O Ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, anunciou que a partir de segunda-feira, 2 de setembro, o imposto chamado "PAIS" (Por una Argentina Inclusiva y Solidaria") será reduzido. Trata-se de um imposto criado pelo então presidente Alberto Fernández quando assumiu o cargo em dezembro de 2019 e que o atual presidente Javier Milei aumentou quando assumiu o cargo em dezembro de 2023.
A alíquota do PAIS hoje tem um impacto de 17,5% e, a partir de segunda-feira, cairá para 7,5%.
Esse imposto se aplica às importações feitas com o chamado "dólar oficial" vendido pelo Banco Central de lá. O imposto não afeta outros dólares financeiros, que nunca pagaram esse imposto. Também não haverá mudanças no chamado "dólar turismo", que continuará pagando o PAIS de 17,5%.
No setor automotivo, a redução do imposto afetará tanto as peças quanto os carros que entram na Argentina com dólares do Banco Central. Com isso, modelos fabricados no Brasil e oferecidos por lá poderão ficar mais em conta para os argentinos. Da mesma forma, a redução das tarifas para a importação de peças também pode afetar o bolso dos brasileiros. Como grande parte das picapes médias oferecidas aqui são feitas na Argentina, a redução da tributação pode deixar os carros que são importados de lá mais baratos.
No mercado automotivo, não são esperadas grandes mudanças no grupo de importadores privados, que há algum tempo operam com dólares financeiros ou próprios, também conhecidos como "dólar Frank Sinatra". Por outro lado, tornará a importação de automóveis mais barata para as montadoras associadas à Adefa, que reúne as fabricantes locais daquele país. Em sua maioria, utilizam o dólar do Banco Central para essas operações.
A redução também deve ter impacto no custo de produção dos carros argentinos. Lembremos que, em média, os veículos de lá têm entre 50% e 90% de suas peças importadas (varia muito de acordo com a fábrica e o modelo). Esses componentes são pagos com dólares oficiais do Banco Central, que agora pagarão uma redução de 10 pontos na alíquota do PAIS.
As montadoras e concessionárias consultadas por nossos colegas do Motor1.com Argentina sobre as mudanças nos preços devido à redução do imposto PAIS relutaram em falar sobre grandes reduções no valor do 0km: "Com a inflação parecendo ter se estabilizado em 4% ao mês, é muito provável que em setembro os preços não caiam muito, mas que não haja grandes aumentos. O mercado ainda está trabalhando com grandes descontos, embora não esteja descartada a possibilidade de algumas empresas promoverem bônus para mostrar seu apoio à medida do governo. Em resumo, Caputo e Milei estão fazendo o que estamos pedindo há meses: impostos mais baixos".
Volkswagen Amarok 2025 - Lançamento oficial na Argentina
O ministro Caputo se comprometeu a eliminar completamente o imposto PAIS até o final do ano. Na prática, a medida que seria tomada seria não renovar sua validade para 2025 e deixar a regulamentação atual expirar em 31 de dezembro.
Em resumo, a redução do imposto PAIS é analisada no mercado automotivo como um sinal positivo do governo. Se isso reduzirá o preço dos carros é outra questão: "Hoje o preço é definido pela demanda e não pela oferta", explicou o diretor de vendas de uma montadora. "Desde janeiro, ficou demonstrado que o poder do consumidor, ao validar ou não um aumento excessivo no preço do 0km, tem um impacto muito maior no mercado do que qualquer medida ou incentivo governamental", acrescentou.
Portanto, o conselho mais sólido para o consumidor continua sendo o mesmo: "Se parecer caro, não compre".
RECOMENDADO PARA VOCÊ
Geely e BYD entram no Top 10 global de montadoras; Suzuki fica de fora
Jaguar revela novo logotipo e sinaliza como será 'recomeço elétrico'
À espera do Toyota Yaris Cross, Sedan deixará de ser produzido em novembro
Black Friday GM: Onix e Tracker têm R$ 13 mil de desconto e taxa 0%
Electric Days: brasileiro prefere elétrico e híbrido plug-in, diz ABVE
"Vinte porcento das pessoas que experimentam a Amarok a compram"
Honda HR-V sobe de preço e passa de R$ 200.000; veja tabela