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"Javier Milei é um perigo para a indústria automotiva da Argentina"

Frase veio de líder sindical no país vizinho, que pede votos para o rival Sergio Massa

Ricardo Pignanelli (esq.) líder do SMATA e Javier Milei (dir.), candidato à presidência da Argentina

Faltando apenas uma semana para as eleições presidenciais na Argentina, o sindicato que representa a maioria dos trabalhadores da indústria automotiva nacional divulgou uma carta convocando seus afiliados a votar em Sergio Massa e advertindo que uma possível vitória de Javier Milei coloca em perigo as fábricas de veículos e componentes estabelecidas no país vizinho.

O texto, assinado por Ricardo Pignanelli, líder da SMATA (Sindicato de Mecânicos e Afins do Transporte Automotor), foi enviado aos 117 mil operários afiliados a este sindicato, que tem presença nas principais montadoras e plantas de autopeças estabelecidas na Argentina.

Destaques da carta

Aberrante: "Estamos enfrentando uma série de propostas por parte de Javier Milei que ameaçam (de maneira aberrante) enfraquecer o sistema sindical e colocar em risco as conquistas que alcançamos. Uma dessas propostas é a desregulamentação do mercado."

Perigo: "Devemos estar cientes de como isso poderia nos afetar como trabalhadores se regulamentações que protegem nossos direitos trabalhistas, como salário ou acordos coletivos de trabalho, forem eliminadas. Além disso, a desregulamentação coloca em perigo nossa indústria nacional diante de uma concorrência desenfreada que poderia afetar nossos empregos."

Argentina: 20 milhões de veículos produzidos

Argentina: 20 milhões de veículos produzidos

Direitos trabalhistas: "Sergio Massa demonstrou seu compromisso na defesa dos direitos trabalhistas e a disposição para trabalhar em unidade nacional, em colaboração com os sindicatos, para encontrar soluções que beneficiem a todos."

Esta é a segunda vez em poucos meses que a Smata e Pignanelli alertam sobre o possível fechamento de fábricas automotivas na Argentina. A primeira vez foi em junho passado. O texto completo da carta da SMATA aos seus afiliados está reproduzido abaixo em tradução do espanhol.

SMATA

Companheiros e companheiras,

Gostaríamos, nesta ocasião, de compartilhar uma reflexão política-econômica sobre o novo cenário eleitoral que se apresenta a nós. Esta reflexão é totalmente pessoal e não tem a intenção de influenciar opiniões políticas pessoais.

Recentemente, fomos testemunhas de um debate político em nosso país, no qual as diferentes propostas dos candidatos à presidência estão sendo discutidas. Queremos começar expressando nosso apoio contínuo a um modelo sindical que proteja a soma dos direitos conquistados como classe trabalhadora e promova benefícios para todos, em contraste com modelos de propostas que buscam apenas tirar essas conquistas e desejam voltar atrás em termos de direitos.

Ao longo dos anos, o SMATA, juntamente com outros sindicatos, tem lutado incansavelmente por melhorias nas condições de trabalho, salários justos e benefícios para os trabalhadores, desempenhando um papel fundamental na construção de uma sociedade mais equitativa. Neste momento, estamos diante de uma série de propostas apresentadas por Javier Milei que ameaçam (de maneira absurda) enfraquecer o sistema sindical e colocar em risco as conquistas que alcançamos. Uma de suas propostas é a "desregulamentação do mercado". Embora seja importante promover o debate e a discussão sobre políticas públicas, devemos ser cuidadosos ao considerar mudanças radicais que poderiam afetar negativamente os trabalhadores e suas famílias.

Em tempos de incerteza econômica e discussões políticas, é importante ter clareza sobre o que a implementação de um mercado desregulado significaria. Essa proposta sugere a eliminação de muitas regulamentações e controles governamentais sobre a economia, com a crença de que isso estimulará o crescimento econômico.

Portanto, devemos estar cientes de como isso poderia nos afetar como trabalhadores, se as regulamentações que protegem nossos direitos trabalhistas, como salário ou a eliminação de acordos coletivos de trabalho, forem eliminadas. Além disso, a desregulamentação ameaça nossa indústria nacional diante de uma concorrência desenfreada que poderia afetar nossos empregos. É necessário entender as implicações dessas propostas e trabalhar juntos para encontrar soluções que beneficiem a classe trabalhadora.

Recentemente, Sergio Massa demonstrou seu compromisso na defesa dos direitos trabalhistas e a vontade de trabalhar em Unidade Nacional em colaboração com os sindicatos para encontrar soluções que beneficiem a todos.

Insto todos vocês a se informarem e refletirem sobre as diferentes propostas dos candidatos, considerando o impacto que poderiam ter em nosso trabalho, em nosso dia a dia, em nosso poder de compra e em nossos direitos trabalhistas já conquistados.

Na unidade de concepção, como diz nosso secretário geral, podemos continuar defendendo nossos direitos e construindo um país mais justo e equitativo. Obrigado por manter viva a discussão sobre esses temas importantes para nossa sociedade. Estamos à disposição para aprofundar esses assuntos.

Atenciosamente,

Corpo Sindical SMATA-Vúteg.

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