Relatório divulgado pela Volkswagen nesta semana revela resultados comerciais preocupantes em relação aos números alcançados no terceiro trimestre. Entre os índices registrados, chama atenção a queda de significativos 64% no lucro líquido na comparação com igual período do ano passado. Ao todo, o lucro após impostos foi de 1,58 bilhão de euros, contra 4,35 bilhões de euros apurados em 2023.
Além disso, as receitas da Volkswagen caíram 0,5% na mesma comparação, totalizando 78,48 bilhões de euros, enquanto a margem operacional geral diminuiu para 3,6% (contra 6,2% de um ano atrás). Não por acaso, a Volkswagen reduziu recentemente as projeções de vendas e lucratividade para 2024, já prevendo os efeitos da transição da empresa para veículos elétricos e crise enfrentada pela matriz atualmente.
O plano de recuperação da marca prevê que 10 bilhões de euros sejam economizados em despesas e, para tanto, medidas consideradas drásticas estão prestes a ser tomadas. É o caso do fechamento de pelo menos três fábricas na Europa, redução de salários e até mesmo demissões em massa (algo em torno de 30.000 postos de trabalho, segundo rumores). Só no setor de pesquisa e desenvolvimento, por exemplo, cerca de 6.000 empregos estão em risco.
A crise tem relação direta com o recuo da Volkswagen tanto na Europa quanto na China. De acordo com Arno Antlitz, que lidera os setores financeiro e operacional da marca, o mercado europeu encolheu consideravelmente depois da pandemia e provavelmente não voltará ao patamar comercial de antes. Com esse recuo, a Volkswagen deixará de vender pelo menos 500.000 carros por ano, afetando diretamente as previsões de lucro e gerando ociosidade nas fábricas.
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Para piorar, a Volkswagen não tem mais os "cheques vindos da China", como disse o próprio CEO Oliver Blume. O país foi por décadas a 'galinha dos ovos de ouro' da montadora, mas passou por mudanças profundas nos últimos anos. O consumidor chinês, até então fiel comprador de marcas estrangeiras, migrou para fabricantes locais e consolidou sua preferência doméstica em detrimento de opções europeias. A liderança histórica da marca no país foi perdida em 2023 para a BYD e o fechamento de fábricas por lá também está sendo discutido.
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