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Ex-CEO da Volkswagen critica tarifas para carros elétricos chineses

Herbert Diess acredita que estratégia ocidental contra a China resultará em inflação e atrasos na eletrificação

Herbert Diess At The Wheel Of the VW ID.3

A estratégia de sobretaxação adotada por Estados Unidos e Europa contra carros elétricos chineses parece despertar bastante preocupação entre as grandes empresas do setor. O CEO da Stellantis, Carlos Tavares, já se posicionou contra a medida em entrevista recente e, agora, o ex-chefão da Volkswagen segue pelo mesmo caminho ao criticar diretamente a posição protecionista que vem sendo adotada.

Durante conferência organizada pela agência Bloomberg em Munique, na Alemanha, Herbert Diess argumentou que a crescente disputa comercial entre o Ocidente e a China poderá alimentar fortemente a inflação e atrasar os planos globais de transição para uma economia mais limpa. “Se este conflito ficar fora de controle e for longe demais, o mundo inteiro sofrerá muito”, completou Diess, que atualmente é presidente da fabricante de chips Infineon Technologies.

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As discussões sobre a implementação de sobretaxas para veículos chineses começou depois de a União Europeia acusar o governo de Pequim de praticar dumping e fornecer subsídios injustos para montadoras locais. As tensões têm aumentado ainda mais nas últimas semanas em razão dos debates finais que estão sendo realizados sobre a aplicação das tarifas. A decisão oficial do bloco deverá ser anunciada ainda neste mês.

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Por sua vez, a China já sinalizou que retaliará a União Europeia ao ampliar de 15% para 25% a tarifa sobre veículos importados oriundos da região. Em 2023, o mercado chinês importou cerca de 250.000 automóveis com motorização acima de 2.5 litros (principal alvo da medida). Montadoras europeias de luxo seriam as mais afetadas. Além disso, o país indicou que as retaliações poderiam alcançar o setor de produtos químicos, do qual é grande fornecedor global.

Ainda sobre o assunto, Diess afirmou que o mundo deveria estar “muito feliz” com o fato de a China ter investido tanto em tecnologia de energia renovável. “Não creio que nenhum outro país pudesse ter ampliado isso até agora e por um preço tão baixo”, disse.

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