A cobrança sobre como atuam em pós-vendas é muito maior quando falamos em marcas recém-chegadas, principalmente se forem chinesas. Nas últimas apresentações sobre essas chegadas, executivos deixam bem claro que sabem o quanto o brasileiro valoriza isso e o quanto estão preocupadas em ter desde o atendimento em concessionárias até a disponibilidade de peças. A GWM não esconde que tem uma boa referência nesse aspecto.

A empresa faz um controle intenso sobre seus concessionários. Cada nota fiscal emitida de peças passa pela montadora para conferência de valores, garantindo que a tabela está sendo seguida e não prejudique tanto o consumidor quanto crie um mercado de peças mais baratas para abastecer o mercado externo - algo que acontece quando há um estoque excessivo nos concessionários. 

Para evitar também estes estoques, a GWM trabalha com um sistema que verifica em tempo real o que há nas concessionárias e envia conforme isso vai saindo para o consumidor, além de fazer uma base de números conforme uma necessidade daquele momento, como itens de revisão, de desgaste ou até mesmo de funilaria e outros componentes de menor giro em estoque. Consegue atender os clientes em tempo hábil e não cria um estoque nas concessionárias que não será consumido, gerando um prejuízo ou dinheiro parado sem necessidade. 

Referência de outras marcas - principalmente Toyota

As chinesas não escondem que contratam funcionários de outras montadoras. Já experientes com o mercado brasileiro, são pessoas que assumem funções importantes nessa estratégia e também usam seus aprendizados para criar sistemas e colocar isso nas ruas. A GWM não esconde que sua principal referência foi a japonesa Toyota

Entre a linha Haval e Ora, são cerca de 3.700 componentes registrados, algumas coisas compartilhadas. A GWM tem um centro de distribuição de peças em Cajamar, dentro de um condomínio de fácil acesso as principais rodovias e aeroportos e que já possui outras grandes empresas, inclusive outras montadoras. Isso também facilita o processo, já que compartilha até mesmo os transportes, como caminhões, e furgões. 

A GWM diz que 98% dos pedidos feitos até hoje foram atendidos com peças disponíveis neste centro - os 2% são componentes que estavam em tráfego da China para cá ou que não teriam uma saída tão imediata naquele momento. Hoje, são 523 mil peças neste centro, com 96% de atendimento para o Haval e 97% do Ora, inclusive baterias, módulos, componentes de motor e transmissão, funilaria e outros pequenos itens. 

Itens como óleos e fluídos; pneus e baterias de baixa voltagem são fornecidas direto por fornecedores no Brasil. Isso garante a velocidade e controle de valor até mesmo quando os concessionários são abastecidos diretamente por estas empresas. As demais vem da China, com funcionários dedicados por este controle entre os dois países, inclusive com a função de regular cada necessidade e cada época. 

Desde a colocação de um pedido na China até a chegada ao CD são cerca de 4 meses para itens comuns e, caso seja uma urgência, varia de 2 semanas a 30 dias. Se no estoque, um item urgente leva de 1 a 5 dias para chegar ao concessionário GWM em qualquer lugar do país, inclusive por aéreo.

Tudo isso evita que o concessionário empurre serviços ou peças que não necessários - punidos com multa pela GWM caso seja descoberto - e também tenha componentes não necessários em estoques, gerando um problema tanto de logística quanto fluxo de caixa. Ao mesmo tempo, o cliente precisa ser atendido em tempo hábil, ou tudo o que as marcas chinesas estão conquistando irá ao lixo por pouco. 

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