Teste Mercedes-AMG GLE 63S Coupé: a magia do V8 biturbo!
Com mais de 600 cv, mistura luxo e desempenho por R$ 1,3 milhão!
Há décadas que as montadoras alemãs são referência ao reunir esportividade com luxo. Quando chegou a era dos SUVs, não foi diferente e todas tem alguma opção neste segmento com essas características. No caso da Mercedes-AMG, desde o GLA até Classe G podem ser assinados pela divisão esportiva. Se você não curte o visual "quadradão" do G-Class, o GLE é o máximo que você pode ter.
No Brasil, a marca optou por separar as versões do AMG GLE pelas carrocerias: o mais manso ficou no SUV, enquanto a configuração mais nervosa ficou na coupé, com nome completo de Mercedes-AMG GLE 63 S 4Matic+, o monstro com o V8 4.0 biturbo de 612 cv e 86,7 kgfm que mistura força com luxo digno de um...Mercedes-Benz GLE Coupé. E quase esqueci: a etiqueta de R$ 1,3 milhão.
Não dá pra dizer que é discreto
As linhas GLC e GLE tem um DNA de design bem interessante. No caso do GLE Coupé, é imponente por ser grande, com quase 4,95 m de comprimento, com o charme das linhas arredondadas nas laterais e traseira, sem a necessidade dos cortes e ângulos para a sensação de robustez. Com o kit esportivo, a grade dianteira é grande e os parachoques recebem entradas e saídas de ar com efeitos aerodinâmicos. Quatro saídas de escapem denunciam que há algo a mais sob o capô.
As rodas de 22" tem talas diferentes entre os eixos, com incríveis pneus 325/35 no traseiro, e nem parecem tão grandes no GLE Coupé. Neste caso, temos a cor Vermelho Hyacinth (R$ 14.500) que dá mais destaque ao SUV esportivo e combinou com todo o pacote. No fim das contas, a assinatura AMG não chama tanta atenção além do que um GLE Coupé "normal" faria nas ruas, a não ser pelo belo ronco.
Por dentro, um acabamento que mistura materiais como o couro e alumínio com o toque de esportivos da fibra de carbono. As duas telas integradas não fogem do que tanto vemos nos modelos atuais, mas a reestilização trouxe o novo volante de três raios com botões sensíveis ao toque e dois seletores que configuram modos de condução e outros parâmetros do carro, como sistema de escape, suspensão adaptativa, motor e transmissão.
Luxuoso e rápido!
Você poderia optar por um Mercedes-Benz GLE Coupé 450d, que custa R$ 844.900 e tem boa parte deste luxo com um motor 6-cilindros em linha, 3.0 turbo, com 367 cv e 76,5 kgfm de torque. Mas se você escolheu o GLE assinado pela AMG e optou pelos R$ 1,3 milhão, lógico que ele vai oferecer o que um esportivo AMG tem.
Primeiro, o coração de tudo. Como manda a tradição da AMG, o V8 4.0 biturbo é assinado pelo engenheiro que o construiu a mão. Os dois turbos de duplo fluxo estão entre os cabeçotes para respostas mais rápidas, sendo que cada bancada tem comandos variáveis no escape e admissão, além de injeção direta e indireta para alimentar os 612 cv e 86,7 kgfm. O M177 tem um sistema híbrido-leve de 48 volts, com um motor/gerador de 22 cv e 25,5 kgfm para auxiliar em algumas situações.
Muita eletrônica ajuda na relação luxo-esportividade do GLE 63S. Esse motor está instalado em coxins adaptativos, que vão de peças que filtram as vibrações a um conjunto rígido para não desperdiçar nada que o V8 biturbo joga no chão, com respostas mais rápidas. O próprio câmbio automático de 9 marchas varia de "não estou aqui, apenas fazendo meu serviço quieto" a "toma pancada nessa troca, amigão!", tudo selecionável pela tela e volante.
Apesar dos mais de 600 cv, é um SUV dócil e confortável no dia a dia. A suspensão é a ar, com amortecedores adaptativos e um sistemas anti-rolagem ativo, ligado ao sistemas 48 volts, então temos praticamente o mesmo conforto de um GLE normal e, se deixar o sistema de escape no modo mais silencioso, o lado AMG é imperceptível. Inclusive, o V8 biturbo tem desativação de cilindros no modo Conforto, atuando de 1.000 a 3.500 rpm e em baixa carga de acelerador com quatro dos oito cilindros. Assim chegamos aos 6,4 km/litro na cidade e 9,5 km/litro na estrada, números bons para este porte e potência.
O amplo espaço interno, ar-condicionado de quatro zonas, diversos sistemas de assistência e condução autônoma e até um sistema de som de alta qualidade da Burmester. Tudo isso é um pacote digno de um SUV de luxo e moderno que não te impedirá de nada no uso comum, ainda mais com seu preço e a sua importância, como já falamos em como os alemães aprenderam. Mas quem disse que ele não pode andar bem rápido, como um esportivo de verdade?
O clássico V8 biturbo da AMG...
Muita gente está criticando a Mercedes-AMG por ter tirando o seu clássico V8 biturbo dos menores carros, com o C 63, que virou híbrido. Para a alegria do mundo, o GLE segue com este motor, auxiliado pelo sistema híbrido-leve. E o 63S não é apenas um SUV grande com motorzão, mas digno de fazer bonito nas pistas, se assim desejar em momentos de...lazer.
Os modos mais esportivos de condução tem até níveis - Basic, Avanced, Pro e Master. Um modo RACE joga o máximo de tudo o que for configurável para o desempenho, inclusive o sistema de tração integral com bloqueio central e do diferencial traseiro. Suspensão fica mais baixa e firme, direção variável mais direta e um acelerador mais responsivo para acordar os 612 cv.
Ele não tem controle de largada, mas vai aos 100 km/h em 4,1 segundos, segundo nosso teste. Empurra os ocupantes contra os bancos, faz as trocas rápidas e ganha velocidade com um V8 elástico, que não perde fôlego tão cedo - o pico de potência vai a 6.500 rpm. Lembrando que estamos com um carro de 2.505 kg!
O que mais surpreende é como esse SUV contorna curvas, principalmente rápidas. O sistema de tração tem uma boa parte nisso, distribuindo o torque que, em alguns momentos, vai boa parte para o eixo traseiro, blocado, dando aquela sensação maravilhosa de ver uma traseira viva, apontando a dianteira onde precisa na curva com um fácil controle tanto de direção quanto pelo próprio acelerador. Sim, dá pra andar de lado!
Nos freios, pinças de 6 pistões que não cansam mesmo quando desafiadas ao máximo. O que cresce em velocidade, também para, e toda aquela calma de modos mais normais se transformam em um SUV digno de assinatura AMG, com um ronco maravilhoso, rápido e com uma dirigibilidade afinada para virar rápido seja nas estradas (com moderação) ou nas pistas.
Com esta potência e preço, a concorrência é pesada: BMW X6 M Competition (625 cv a R$ 1.298.950), Audi RSQ8 (600 cv a R$ 1.269.990) e Porsche Cayenne Turbo GT (659 cv a R$ 1.410.000), todos da mesma escola alemã que mistura esportividade e uso diário. Qual seria a sua escolha? Difícil...
Mercedes-AMG GLE 63S Coupé
RECOMENDADO PARA VOCÊ
Mercedes-AMG GLE 53 2025 chega à Europa como híbrido plug-in com 544 cv
Veja quais foram os carros mais vendidos do Reino Unido em 2024
"SUV mais rápido do mundo" chega como o SUV mais caro do Brasil
Sim, alguém pagou R$ 200 mil em um Chevette
Brabus AMG GLE 63 S 900 Rocket é o SUV mais rápido do mundo
Ram quer entrar no mercado de minivans com modelo familiar
Mercedes-AMG GLE 63 S e GLS 63 são apresentados com mais de 600 cv