Anunciada recentemente pelo Departamento de Comércio, a ideia de proibir nos Estados Unidos a comercialização de veículos equipados com softwares e hardwares produzidos na China poderá afetar diretamente empresas estadunidenses. É o que revela reportagem da agência de notícias Reuters, alertando para os impactos gerados e as consequências diretas possivelmente sofridas por marcas como Ford e General Motors.
A proposta lançada pelo governo norte-americano prevê a "proibição da venda ou importação de 'veículos conectados' que incorporem tecnologias ou componentes específicos de países 'preocupantes', especificamente China e Rússia". A China é o principal alvo dos EUA em razão dos potenciais riscos à segurança nacional. O governo acredita que veículos conectados chineses sejam capazes de "coletar dados confidenciais do motorista e do passageiro e registrar informações detalhadas sobre a infraestrutura americana".
A regra proposta tem como alvo sistemas de veículos conectados projetados, desenvolvidos, fabricados ou fornecidos por entidades com “nexo suficiente” com China ou Rússia. Além disso, foca em aspectos relacionados à conectividade como Bluetooth, conexão com celulares, satélite, Wi-Fi e sistemas de direção automatizados. Se confirmada, a proibição para softwares entrará em vigor para veículos ano-modelo 2027, enquanto as restrições de hardware passarão a valer em 2029.
A grande questão é que, apesar de ser direcionada para empresas chinesas, a medida poderá impactar também fabricantes norte-americanas. Ford e General Motors, por exemplo, produzem na China e vendem nos EUA os modelos Lincoln Nautilus e Buick Envision, respectivamente . Com a nova regra, ambas seriam impedidas de importá-los. No primeiro semestre de 2024, o primeiro vendeu 22.000 unidades, enquanto o segundo emplacou 17.500 exemplares.
EX30 produzido na China poderá (ou não) ser vendido nos EUA
"Prevemos neste momento que qualquer veículo fabricado na China e vendido nos EUA estará sujeito às proibições", disse Liz Cannon, chefe do escritório de tecnologia da informação e comunicação do Departamento de Comércio. Segundo Liz, Ford e GM estão cientes das consequências e nos próximos anos "precisarão encerrar a produção desses veículos na China e transferi-la para outro lugar". Apesar disso, admitiu que permitiria às empresas "autorização específica" para continuar vendendo veículos ou componentes.
Impactos também serão sentidos pela BYD, que produz ônibus elétricos em Lancaster, Califórnia, e importa uma série de componentes eletrônicos da China. A Volvo também vende nos EUA carros produzidos em fábricas chinesas e disse que no momento está "analisando qualquer impacto potencial que possa ter sobre nós e a indústria automobilística nos EUA".
Fonte: Reuters
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