Avaliação VW Virtus 170 TSI manual: bom, mas difícil justificar
Cada vez mais rara, versão manual tem qualidades, mas o preço leva o cliente para o automático, dentro ou fora de casa
Novas e cada vez mais exigentes regras de emissões deixarão os carros cada vez mais complexos e caros. Ao mesmo tempo, a exigência de tecnologias e confortos por parte do público colaboram com essa conta e, ao mesmo tempo, fazem algumas coisas quase desaparecerem. É o caso do câmbio manual.
Trocado pelo automático na preferência do consumidor, ele resiste apenas em versões de entrada de diversos modelos em nosso mercado, como é o caso do VW Virtus. Sob o capô, o 1.0 turbo com sua configuração mais mansa, a 170 TSI, enquanto por dentro tem um pacote honesto de equipamentos, mas seu preço de R$ 116.990 não ajuda a justificar sua compra, seja dentro ou fora da concessionária da VW.
Só ele tem!
Dentro da Volkswagen, apenas o Virtus tem três opções de motores turbo: 170 TSI, com câmbio manual ou automático; 200 TSI, apenas automático; e o 250 TSI, instalado no queridinho do público, o Virtus Exclusive. São 109/116 cv e 16,8 kgfm de torque que, nesta versão, conhecem o chão através do câmbio manual de 5 marchas característico da marca alemã.
Este Virtus 170 TSI só não é o mais básico da linha pois recentemente a marca apresentou o Virtus Sense, a versão focada realmente em um mercado de frotas, com o mesmo conjunto mecânico. Aqui, temos ainda as rodas de 15” de liga-leve, que não deixa um aspecto de tanta simplicidade, apesar das partes sem pintura na dianteira, que acabam contrastando com os faróis fullLEDs.
Por dentro, a peça plástica em cinza brilhante quebra um pouco a sequência de plástico rígido espalhado em todas as partes, com algumas rebarbas, por exemplo, nas portas. O volante não recebe nenhum revestimento e é uma peça mais antiga que a aplicada nas demais versões, assim como os bancos são em tecido com encosto de cabeça integrado.
Em troca, há o painel de instrumentos digital de 8” e a multimídia VW Play, que pelo espelhamento sem fios, tem a companhia de um carregador de smartphones por indução. Tem piloto automático, mas o sem assistência de distância, e some a câmera de ré, deixando a missão de ajuda a estacionar apenas com o sensor traseiro. Ao menos não abre mão dos 6 airbags, que o hatch Polo não tem em nenhuma versão.
Estratégia de Up! TSI
Se no mercado os carros manuais se tornam raros, eles também somem de nossa rotina de avaliações. Com este Virtus 170 TSI, relembrei a estratégia que a Volkswagen nos apresentou na época do lançamento do Up! TSI: motor 1.0 turbo com bom torque e um câmbio de relações alongadas em prol do consumo.
Sem o “peso” do câmbio automático e o conversor de torque, o 1.0 turbo é mais livre e esperto. É bem menos perceptível o tal lag que estamos vendo nos VW 1.0 TSI entre a aceleração e o carro realmente embalar, e mesmo assim dá para perceber que o câmbio não é encurtado, algo que é comum em modelos para diminuir a sensação de pouca potência.
A embreagem é leve e fácil de modular, enquanto o câmbio é característico VW, com engates justos e leves, e curso curto de alavanca. Antes de 2.000 rpm, o indicador de troca já pede para subir a marcha e, ainda assim, o Virtus desenvolve velocidade bem, principalmente na cidade. Isso ajuda no consumo, onde não poucas vezes vi médias acima de 9 km/litro, usando etanol.
Isso não significa um carro fraco na estrada. Ele acompanha o ritmo de rodovia mesmo com passageiros e tem boas médias de consumo, acima dos 15 km/litro com etanol. Junto, a boa dinâmica que conhecemos do Virtus, com boa relação de dirigibilidade e conforto que o sedã entrega desde seu lançamento, ainda mais com os pneus mais altos, 195/65.
Nem ele se ajuda...
Entre os sedãs compacto, o VW Virtus é um dos com melhor espaço interno e porta-malas, com seus 521 litros. Acomoda bem os ocupantes, apesar da ausência da saída de ar-condicionado para o banco traseiro desta versão, e é confortável para quatro adultos, sendo o quinto como sempre prejudicado, algo comum entre os compactos.
Só que vamos falar de preços. Este Virtus 170 TSI manual custa R$ 116.990, o que já coloca alguns concorrentes automáticos na briga, como o Chevrolet Onix Plus LT AT (R$ 118.290), Honda City LX (R$ 117.500) e Nissan Versa Sense (R$ 115.690), todos com equipamentos semelhantes (alguns até melhor equipados) e automáticos. Dentro do seu próprio catálogo, o Virtus 170 TSI automático custa R$ 119.990, com a adição de piloto automático adaptativo, frenagem automática e outros itens por R$ 3 mil extras.
Ou seja, por mais que o sedã com cambio manual seja bom, a diferença para ter o conforto do automático e mais equipamentos é baixa até dentro de casa. Há o Virtus Sense, de R$ 105.990, que faz mais sentido, mesmo que perca as rodas de liga-leve, pintura de maçanetas e capas do retrovisor, central multimídia e carregador por indução, mas tem as mesmas qualidades de rodagem e espaço. E assim os carros manuais vão sumindo e sumindo...
VW Virtus 170 TSI MT5
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