Há tempos que a situação da Jaguar Land Rover está longe do ideal e a pandemia piorou os negócios da fabricante britânica. Thierry Bolloré, ex-Renault, assumiu o comando da JLR em 2020, na esperança de mudar este cenário e estava bem perto disso, mesmo que não tenha conseguido registrar lucro em nenhum dos trimestres desde que assumiu a empresa. Porém, o executivo francês decidiu deixar o cargo, citando “razões pessoais”.
A sua saída foi uma surpresa para a indústria e foi confirmada pela indiana Tata Motors, dona da Jaguar Land Rover. Bolloré continuará na empresa apenas até o dia 31 de dezembro e Adrian Mardell, atualmente o CFO da JLR, assumirá o cargo temporariamente. Bolloré teria dito que sai por motivos pessoais, mas que não seria por problemas de saúde. Porém, o jornal Financial Times diz que havia uma pressão por parte da Tata Motors para que Bolloré renunciasse ao cargo.
O executivo francês assumiu a JLR em setembro de 2020, em um momento complicado. A empresa ainda não tinha um plano claro sobre a eletrificação e algumas marcas, como a Jaguar, contavam com modelos que estavam perdendo espaço rapidamente (como era o caso dos sedãs como XE e XF). Pouco depois de assumir, Bolloré anunciou um novo plano para a Jaguar Land Rover, descartando o XJ elétrico que estava sendo desenvolvido para investir me uma nova linha de elétricos para 2025, além de encerrar a produção e venda de motores diesel em 2025.
O que ninguém esperava era a pandemia no meio do caminho, que afetou as vendas e a produção de carros de toda a indústria. Uma das críticas contra o francês foi a demora para conseguir recuperar a fabricação por causa da escassez de semicondutores. Embora seja um problema geral, a JLR sofreu mais do que muitas de suas rivais, por ser uma produtora de menor volume. Uma das fornecedoras até cancelou o contrato temporariamente e só retornou após uma longa negociação.
Sem os componentes, a JLR colocou a prioridade em seus SUVs mais luxuosos, com as novas gerações do Range Rover e Range Rover Sport, além de atender à demanda pelo Land Rover Defender. Segundo o Automotive News, até o final de setembro, 72% dos 205 mil pedidos registrados eram para estes três carros. Tudo parecia seguir para o ponto em que a Jaguar Land Rover conseguiria registrar lucro no próximo balanço.
Em sua última reunião com a diretoria da Jaguar Land Rover, Bolloré disse que está “imensamente orgulhoso do que conseguiu na Jaguar Land Rover nos últimos dois anos”, destacando como a empresa está em um ritmo acelerado de transformação para ser mais sustentável e lucrativa dentro do segmento de luxo moderno. Enquanto isso, a Tata Motors iniciou as buscas por um novo CEO.
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