A Stellantis acaba de anunciar nos Estados Unidos a demissão de aproximadamente 400 funcionários em suas instalações de Detroit. Os cortes foram concentrados na unidade de logística de materiais de Freud Street e acontecem em meio à crise que atualmente assola o grupo. Além das demissões já realizadas, há risco de que pelo menos mais 1.139 trabalhadores também sejam dispensados, neste caso na fábrica de Toledo, em Ohio.
Os funcionários agora demitidos, representados pelo sindicato United Auto Workers (UAW), receberão um ano de benefícios suplementares de desemprego e pagamentos estaduais de desemprego no valor de 74% de seus salários atuais, juntamente com dois anos de cobertura de plano de saúde gratuita. Apesar disso, a entidade não ficou nada satisfeita com a decisão da Stellantis.
“Essas demissões são o resultado direto de decisões de gestão míopes na Stellantis, não das condições de mercado”, acrescentou o UAW. “A Ford e a GM não estão enfrentando esses problemas. A Stellantis inundou seus acionistas com mais de US$ 8 bilhões este ano, mas afirma que não pode investir em Toledo e Detroit? É inaceitável. Nossos membros estão prontos para construir Jeeps, mas os erros da gestão atrapalham", disse em referência à planta, que produz os modelos Wrangler e Gladiator.
Fábrica Jeep em Toledo, Ohio
Enquanto isso, os problemas da Stellantis vão além das demissções. Em meio à queda dos preços das ações, desaceleração das vendas e aumento dos estoques, o grupo anunciou uma série de mudanças de liderança em outubro. O presidente-executivo Carlos Tavares se aposentará em 2026, enquanto o então chefão da Jeep, Antonio Filosa, foi nomeado diretor de operações da América do Norte. Além disso, a diretora de operações de longa data Natalie King foi substituída pelo ex-diretor de operações da Stellantis China, Doug Ostermann.
Dodge Durango
Na América do Norte como um todo, a Stellentis vendeu 299.000 unidades durante o 3º trimestre, o que representa queda de 36% sobre as 470.000 unidades entregues no mesmo período do ano passado. Alguns modelos, como Jeep Grand Cherokee e Dodge Durango, estão com produção suspensa como forma de regular os altos estoques. O caso da Alfa Romeo é pior ainda: há unidades em estoque suficientes para um ano completo de vendas.
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