aventureiro, carreira do Sandero no Brasil também chega ao fim
É oficial: nenhum derivado da família Sandero é fabricado mais no Brasil. A informação, que foi confirmada pela assessoria de imprensa da marca francesa, não é lá uma total surpresa. Depois que a Renault declarou o fim da família Sandero, em 2022, e do sedã Logan, no fim do ano passado, o futuro do aventureiro Stepway não parecia muito promissor.
Para um carro que já chegou a ter versões 1.6 e até câmbio CVT, o modelo estava sendo vendido em apenas uma versão, a Zen, com motor 1.0 e preço sugerido de R$ 86.990. Mas foi a chegada da versão manual do Kardian, em outubro, que acabou selando o destino do Stepway. Desde a chegada da nova versão, as vendas do novo SUV da marca francesa parecem ter embalado de vez: em novembro, alcançou 4.287 unidades, ultrapassando alguns concorrentes já estabelecidos há anos, como o Fiat Pulse, que ficou com 3.188 emplacamentos. O carro permanece no site da Renault enquanto houverem estoques.
Aventureiro nasceu como versão e se emancipou
O Stepway nasceu ainda como versão do Sandero em 2008, na primeira geração do hatch, para concorrer com outros aventureiros de sua época, como o Volkswagen Crossfox e a Fiat Palio Weekend Adventure. Desde lá, passou por todas as modificações do modelo que o originou, como a reestilização de 2011, que o aproximou do Clio da época, com grade dianteira mais fechada e o nome do carro na parte central do porta-malas.
Na motorização, sempre se destacou em seus primeiros anos pelo uso do motor 1.6 1.6v - o K4M, mesmo utilizado na família Clio e elogiado pelo seu bom desempenho e elasticidade - aliado ao câmbio manual de 5 velocidades e rodas de 16". Na suspensão, trazia maior altura livre do solo, com 185 mm - cerca de 50 mm a mais que um Sandero comum da época - e melhor ângulo de ataque, de 19 graus, melhor até mesmo que alguns SUVs modernos.
Reestilização de 2011 aproximou visual do modelo com o Clio da época
Com a chegada da reestilização, ganhou pela primeira vez ainda uma opção sem embreagem, ainda que usasse o polêmico câmbio AL4 - o mesmo da linha PSA Peugeot e Citroen - que também era utilizado nos modelos mais caros da marca, como a linha Megane, e no SUV Duster com motor 2.0, que chegou um pouco depois.
Com a chegada da segunda geração, em 2014, o modelo cresceu, ficou mais tecnológico e toda a família Sandero também começava a apelar ao lado emocional, com design que lembrava os Clio e Megane europeus da época.
Renault Stepway de segunda geração era mais bonito, mais completo e agora apelava também para o emocional
Na mecânica, diferente da primeira geração, apostava no motor 1.6 com oito válvulas, e para quem buscava um compacto da Renault mas não queria trocar de marchas, havia o câmbio automatizado Easy-R que - assim como a maioria dos automatizados da época - durou pouco e tem má fama no mercado de usados.
Permanecendo nesta geração sem muitas novidades desde 2014, a marca francesa promoveu um facelift ''caseiro'' para toda a linha Sandero em 2019, com traseira própria - com lanternas que agora invadiam a tampa traseira, faróis com assinatura em LED, e a emancipação da versão aventureira Stepway, que deixou de carregador o nome do hatchback que o originou.
Último facelift trouxe visual de Megane IV na parte traseira
Foi também com a reestilização de 2019 que o modelo ganhou motor 1.6 SCe e opção de câmbio CVT, até então disponível somente em modelos maiores da marca, como o já finado SUV Captur. Essa opção esteve disponível até a chegada do Kardian, quando a linha do Sandero e do Stepway começou a ser simplificada.
Oroch também perde versão 1.3 TCe
Lançada em 2015, a picape intermediária baseada na primeira geração do Duster sempre viveu à sombra da Fiat Toro, que oferece maior espaço interno, opção de tração 4x4 e motorização diesel. Os números não mentem: em 2024, a picape italiana emplacou 53.848 unidades, enquanto a francesa ficou com apenas 12.886
Ao preço de R$ 156.970, a versão topo de linha da picape também encontrava dificuldades de encontrar seu espaço se comparada com a Montana, que oferece motor 1.2 turbo e tem projeto mais moderno, com preços entre R$ 130.990 e R$ 163.990. Agora, a marca francesa irá focar nas versões com motor 1.6 16v SCe aspirado, que permanecerá nas versões Pro (R$ 119.990), Intense (R$ 127.200) e Iconic (R$ 133.310), sempre com câmbio manual de cinco marchas. As opções turbo seguem no site da montadora enquanto existirem estoques.
Renault Niagara Concept
Niagara vem aí
A partir de 2027, quem deve bater de frente na faixa de cima com as picapes intermediárias é a picape Niagara, que será feita a partir da plataforma RGMP (a mesma do Kardian). A base conta com arquitetura eletroeletrônica de última geração, tem estrutura para conjuntos híbridos, tração 4x4 e suporta veículos com comprimento entre 4 e 5 metros, além de entre-eixos de 2,6 a 3 metros.
No caso da picape, tudo indica que as medidas serão de aproximadamente 4,90 metros de comprimento e 2,95 metros de entre-eixos. Para efeito de comparação, a Fiat Toro, principal rival a ser enfrentada, tem 4,91 m e 2,99 m, respectivamente. Além da picape Fiat, a versão final da Niagara brigará com Chevrolet Montana e versões de Ford Maverick e Ram Rampage.
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