De acordo com uma reportagem do Automotive News Europe, o presidente da Stellantis, John Elkann, teria negado veementemente os rumores de fusão com a Renault, em resposta a especulações da imprensa europeia sobre uma possível união liderada pela França entre as duas fabricantes de automóveis.
Em comunicado divulgado na segunda-feira, Elkann declarou: "Não há planos em consideração referentes a operações de fusão com outros fabricantes". Ele reiterou o compromisso da Stellantis com um plano destinado a reunir o governo italiano e todas as partes interessadas da indústria automobilística para enfrentar os desafios da transição elétrica.
As especulações sobre a fusão foram intensificadas após relatos do jornal italiano Il Messaggero, sugerindo que o governo francês, maior acionista da Renault e com participação na Stellantis, estaria estudando um plano de fusão entre os dois grupos. A França estaria considerando essa união para fortalecer sua posição no setor automotivo e enfrentar a crescente concorrência chinesa e alemã, conforme indicado pela publicação italiana.
Em consequência das especulações, as ações da Renault teriam subido mais de 4% na segunda-feira (6/2), impulsionadas por especulações da mídia sobre a possível fusão, mas reduziram os ganhos para 1% após os comentários de Elkann.
A Automotive News Europe relembrou que, após a saída da Rússia, que era o segundo maior mercado da Renault na época, e a redução da cooperação global com a Nissan, a montadora francesa tem sido vista como um potencial alvo de fusão e aquisição. A recente desaceleração no mercado de veículos elétricos levou a Renault a cancelar os planos de abertura de capital de sua unidade de veículos elétricos e software, Ampere, intensificando ainda mais as especulações.
Apesar da recuperação financeira nos últimos anos, a Renault mantém um valor de mercado relativamente baixo, pouco acima de 10 bilhões de euros. Em contraste, a Stellantis é considerada um dos grupos mais lucrativos da indústria automotiva atual, com um valor de mercado superior a 85 bilhões de euros.
Renault Twingo Concept 2023
Analistas na Europa já estão questionando a lógica de uma possível fusão entre Stellantis e Renault. A interpretação é a de que a Europa não seria a prioridade para qualquer atividade potencial de fusão da Stellantis com a francesa, argumentando que a Renault não oferece escala significativa em outras partes do mundo. Dessa forma, um acordo enfrentaria obstáculos antitruste.
Carlos Tavares, CEO da Stellantis, comentou na semana passada sobre os desafios enfrentados pela indústria automotiva, incluindo a ascensão dos fabricantes chineses, os esforços da União Europeia para eliminar os motores a combustão e contratos onerosos com sindicatos, destacando a crescente probabilidade de fusões e aquisições. Tavares afirmou que a Stellantis está se preparando para uma era de consolidação na indústria automotiva.
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