A Stellantis anunciou para o mês que vem seu primeiro modelo com tecnologia Bio-Hybrid, ou seja: que combina eletrificação com motor flex. O comunicado foi feito em Brasília, nesta terça (8/10), durante o evento Liderança Verde Brasil Expo, promovido pelo Ministério de Minas e Energia e com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
No evento, a Stellantis exibiu quatro maquetes de tecnologias híbridas em diferentes níveis que serão gradualmente lançadas no Brasil a partir deste ano: são a Bio-Hybrid (híbrido-leve); Bio-Hybrid e-DCT com transmissões eletrificadas de dupla embreagem (híbrido convencional) e Bio-Hybrid Plug-In (PHEV). A marca também já confirmou que produzirá um carro 100% elétrico (BEV) no país.
Plataforma Bio-Hybrid e-DCT2
Em maio passado, a Stellantis anunciou um investimento de R$ 32 bilhões no Brasil e na América do Sul, o maior da história na indústria automotiva da região. Um dos objetivos deste aporte é desenvolver a tecnologia Bio-Hybrid, que já entrou em produção em Betim (MG), onde também vem sendo feito o desenvolvimento técnico desses híbridos flex. O grupo planeja ter 20% de sua gama composta por modelos eletrificados até 2030, cobrindo as marcas Fiat, Jeep, Citroën, Peugeot e Ram.
O primeiro powertrain, considerado o mais acessível da linha, será do tipo BSG (Belt Starter Generator), ou seja, um híbrido-leve (MHEV). Um pequeno gerador elétrico - que também serve como alternador - carrega uma pequena bateria auxiliar de menos de 1 kWh. Esta pode ser de 12 volts ou 48 volts. O BSG dá uma ajudinha em baixas rotações e também permite ao carro manter velocidade de cruzeiro em reta plana ou banguela, situações em que o motor a combustão é desligado automaticamente. A economia de combustível varia de 10% a 20%.
Plataforma Bio-Hybrid - o sistema mais simples e barato
Os outros dois conjuntos serão um híbrido convencional (HEV) e um híbrido do tipo plug-in (PHEV). No HEV, sistema usado no Toyota Corolla Hybrid, por exemplo, o motor flex convencional trabalha associado com um ou mais motores elétricos, além de baterias. Já o PHEV pode ter sua bateria recarregada na tomada para ampliar autonomia e proporcionar modo de condução puramente elétrico. A Stellantis já oferece o sistema no Brasil, no Jeep Compass 4xe.
“Para a Stellantis, é essencial acelerar o desenvolvimento local de novas tecnologias que combinem eletrificação com motores flex. Incentivamos, ainda, o uso de biocombustíveis como o etanol, que representa uma alternativa competitiva e eficiente para que o país avance com a descarbonização. Esta iniciativa está alinhada à ambição global da Stellantis de zerar as emissões de carbono até 2038, e com nosso objetivo de liderar a mobilidade limpa, segura e acessível na região”, disse o presidente da Stellantis para América do Sul, Emanuele Cappellano.
Fiat Fastback Impetus T200 será híbrido leve
Os primeiros híbridos nacionais da Stellantis deverão ser os híbridos leves de 12 volts. Segundo o “segredeiro” Marlos Ney Vidal, do site Autos Segredos, os primeiros modelos de Betim com essa tecnologia serão o Pulse e o Fastback, nas versões Audace e Impetus, sempre com motor Turbo Flex 200 e câmbio CVT.
Apesar da ajudinha extra do gerador atrelado à correia, não deverá haver aumento de potência máxima (125 cv com gasolina e 130 cv com álcool), mas apenas no torque em baixa. Depois será a vez de os modelos feitos em Goiana (PE) com motor Turbo Flex 270 e câmbio automático serem convertidos em híbridos leves, mas com sistema de 48 volts.
A ideia principal é sempre reduzir emissões, para atender ao programa Proconve L8, que entrará em vigor em três etapas, ao longo de 2025, 2027 e 2029. As metas serão avaliadas com base na média de todos os veículos flex (automóveis ou comerciais leves) vendidos por uma mesma marca, e não mais por cada modelo isoladamente.
É para se enquadrar no Proconve L8 que fabricantes como a Toyota e a Volkswagen também estão desenvolvendo mais versões híbridas para seus modelos produzidos no Brasil.
Durante a exposição em Brasília, foi realizada ainda a cerimônia de sanção da Lei Combustível do Futuro, que estabelece programas nacionais de diesel verde, de combustível sustentável para aviação e de biometano, além de aumentar a mistura de etanol e de biodiesel à gasolina e ao diesel, respectivamente.
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