Se por um lado o mercado nacional tem mostrado um bom ritmo de vendas em 2024, a indústria não está tão animada de forma geral por conta na queda da produção e também da exportação. O cenário fez com que a Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) revisasse suas projeções para o ano, antecipando um crescimento menor na quantidade de veículos fabricados.

Os emplacamentos seguem bons e acima do ritmo que a Anfavea esperava para 2024. As vendas chegaram a 1,14 milhões de unidades, o que representa 14,6% mais do que em 2023, contabilizando carros, comerciais leves, caminhões e ônibus. A associação projetava que o mercado interno chegaria a 2,45 milhões de veículos vendidos no Brasil, o que seria um crescimento de 6,1%.

Este resultado levou a uma nova projeção, com um aumento de 10,9% nas vendas ao ano, com o argumento de que o ritmo de emplacamentos pode manter o crescimento de 5% mensal ao longo do 2º semestre. Apenas em junho, foram empalcados 214,3 mil veículos, 10,3% mais do que em maio, quando foram registrados 194,3 mil unidades.

O que acendeu o sinal amarelo para as fabricantes foi a produção ter ficado estagnada, crescendo somente 0,5% para chegar a 1,138 milhões de unidades no 1º semestre. A justificativa, de acordo com a entidade, é a queda acentuada nas exportações, que recuaram 28,3% em comparação à primeira metade de 2023. “Desde 2009 o Brasil não tinha um 1º semestre tão fraco [nas exportações], à exceção de 2020”, afirma a Anfavea. Agora a associação acredita que a produção crescerá somente 4,9%, com 2,44 milhões de veículos fabricados.

Volkswagen Polo - Exportação

A exportação é um tema recorrente para a Anfavea, que diz ter perdido participação de mercado por conta do aumento na concorrência, principalmente de modelos chineses. “Desde 2015, é a primeira vez que as exportações ficam abaixo das importações”, disse Márcio de Lima Leite, presidente da associação. Porém, a maior queda foi nos países do Mercosul, onde o mercado automotivo no geral caiu 19% e isso envolve as nações que mais recebiam veículos brasilerios, como Argentina e Paraguai. Agora, a associação das fabricantes acredita que o Brasil exportará 320 mil veículos, uma queda de 20,8%.

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