A Mercedes-Benz está investindo bem mais do que normalmente gasta em atualizações de meia vida para o Classe S. E o grande motivo é a falta de interesse do mercado no EQS, sua versão eletrificada na gama da marca alemã.
O CEO da Mercedes-Benz, Ola Kallenius, conversou com a revista britânica Autocar sobre a dualidade do Classe S. Ele reiterou que um modelo elétrico homônimo está planejado para substituir o EQS. O modelo a gasolina será mantido a longo prazo e permanecerá em uma plataforma desenvolvida para veículos com motores de combustão. Apesar de compartilhar o nome, a variante elétrica não será equivalente, pois estará em uma arquitetura própria.
Kallenius disse que o sedã topo de gama da marca é "o carro mais bem embalado do mundo" e que forçar as versões a combustão e elétrico a compartilhar a plataforma seria um compromisso que a Mercedes-Benz não está disposta a fazer. Colocar um motor a gasolina no Classe S elétrico significaria sacrificar o espaço dentro da cabine, que é focada em espaço principalmente no banco traseiro e no luxo, algo que o consumidor dificilmente aceitaria. Fazer o contrário também não funcionaria, pois os engenheiros teriam que fazer concessões demais na construção do modelo.
O chefe da empresa reconheceu que será um empreendimento caro ter modelos distintos do Classe S, mas a Mercedes-Benz tentará manter o investimento extra "em um nível gerenciável". Como? Compartilhando o máximo possível entre os veículos a gasolina e elétricos para limitar os custos de desenvolvimento.
A alemã já se preparou para o futuro, fazendo com que seus motores a combustão atendam aos próximos regulamentos da Euro 7. Enquanto isso, ela é uma das poucas montadoras que ainda vende carros com um motor V12, ao contrário da BMW. No cada vez mais raro segmento de sedãs de alto luxo com doze cilindros, a Bentley e a Audi abandonaram seus W12. A Rolls-Royce deve seguir o exemplo no final da década, quando o icônico V12 que o antigo Série 7 costumava ter será aposentado.
Como o atual Classe S receberá um facelift em breve, isso significa que o W223 não será aposentado até mais perto do final da década. Consequentemente, a lógica nos diz que o W224 com motores a gasolina (e talvez a diesel) provavelmente serão oferecidos até o final da década de 2030.
A BMW também não tem intenções de abandonar o Série 7 a gasolina, que já coexiste pacificamente com o i7. Ao contrário da Mercedes-Benz, que tinha meta de ser totalmente elétrica até 2030, a BMW nunca fez tais promessas. No caso da marca bávara, a meta é atingir 50% até o final da década, mas adverte que isso dependerá das preferências dos clientes.
Fonte: Autocar
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