Gol Last Edition inaugura expansão do acervo histórico da Volkswagen
Confira alguns dos clássicos que fazem parte da história da marca no Brasil
Desde 2019, a Volkswagen mantém um acervo com alguns dos principais veículos que fizeram parte dos agora quase 70 anos de operação da empresa por aqui. Agora, durante a apresentação do Gol Last Edition, a empresa inaugurou mais um espaço na fábrica de São Bernardo do Campo (SP), a primeira da empresa fora da Alemanha. Ele foi chamado de "Garagem VW - Parte II".
O espaço foi utilizado para a apresentação oficial da série especial de despedida do Volkswagen Gol, que se aposenta após 42 anos de mercado. O modelo será substituído pelo Polo Track, versão simplificada do hatch, e todas as unidades do Gol Last Edition já se esgotaram, apesar de custarem R$ 95.990 cada.
A Garagem VW - Parte II
Galeria: Acervo Garagem VW Parte II
A Garagem VW - Parte II foi inaugurada junto à apresentação do VW Gol Last Edition. A área tem 1.430 m² na Ala 5 da fábrica Anchieta. A Parte I foi inaugurada em 2019. Com a expansão, foram acrescentados 36 novos carros em exposição, misturando modelos já conhecidos e unidades inéditas, nunca antes apresentadas.
O trabalho no Acervo VW iniciado pela Engenharia do Produto com apoio de diversas áreas da VW já existe há mais de 20 anos, mantendo parte dos mais de 100 carros da coleção. Os modelos da Garagem VW – Parte II carregam histórias únicas: alguns fizeram parte da frota de testes do time de Engenharia da VW, outros estão desde zero-quilômetro no acervo e ainda tivemos unidades compradas de colecionadores para compor a história completa da marca no país.
Os modelos expostos na Parte II foram divididos por temas. O primeiro deles são os modelos mais clássicos, que incluem Fuscas e outros modelos com motores refrigerados a ar. Entre eles está um raríssimo SP1. Antes do SP2, a VW apresentou uma versão menos potente que teve poucas unidades comercializadas. Outros modelos como TL, Variant II e o famigerado Zé do Caixão (VW 1600) também estão nesta ala.
Fazendo parte de 56 dos quase 70 anos de história da Volkswagen, a Kombi está representada com quatro unidades. Uma 1961 Luxo, com pintura bicolor e acabamento mais esmerado, uma Standard 2013 do último ano de produção e uma das 1.200 unidades da Last Edition, série de despedida da Velha Senhora. Para quem é realmente entusiasta, uma unidade da variante picape representa a última safra da versão, que chegou a receber o motor a ar com injeção eletrônica da época em que a Kombi 1998 recebeu o teto alto e porta lateral corrediça.
A Autolatina, época polêmica do final dos anos 1980 em que VW e Ford uniram esforços para sobreviver à difícil economia brasileira daqueles tempos, também foram homenageadas. Na Garagem VW - Parte II estão expostos modelos como o VW Apollo, derivado do Ford Verona, além da dupla Logus e Pointer, este na versão GTI.
Neste novo espaço, também há modelos que marcaram as versões esportivas da Volkswagen. Entre eles estão expostos carros como o Golf GTI da primeira geração, o emblemático Santana EX 1991 e até um Golf GTI VR6, unidade rara no Brasil e primeira das 99 unidades oferecidas por aqui. Esta configuração tinha um motor V6 com as duas bancadas de cilindros em V separadas por um ângulo pequeno, que permitia o uso de um único cabeçote.
Na Garagem VW - Parte I ainda estão expostos carros significativos, como o Gol Endurance, que quebrou o recorde de tempo rodando sem paradas. Por lá estão o BY, conceito encurtado do Gol de primeira geração, o VEMP - protótipo militar, e as Kombi Série Prata (última com motor a ar) e a especial de 50 anos.
Opinião: iniciativa é ótima, mas poderia ser melhor
É um alívio ver que mais montadoras estão se importando com a sua própria história automotiva no Brasil. Ainda mais em tempos de fábricas fechando, incertezas na economia e a chegada dos carros elétricos. No entanto, mesmo na pequena mostra montada para a apresentação do Gol Last Edition já apareceram pontos que poderiam ser melhorados.
Primeiro: a exposição não é totalmente pública, pois as Garagens VW, Parte I e II, não podem ser visitados por qualquer pessoa. Elas costumam ser abertas em ocasiões especiais e encontros de clubes. Ter um espaço de museu propriamente dito como é feito na Europa pela própria Volkswagen tornaria a história da marca por aqui mais acessível a todos. No curto período de tempo da apresentação do Gol Last Edition, os carros expostos geraram curiosidade e fascínio entre fornecedores e os próprios funcionários da marca. Por que não dar essa oportunidade para mais pessoas?
No comunicado a respeito da expansão e inauguração da Garagem VW - Parte II, a empresa informou que é um trabalho que "está mantendo em excelente estado de conservação" os mais de 100 modelos do acervo. Não é bem assim. Como os próprios seguidores do Motor1.com apontaram nos vídeos que produzimos em redes sociais como o TiK Tok, há carros com emblemas trocados, incorretos ou simplesmente faltando.
Pessoalmente, entrei em uma Santana Quantum exposta em que a alavanca de câmbio estava totalmente mole, sem nenhum sinal de que estava acionando a transmissão de fato. Todos os carros estavam desativados, ou seja, sem bateria. Perguntando a alguns funcionários da VW, fui informado que alguns rodam do galpão para o caminhão e do caminhão para alguma exposição e só. Muitos não aparentavam ter placas e, principalmente os mais antigos da coleção, estavam com pneus datados da década de 1980 ou anteriores, sem condições de rodagem.
Como qualquer dono de carro clássico vai poder te contar, carro parado estraga. E é isso que está acontecendo com o acervo da VW. O que é mais estranho, pois a vasta coleção da empresa na Alemanha é mantida em condições de rodagem e regularmente participa de ralis históricos ou outras ações especiais.
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