Nissan reduz produção em 17% nos EUA como medida para sair da crise

Responsáveis por 30% das vendas da marca no país, picape Frontier e SUV X-Trail serão os principais atingidos

Dyogo Fagundes

Por: Dyogo Fagundes

28 Novembro em 11:45

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Em esforço para contornar vendas em queda e superar dificuldades financeiras, a Nissan começa a anunciar medidas amargas dentro do chamado "modo de emergência". Nos Estados Unidos, por exemplo, a marca acaba de confirmar que reduzirá os níveis de produção em 17% na comparação com 2023 como forma de "atender melhor às tendências do mercado e à demanda por nossos modelos". A medida deverá durar pelo menos até março de 2025.

Responsáveis por cerca de 30% das vendas totais da Nissan nos Estados Unidos, a picape Frontier e o SUV X-Trail (por lá chamado de Rogue) serão os principais atingidos. A primeira é produzida na fábrica de Canton, enquanto o segundo tem montagem concentrada na planta de Smyrna, ambas no estado do Tennessee. Nas duas unidades, o ritmo de produção será reduzido de cinco dias por semana para apenas quatro.

Nissan Rogue/X-Trail 2024

Na última terça-feira (26), reportagem do jornal Financial Times revelou que a situação financeira da Nissan é bastante delicada e que a marca está em busca de novos parceiros para tentar sair da crise. A sobrevivência da empresa depende da adoção de medidas amargas a partir dos próximos meses (incluindo cortes e demissões) e, principalmente, da entrada de um novo investidor âncora no negócio para sustentar as operações daqui em diante.

Foto de: Nissan

Frontier exclusiva dos Estados Unidos

De acordo com o jornal, dois altos executivos que preferiram não se identificar revelaram que a Nissan "tem 12 ou 14 meses para sobreviver” e que a situação “é muito difícil". Rumores indicam que a Honda, já parceria da Nissan no desenvolvimento de elétricos, poderá ser o tão esperado 'investidor âncora'. O ex-CEO Carlos Ghosn, inclusive, foi o primeiro a apontar que a aproximação entre as duas marcas no mercado de EVs guardava outros interesses por trás.

"Não consigo imaginar nem por um momento como isso vai funcionar entre a Honda e a Nissan, a menos que seja uma aquisição, a menos que seja uma aquisição disfarçada da Nissan e da Mitsubishi pela Honda, com a Honda no comando. Será uma aquisição, uma aquisição disfarçada", afirmou o brasileiro.