page ad skin

Do Fuscão ao Golf GTI: os esportivos da VW no Brasil

Marca anunciou 3 novidades apimentadas para o ano que vem, mas sua linha de esportivos já foi maior no passado

Volkswagen Jetta GLI 2025

Recentemente, a Volkswagen do Brasil anunciou que trará ao mercado brasileiro em 2025 três novos esportivos, como um ''resgate da esportividade'', são eles: Nivus GTS, Jetta GLI e Golf GTI.Anunciado como um momento histórico para a alemã, que volta às suas raízes esportivas, não será a primeira vez que a marca terá mais de um modelo apimentado no seu portfólio.

Desde os anos 70, a Volkswagen tem certa tradição em oferecer modelos mais esportivos de quase todos os seus modelos, partindo dos icônicos Fusca 1600 S (conhecido como Bizorrão), SP2 e o Passat TS, seguido pela sua reestilização nos anos 80, o Passat Pointer, além do Gol GT, responsável por transformar a imagem do Gol, que nasceu com motor boxer refrigerado a ar e que não embalou nas vendas em seus primeiros anos.

Volkswagen SP2 e Karmann-Ghia TC

Volkswagen SP2 era mais esportivo no visual do que no motor, que mantinha o boxer 1600 de outros carros a ar da marca

Ainda falando sobre o Gol, sua versão GTI foi responsável por estrear a injeção eletrônica em um modelo de série no país, em 1988. Na época, era equipado com o motor AP 2.0 conjugado com a injeção eletrônica analógica Bosch LE-Jetronic, com potência de 112 cv e o torque de 17,5 kgfm. Graças ao peso de 970 kg, o desempenho do GTi ficava ainda melhor: de acordo a VW, a aceleração de 0 a 100 km/h era de 8,8 segundos e a máxima era de 185 km/h.

Durante os anos 90, a marca chegou a ter nada menos que três hatchbacks esportivos ao mesmo tempo, com Gol GTI (em versões de 8v e 16v), Pointer GTI (essencialmente um Escort MK5 em formato hatch de 4 portas) e o importado Golf GTI, então na sua terceira geração.

Gol GTi tem como pano de fundo móveis do Zanine e esculturas do Krajcberg (Foto - Jason Vogel)
Foto de: Motor1.com

Gol GTi foi o responsável por estrear a injeção eletrônica no país, em 1988

O Pointer foi uma versão da Volkswagen para o Escort MK5, sendo fabricado tanto no Brasil como na Argentina, e dispunha de motorização 2.0 de oito válvulas, capaz de gerar 116 cv e 17,7 kgfm de torque máximo. Apesar de não ser um carro leve, com cerca de 1.190 kg, o modelo não fazia feio na hora de acelerar, indo da imobilidade ao 100 km/h em 10,7s e máxima de 192 km.

Pouco depois, em 1997, quem recebia sua versão esportiva era a perua Parati, inicialmente só com 2 duas portas e o mesmo body kit presente na versão GTI 16V do Gol, com aerofólio, saias laterais e ressalto no capô. A perua marcou época por ser a única compacta a ter uma versão esportiva, enquanto sua eterna ríval, a Fiat Palio Weekend, já começa a apostar em versões aventureiras, com o Palio Adventure, em 1999, após ter uma versão 1.6 16V.

Pointer GTI

Pointer GTI era versão alemã do Escort de quinta geração somente com quatro portas

Essa tradição com vários esportivos durou até o início dos anos 2000, quando o então Gol GTI, que estava na chamada ''terceira geração'' (na verdade um facelift do Gol G2, o bolinha) deixou as linhas de produção, levando também a Parati.

A partir daquele momento, o único esportivo da marca seria o Golf MK4, com fabricação nacional, e que compartilhava seu motor 1.8 Turbo da versão GTI com o hatch premium Audi A3. Houve uma série limitada a 99 unidades com o motor 2.8 VR6. Entre seus diferenciais, estava a carroceria de duas portas, o motor mais potente (apesar de não tão mais rápido, devido ao seu peso) as rodas de 17" e o kit aerodinâmico da carroceria. 

VW Golf GTI MK4
Foto de: Motor1

Golf VR6 era edição especial limitada a 99 unidades com motor de Passat

Com seus 200 cv (20 cv a mais que o GTI 1.8 turbo) e câmbio manual de seis marchas do Audi S3, o GTI VR6 fazia 0 a 100 km/h em 7,7 segundos, contra 7,8 s do “irmão” de quatro cilindros. Em velocidade máxima, os dois também praticamente empatavam, na casa dos 215 km/h.

Durante anos, o único esportivo da marca no país foi o Golf de quarta geração, pelo menos até a chegada do Polo GTI, em 2007, que assim como a versão VR6 do seu irmão maior contava apenas com 99 unidades. Entre seus diferencias, a carroceria de duas portas, rodas de 17", bancos em tecido xadrez e o motor 1.8 Turbo, mas com calibração para 150 cv e 22,4 kgfm de torque, enquanto o Golf já tinha 180 cv. Nos números, o hatch compacto era um sucessor espiritual do Gol GTI, chegando do 0 aos 100 em apenas 8,2s, com máxima de 216 km/h.

Volkswagen Polo GTI

Volkswagen Polo GTI tinha duas portas e interior em xadrez, assim como os primeiros Gol GTI

Em 2008, ainda na quarta geração, o Golf recebeu a polêmica reestilização que lhe rendeu o apelido de MK4,5, já que misturava elementos da quinta geração do médio fabricado em outros mercados com a mesma base do Golf MK4, o que esticou a vida dessa geração no país até 2013.

Nessa época, para concorrer com o Honda Civic SI de oitava geração, fabricado em Sumaré, no interior de São Paulo, com o motor 2.0 K20 aspirado, capaz de render 192 cv e 19,2 kgfm de torque. A alemã resolveu retrabalhar o motor 1.8 turbo para que ele chegasse a 193 cv quando usasse gasolina podium. Assim, o hatch mantinha o posto de carro mais rápido fabricado no país e ainda ganhava novo fôlego, indo de 0 a 100 km/h em 7,5 segundos,

Volkswagen Golf MK4,5 é incorporado ao acervo da Garagem Volkswagen
Foto de: Volkswagen

O polêmico VW Golf MK4,5 GTI durou pouco, mas mantinha as qualidade da quarta geração do hatch

Com o fim do Golf GTI, em 2009, a marca alemã passou alguns anos sem modelos realmente esportivos no país, se limitando a versões GT ou as R-line presentes em Passat, Tiguan e Touareg. Foi somente com o lançamento da sétima geração do Golf, no fim de 2013, que a marca voltou a ter um modelo realmente apimentado.

Nessa geração, o Golf de sétima geração trazia o mesmo motor 2.0 TSI de outros carros importados da marca alemã, mas com calibração única de 220 cv, acelerando de 0 a 100 km/h em 7 segundos e com máxima de 238 km/h. 

Volkswagen Golf GTI MK7
Foto de: Motor1.com

Volkswagen Golf GTI MK7 marcou retorno da sigla ao país, em 2013

E, mais recentemente, os compactos Polo e Virtus também ganharam suas versões esportivas, mas não exatamente igual a oferecida lá fora, com sigla GTI e motor 2.0 TSI, considerados caros demais para o compacto por aqui. A solução da Volkswagen foi caseira: visual mais esportivo, motor 1.4 TSI que rende 150 cv e 25,5 kgfm de torque e nova calibração de suspensão. Apesar de não serem GTIs, tanto o sedã quanto o hatch tinham bons números de aceleração nas versões GTS, levando cerca de 8,5 segundos para ir de 0 a 100 km/h.

Com a chegada dos novos esportivos prometidos para o ano que vem, ainda não temos certeza de qual será o futuro da linha GTS do Polo. Desde a reestilização promovida no sedã Virtus, em fevereiro de 2023, a versão esportiva do sedã se tornou a Exclusive, com visual mais refinado, porém mantendo o 1.4 TSI. O fogo amigo da nova versão esportiva do SUV-cupê talvez marque o fim do modelo no próximo ano, enquanto Jetta GLI e Golf GTI podem concorrer com modelos maiores, como Civic Type-R e GR Corolla com preço menor, mas com menos performance.

VEJA NO CANAL DO MOTOR1 NO YOUTUBE

Envie seu flagra! flagra@motor1.com