Nova VW Saveiro 2024 muda para ganhar espaço contra a Fiat Strada

Aos 41 anos, a VW Saveiro é um dos nomes mais antigos em produção no Brasil. A picape compacta é a única concorrente direta da Fiat Strada e a Volkswagen quer aproveitar isso para ganhar ainda mais espaço no mercado, se apoiando justamente em um nome forte, uma geração conhecida e uma relativa confiabilidade. 

A VW Saveiro 2024 é mais uma reestilização do que a VW chama de quinta geração. A atual geração nasceu em 2009, a maior mudança da picape desde seu nascimento, onde trocou de plataforma, posição de montagem do motor e ficou mais moderna. Em 2013, aconteceu a primeira reestilização (como linha 2014), e a segunda chega como linha 2017, que se manteve até hoje. 

Mudanças, mas sem gastar muito

Ainda não foi desta vez que a Saveiro ganhou uma nova geração - isso deve ser algo para 2026, quando a picape pode crescer e se posicionar ao lado da Chevrolet Montana. A engenharia e o design tinham a missão de renovar a picape compacta, porém não poderia aumentar seu preço, afim de seguir concorrendo com a Fiat Strada. 

A solução foi começar com um novo capô. Mais alto e com vincos mais marcados, passa a impressão de algo mais robusto. Da estamparia, é a peça mais nova dessa Saveiro 2024, que recebeu também um parachoque dianteiro que melhorou o ângulo de entrada e deu destaque maior para a grade, novos faróis, ainda halógenos e com luz diurna, novos apliques nas caixas de rodas e uma leve mudança no parachoque traseiro, que acompanha as lanternas com nova organização interna e máscara preta. 

São mudanças leves e concentradas. Por dentro, novos padronagens de tecidos e a faixa central do painel que pode ser escovada ou com o escrito Saveiro, dependendo da versão. Na Extreme, o grafismo do painel é novo, mas são mudanças cosméticas e leves, que não pedem tanto investimento de desenvolvimento. É inegável que a Saveiro mantém ainda muito da picape de 2009 e 2017, principalmente no interior. 

Para a engenharia, o trabalho foi nesse sentido. A suspensão dianteira recebeu novas molas e amortecedores para ficar 10 mm mais alta que a anterior, mantendo a suspensão traseira com molas helicoidais de dupla ação e os freios a disco nas quatro rodas, além da direção que ainda é hidráulica. 

Outra coisa que não mudou foi o motor. A Saveiro 2024 usa em todas as versões o 1.6 16v, com duplo comando com variador na admissão, que está com 106 cv e 15,4 kgfm de torque com gasolina e 116 cv e 16,1 kgfm de torque com etanol. Veja o consumo da VW Saveiro 2024, segundo o Inmetro:

Do trabalho ao lazer

A VW Saveiro 2024 segue com a versão Robust, com foco em trabalho, com a cabine simples e cabine dupla. É a mais simples da linha, mas já tem controles de tração e estabilidade, direção hidráulica, ar-condicionado, vidros e travas elétricas, porta USB para recarga de smartphones e protetor de caçamba. Ganha novas calotas nas rodas de aço de 15", além do novo visual. 

Acima, a VW Saveiro Trendline é vendida apenas com cabine simples. Já tem os parachoque pintados na cor do carro e uma faixa lateral, além de uma melhora no acabamento interno com mais cores e tecido nas portas, além dos opcionais rodas de liga-leve de 15" e faróis de neblina. É uma versão de uso para lazer e trabalho, mais completa, inclusive pode receber o sistema multimídia com tela de 6,5" com espelhamentos como opcional.

A antiga Saveiro Cross agora é Saveiro Extreme. Continua apenas com cabine dupla, mas se diferencia pelas rodas de liga-leve de 15" com acabamento diamantado, detalhes em preto brilhante, faróis com detalhe cromado, faróis de neblina e acabamento em couro, entre outros itens. Pode receber o pacote com assistente de descida de rampas e o ABS off-road, para uso em terra. É a versão topo de linha, mas sem câmbio automático. Veja a capacidade de carga de cada uma:

A Saveiro de sempre...

Como é uma mudança mais visual, a Saveiro pouco mudou para dirigir. A idade é sentida em pontos como a ergonomia, posição de dirigir deslocada e a regulagem de altura do banco do motorista que ainda são de um projeto bem mais antigo, mas o motor 1.6 e a calibração da suspensão ainda colocam a Saveiro em uma boa posição.

Na Robust CS, a versão de trabalho, até dá alguns "luxos", como o ar-condicionado e a porta USB no console central. Roda macio e tem boa estabilidade em velocidades mais altas. O motor 1.6 entrega bom torque em baixas, mas inegável que sai melhor em alta rotação. Com o câmbio manual de 5 marchas, segue com aquele engate preciso da VW, mas bem que poderia ter uma sexta marcha para reduzir a rotação em rodovias, por exemplo.

Na Saveiro Extreme, já temos o sistema multimídia e o computador de bordo, um painel de instrumentos com grafismo mais atual e o banco traseiro, que segue apenas para um uso emergencial, já que o espaço para as pernas ainda não é um ponto forte, além das duas portas. Era esperado um câmbio automático ao menos para esta versão, mas segundo a marca, seria necessário trabalhar uma caixa para a função de carga da Saveiro, e não só usar o câmbio do finado Gol, o que acabaria encarecendo o projeto. Enquanto isso, o conjunto com o câmbio manual é honesto, mas não será a versão mais vendida, com certeza.

Na briga com a Fiat Strada, a Saveiro não terá a liderança, mas quer aumentar a participação no segmento das compactas. Até julho de 2023, emplacou 24.442 unidades, contra as 60.933 da Strada - 28,63 e 71,36%, respectivamente, dentro do segmento. Pode conseguir esse leve crescimento. Pelo preço mais baixo na versão Robust e as mudanças nas demais. 

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