Já já eu respondo à pergunta. Mas preciso antes te pontuar como cheguei até aqui para defender essa tese. Sou jornalista desde 1991, quando, recém-formado, entrei na redação da revista Quatro Rodas. Nunca mais larguei desse osso. De 2005 para cá, porém, eu “pulei o muro”, em um jargão que usamos na profissão para quem passa a atuar na Comunicação Corporativa.

Trabalhei por três marcas de automóveis e, hoje, tenho uma agência de comunicação que presta serviços de assessoria de imprensa à Porsche Brasil. Foram quase 20 anos distante das novidades do meio automotivo, portanto. Minhas únicas referências passaram a ser os carros das montadoras com as quais trabalhei nessas duas décadas, embora continuasse acompanhando de perto o setor, lendo o máximo possível de novidades e avaliações para tentar me atualizar.

Ford Maverick FX4 na pista de Tatuí

Ford Maverick FX4 na pista de Tatuí

Curto e grosso: sim, você precisa, e muito, do jornalista automotivo. E eu explico o porquê. Dias atrás, eu participei de um evento da Ford no Centro de Desenvolvimento Tecnológico de Tatuí, interior de São Paulo. A marca reuniu um pequeno grupo de jornalistas para apresentar, na prática, algumas inovações criadas naquele campo de provas que integram o atual line-up de modelos da marca.

Após visitas a alguns laboratórios, o grupo foi para as pistas para experimentar as tais inovações. Teve o funcionamento do ADAS do Mustang eTech, o 0 a 100 km/h cronometrado (no painel de instrumentos) do Mustang GT, mais algumas demonstrações de Bronco e F150... e a cereja do bolo: o sistema de controle de tração e estabilidade da Ford Maverick em pisos de baixa aderência. Entro, como passageiro, a bordo da picape e o piloto de provas Luiz Gozzani arranca rumo a uma pista de cascalho. Ela era larga, com curvas de alta. Mas não era asfalto. Era o tipo de piso e pista que um piloto de rally daria tudo para ter como treino.

Já tinham me prevenido que o Gozzani era um craque. Só que, na minha cabeça, com as tais referências automotivas que eu tinha, fazer a aproximação a uma curva a mais de 160 km/h não era exatamente muito prudente naquele tipo de piso. Só que isso era o que EU achava. E, depois dessa longa introdução, eu explico o porquê de você precisar do jornalista especializado.

Ford Maverick FX4 na pista de Tatuí

Ford Maverick FX4 na pista de Tatuí

Logo na primeira curva, em “U” de raio longo, pensei comigo: “não fez”. Mas a Maverick fez. E usou muito menos a habilidade do piloto do que eu poderia supor. A eletrônica do ESP é tão aprimorada, e ele foi tão didático nas explicações ao vivo, que eu entendi perfeitamente o quanto os meus parâmetros estavam superados. Ele golpeou o volante exageradamente com o objetivo de pendular a traseira para mostrar a ação da eletrônica. Incrível.

A traseira da picape ameaçou o sobresterço e aquietou, contornando até com facilidade. E assim, sucessivamente, nas 20 curvas seguintes do traçado. O Gozzani provocava a traseira do carro, e nada acontecia. Nas saídas de curvas, ele exigia o acelerador a fundo, o que me remetia logo a uma possível saída de frente. Nada. A Maverick tracionava de forma exemplar.

Eu estava superado nas minhas referências. Tão simples como isso.

Ford Maverick FX4 na pista de Tatuí

Ford Maverick FX4 na pista de Tatuí

Logo pensei no consumidor comum. Esse cliente, que é você, vai trocar de carro a cada 2 ou 3 anos. Dependendo do segmento que você estiver pensando em adquirir o carro novo, como um SUV, por exemplo, esse período terá tido mais de 10 ou 12 lançamentos. Como você poderia se atualizar? Por certo, o test drive de concessionária jamais te fornecerá os novos parâmetros do que os carros recém-lançados trazem de inovação. E eu nem me refiro somente ao comportamento dinâmico, como o exemplo que eu tive. Mas às novidades de conectividade, à lista de novos opcionais, ao posicionamento de preços.

Quando você lê o Thiago Moreno elogiar os botões no painel do Toyota RAV4 PHEV, aqui nesse link, é porque ele já testou todos os concorrentes e consegue te apresentar uma referência atualizada que justifica essa opinião. Eu não tenho (vou recuperar, aguarde...) condições de emitir esse tipo de opinião até retornar à cobertura intensa do setor, como o Thiago, e os demais colegas do Motor1.com Brasil, realizam. E você, como consumidor, talvez tenha a mesma dificuldade. Por isso, consuma as notícias do Motor1.com Brasil sem moderação.

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