Antiga marca dos EUA ressurge para vender SUV e picape elétricos

Icônica empresa estadunidense volta à vida após 44 anos para brigar com a Rivian no mercado de EVs

Foto de: Scout Motors

Dyogo Fagundes

Por: Dyogo Fagundes

25 Outubro em 12:09

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Anunciado em maio de 2022, o renascimento comercial da marca Scout - famosa na América do Norte nos anos 1960 - acaba de ser oficialmente concretizado nos Estados Unidos. Em cerimônia aberta à imprensa, a montadora confirma sua volta ao mercado após 44 anos de ausência e apresenta detalhes dos dois primeiros veículos que formarão o novo portfólio: o SUV Traveler e a picape Terra. Ambos são elétricos e chegarão ao mercado a partir de 2027.

Segundo a Scout, os dois modelos são construídos sobre plataforma própria e possuem chassi separado da carroceria (esquema tradicional capaz de conferir maior nível de robustez). A capacidade off-road é o grande chamariz da dupla e, nesse aspecto, a marca confirma atributos como pneus de até 35", 30 cm de altura em relação ao solo e quase 90 cm de capacidade de imersão. Há ainda desconexão da barra estabilizadora dianteira, bloqueio dos diferenciais dianteiro e traseiro e eixo traseiro sólido.

Scout Traveler e Terra Concepts

Scout Motors

No caso do SUV Traveler, a capacidade de reboque declarada é de 3.200 kg. Já na picape, a Scout fala em aproximadamente 4.530 kg. A capacidade de carga útil de 910 kg é a mesma nos dois veículos. O mesmo vale para a arquitetura elétrico de 800 volts, carregamento bidirecional e até 350 quilowatts de capacidade de carregamento. O SUV Traveler possui estepe sobressalente integrado à tampa do porta-malas, enquanto na picape o pneu reserva fica instalado sob a caçamba.

O visual exterior é do tipo retrô e remete diretamente aos famosos SUVs produzidos pela Scout entre 1960 e 1980. Nesse sentido, o design quadradão e inspirado no passado contrasta diretamente com o conjunto mecânico moderno e elétrico. Por dentro, a marca novamente traz elementos do passado e promove o choque temporal com múltiplas telas digitais ao lado de acabamento em madeira clássico. O mesmo vale para o tecido dos bancos, cujas cores remetem ao Scout original.

Foto de: Scout Motors

A marca não deu detalhes sobre motorização, mas adiantou que os dois modelos têm autonomia de até 560 km e são capazes de alcançar aceleração de 0 a 96 km/h em apenas 3,5 segundos. O torque é estimado em impressionantes 138,1 kgfm. Haverá ainda um extensor de alcance - batizado pela Scout de Harvester - que incluirá um pequeno motor a gasolina para carregar a bateria. Com isso, a autonomia total do carro saltará para 805 km.

A chegada ao mercado, porém, ainda deve demorar para acontecer. Segundo a própria Scout, tanto o Traveler quanto o Terra terão produção iniciada apenas em 2027. A montagem, ao que tudo indica, será concentrada na Carolina do Sul, EUA, em fábrica que está sendo construída do zero ao custo de US$ 2 bilhões.

Foto de: Scout Motors

Scout é da Volkswagen

O nome Scout vem de International Haverster Scout. Além dos veículos de passageiros, a empresa fabricava uma gama de máquinas, incluindo tratores, equipamentos agrícolas, motores e caminhões pesados. A companhia fechou em 1985, com a divisão de caminhões sobrevivendo como Navistar International.

A Volkswagen comprou a Navistar International através de seu grupo de caminhões pesados Traton em 2020 e, então, começou a investir para trazer de volta ao mercado a icônica Scout. Objetivo é brigar principalmente com a Rivian no mercado de utilitários elétricos com preços abaixo dos US$ 60.000.