Apresentado no último mês de junho como grande aposta de renovação da Fiat, o Grande Panda não deverá chegar às lojas dentro do cronograma previsto. Em países como França e Holanda, onde o compacto já foi anunciado, novas encomendas estão sendo suspensas e o prazo para entrega das unidades já reservadas está sendo revisto. Ao que tudo indica, os primeiros compradores receberão o modelo apenas na metade de 2025 (e não mais no início do ano).
A razão para o atraso do Grande Panda supostamente vem de problemas identificados no software, especificamente no funcionamento dos sistemas de assistência ao motorista. Detalhes sobre as avarias ainda são desconhecidos e tudo indica que a Fiat só reabrirá as encomendas depois de sanar totalmente as falhas. Além disso, a produção em série na Sérvia demorou mais tempo que o previsto para ser iniciada por conta do processo de modernização das instalações.
Tanto no mercado holandês quanto no francês, a Fiat optou por começar a ofertar o Grande Panda apenas na variante EV e, assim, atiçar o interesse do público pela eletrificação. No entanto, a versão elétrica agora atrasada acabará por retardar ainda mais a chegada às lojas das configurações híbridas (justamente as mais vendidas). Até regularizar a situação, a marca será representada no segmento pelo velho Panda ainda em linha.
Essa fase de transição vivida pelo portfólio é apontada como uma das principais razões para o declínio da Fiat em diversos mercados da Europa. A marca está se despedindo de veículos comercialmente importantes e ainda não iniciou a comercialização plena de modelos novos. Na Itália, por exemplo, a montadora corre sério risco de ser superada pela Toyota no fechamento do ano, perdendo posição de liderança histórica em seu próprio país.
O Panda nunca foi vendido oficialmente no Brasil, mas sempre guardou semelhança técnica e estética com um dos principais produtos nacionais da Fiat: o Uno. Agora, com a nova geração, tudo indica que a similaridade poderá ser transferida para o Argo. No ano passado, a Fiat declarou que deverá unificar as linhas da Europa e do Brasil como forma de melhorar os índices de rentabilidade e acabar com o atual regionalismo.
Nas palavras do CEO Olivier François, “não há como a Fiat se tornar regularmente lucrativa se não fundirmos nossas linhas europeias e sul-americana”. Diante disso, fica a possibilidade de que o Panda vire opção para o nosso mercado como inspiração para o sucessor do Argo, a exemplo do que aconteceu em 2010 com o Uno.
Fonte: Motor.es
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