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Stellantis não vê demanda dos clientes por motor 100% a etanol

Sem interesse do consumidor, fabricante acredita que empresas podem gerar uma demanda para acelerar descarbonização

Jeep Renegade Sport 1.3T 2022

Em meio a tantas discussões sobre o uso do etanol, a Stellantis foi a única que deu um passo adiante no uso do biocombustível, desenvolvendo um motor turbo conhecido como E4, que funcionaria somente com etanol. O projeto, de 2019, foi engavetado e continua lá, sem uma previsão de ser lançado, pois a fabricante não vê uma demanda por parte dos clientes, ao menos neste momento.

Emanuele Cappellano, presidente da Stellantis na América do Sul, diz que o projeto não foi descartado e que o motor “está lá na prateleira”. “Nós vimos um interesse, talvez mais do que de pessoas físicas, nós vimos o interesse em alguns clientes. Mas ainda não estamos percebendo uma forte demanda para etanol puro híbrido. Mas se tiver, está lá, a tecnologia está pronta. Não precisamos trabalhar seis meses com a engenharia, já está lá na prateleira”, explica o executivo.

Cappellano diz que a Stellantis fez estudos e que não encontrou uma demanda de pessoas físicas, que querem poder escolher qual combustível é mais vantajoso, seja financeiramente ou em autonomia. Por outro lado, o chefe da fabricante na América do Sul vê uma possível demanda futura por parte das empresas, para atingir as metas de descarbonização, o que poderia tornar-se um primeiro passo para este propulsor.

O motor E4 foi criado com base nos propulsores da linha GSE, com turbocompressor. Por usar somente etanol, evitaria os problemas recorrentes dos motores flex, trazendo um ajuste específico para trabalhar com etanol, usando uma taxa de compressão de 13,5:1, bem acima dos 10,5:1 dos 1.0 e 1.3 turboflex. Aproxima-se até do motor 2.0 turbodiesel, ainda usados por Toro, Compass, Commander e Rampage e que tem uma taxa de 16,5:1. Este valor compensaria a densidade energética e reduziria as perdas, aproveitando melhor a energia gerada. Isto não é possível no motor flex por ter que usar uma outra taxa de compressão, bem menor, para que funcione também com gasolina.

Como ainda não tem uma previsão de ser lançado, a Stellantis não dá detalhes sobre como utilizaria este motor e com qual tipo de eletrificação seria combinado. Em uma apresentação feita em 2023, a fabricante citava a possibilidade de combinado a um sistema micro-híbrido e a um híbrido convencional.

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