A Renault Argentina lançou o novo Mégane E-Tech no mercado argentino ontem (22/4), já tendo iniciado as vendas. Foi uma grande festa para a marca no Teatro Colón, onde a empresa anunciou a chegada do novo modelo elétrico, mas também anunciou outros lançamentos, como a chegada do Arkana.
Em uma sala separada do evento, o presidente da Renault Argentina, Pablo Sibilla, reuniu-se com um grupo de jornalistas na noite passada. Nossos colegas do Motor1.com Argentina não foram convidados para essa "coletiva de imprensa", embora tenham obtido o áudio completo da conversa. Tivemos acesso à gravação graças a um celular colocado sobre a mesa por um colega.
Pablo Sibilla falou a um grupo de jornalistas ontem à noite no Teatro Colón.
Nesse bate-papo, Sibilla falou sobre o Mégane E-Tech, o Arkana e os próximos lançamentos da marca no país, mas também contou detalhes da reunião da qual participou há alguns dias no Ministério da Economia Nacional da Argentina. Lá, ele se reuniu com o ministro Luis Caputo. Sibilla participou em sua dupla função de presidente da Renault Argentina e vice-presidente da Associação de Fabricantes de Automóveis da Argentina, a Adefa.
Mas Sibilla elaborou vários detalhes dessa reunião, na qual as montadoras pediram ao governo que reduzisse os impostos sobre veículos, especialmente sobre os modelos produzidos internamente e destinados à exportação. O diálogo completo de Sibilla com o grupo de jornalistas está reproduzido abaixo.
Sobre benefícios a carros elétricos Sibilla comentou que "a prioridade do governo no momento é regularizar as contas fiscais e toda a sua energia está voltada para isso. Não me parece que seja uma questão que esteja na agenda a curto prazo. Obviamente, estamos interessados em continuar a desenvolver a eletromobilidade, mas não vejo isso a curto prazo".
Já sobre a possibilidade de uma redução na carga tributária dos automóveis argentinos, o presidente da Renault de lá afirmou que "É importante entender que uma coisa é a situação do mercado automotivo e outra é a receita do governo. É sempre necessário medir o impacto que essa medida pode ter sobre a receita. Em nossas discussões com o governo hoje, estamos mais focados na competitividade em nível nacional para melhorar as exportações. Se o mercado interno cair, isso é algo que às vezes acontece, pois são períodos de ajuste na economia. Mas os fluxos externos devem nos permitir compensar esse declínio interno".
Foto de 11 de abril: a reunião de Sibilla e outros presidentes de terminais automotivos agrupados na Adefa com o Ministro da Economia, Luis Caputo. Sibilla contou ontem à noite no Teatro Colón os detalhes dessa reunião.
"Nada pode ser para amanhã, mas temos de fazer algo para melhorar a competitividade da Argentina. Hoje, a Argentina exporta entre 22% e 25% de impostos para cada carro de fabricação nacional que é enviado ao exterior. O mesmo carro exportado do Brasil é taxado em 7%, enquanto um exportado do México é taxado em 0%", acrescentou o executivo.
Sibilla ainda comentou que essa diferença de tributação é levada em consideração na hora de as montadoras direcionarem investimentos. "Estamos pedindo que a produção não seja tributada. Se você quiser, pode tributar o consumo, mas não a produção. Isso é o que muitos países fazem. Essa diferença pode ser vista no Brasil, onde no primeiro trimestre as montadoras anunciaram investimentos de 20 bilhões de dólares entre as diferentes marcas".
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