O interesse da Chery no Brasil é bem claro. De olho na movimentação da BYD e da GWM no país, a fabricante chinesa tem buscado formas de aumentar sua participação na indústria automotiva brasileira. Depois de anunciar que venderá carros das marcas Omoda e Jaecoo no país, a Chery assinou uma carta de intenções em Brasília (DF), com o compromisso de fabricar veículos na região do ABC, em São Paulo (SP).
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC revelou mais detalhes em seu site oficial. O presidente do Sindicato, Moisés Selerges, e o diretor executivo, Aroaldo Oliveira da Silva, participaram da assinatura da carta de intenções na última quinta-feira (6), em Brasília. A Chery, junto com a Beijing Peak Automotive, comprometeram-se em iniciar a produção de ônibus elétricos e veículos na região da Grande São Paulo. Não há detalhes sobre volume de investimentos e prazos.
De acordo com Selerges, as duas empresas começarão as discussões sobre a infraestrutura e o quanto de área precisarão para uma fábrica, para só então iniciar uma conversa com o governo brasileiro. Isto faz parte de um projeto chamado #Aretomada envolvendo o sindicato, as frentas parlamentares Brasil-China e BRICS do Congresso Nacional, e da IndustriALL-Brasil, para buscar investimentos para a região do ABC Paulista após a saída de fabricantes como Ford e Toyota.
“Temos um parque industrial consolidado, uma cadeia de fornecedores organizada, mão de obra qualificada e especializada, sistemas de governança que conseguem dar suporte para as empresas que estão na região, além de um espaço privilegiado com universidades, escolas técnicas, institutos de ciência e tecnologia que também podem dar suporte técnico para as empresas”, explica Silva.
A situação é curiosa por envolver diretamente a Chery. A fabricante chinesa fez um acordo com o Grupo Caoa, que assumiu a operação da marca de carros no país. Isto não impediu a empresa de buscar formas de chegar ao Brasil por outras vias, anunciando a chegada de outras marcas como Exeed, Omoda e Jaecoo. A produção de ônibus elétricos seria outra forma de entrar no país, além de conseguir competir com a BYD, que prepara-se para produzir carros, ônibus e caminhões elétricos na Bahia.
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