A Toyota anunciou em março que irá fechar a fábrica em Indaiatuba (SP), transferindo a produção do sedã Corolla para Sorocaba (SP), onde a empresa monta todos os demais modelos de sua linha nacional. A notícia não foi bem aceita pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região, que logo iniciou uma disputa, querendo impedir que a Toyota fechasse o complexo.
Dois meses depois, o sindicato acabou cedendo, mas sem antes negociar um aumento no pagamento para quem aderir ao Programa de Demissão Voluntária (PDV). O objetivo da Toyota é levar os funcionários de Indaiatuba para Sorocaba, para que continuem trabalhando na linha de montagem do Corolla, com a meta de manter 100% dos empregos.
Mas, como a lei pede, a empresa fez um PDV para atender quem não quiser se mudar, oferecendo 30 salários nominais, e mais um por cada ano trabalhado. O sindicato não aceitou e começou a negociar um valor melhor. A fabricante ofereceu 35 salários e o sindicato apontou para a recomendação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de 40 salários.
No final, o pacote foi elevado para 45 salários nominais, mais dois por ano trabalhado. Todos os funcionários terão estabilidade no emprego até julho de 2026, cinco meses antes do fim do processo de transferência da fábrica, com convênio médico e Cartão Cesta por 46 meses a partir da data de demissão.
Quem optar por continuar trabalhando em Sorocaba terá o emprego garantido até julho de 2029. Se quiser continuar em Indaiatuba, receberá 2 salários mais R$ 15 mil, enquanto quem aceitar se mudar de cidade ainda receberá mais 2,4 salários. Há também uma cláusula de arrepedimento, permitindo que o funcionário tenha 7 meses para mudar de ideia e pedir demissão, recebendo o mesmo pacote negociado, descontando os valores recebidos na transferência.
Há outros detalhes, como a possibilidade de resgatar até R$ 50 mil do Toyota Previ, plano de previdência privada da empresa, e a Participação de Lucros e Resultado (PLR) de 2024, que será de R$ 21 mil. No entanto, também há restrições sobre quem pode receber o pacote do PDV. Estão impedidos funcionários em cargos executivos (a partir de gerentes), aprendizes, estagiários, expatriados e empregados com ação judicial em andamento.
Com o fim das negociações, a Toyota conseguirá transferir o maquinário para Sorocaba e voltar a produzir em Indaiatuba. A greve dos funcionários afetou tanto o complexo em Sorocaba quanto a fábrica de motores em Porto Feliz (SP), uma vez que a linha de Indaiatuba produz alguns componentes para a linha Yaris e o Corolla Cross. Sem montar esses carros, a empresa teve que segurar a operação da Porto Feliz.
A transferência da produção do Corolla para Sorocaba não é uma surpresa. O complexo é mais moderno e está preparado para montar o sedã, pois já monta um modelo com a mesma plataforma TNGA-C, o Corolla Cross. Indaiatuba, por sua vez, fabricava somente o Corolla, que já não tem mais um volume grande o suficiente para justificar a manutenção da fábrica.
Agora que a situação está resolvida, a Toyota continuará a trabalhar no seu próximo lançamento, o inédito Yaris Cross, que começará a ser produzido no final do ano e chegará às concessionárias em 2025. Há planos também para uma nova picape menor que a Hilux, com carroceria monobloco, para entrar no mesmo segmento que a Fiat Toro.
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