Renault Duster: as diferenças entre o SUV no Brasil e na Europa
Comparamos a versão brasileira com o Dacia Duster vendido no mercado europeu, que traz opção de motor 1.0 turbo a gás e 1.5 diesel
Presente no mercado brasileiro há 11 anos, o Renault Duster acumula uma história importante, já que foi um dos primeiros SUVs compactos de sucesso logo depois do saudoso Ford Ecosport - pioneiro por aqui. A diferença é que o Duster continua sua história no Brasil, sendo que é um utilitário global com raízes na Romênia e um produto da Dacia, uma marca do grupo Renault. Vamos ver o que muda entre o Duster vendido no Brasil e na Europa?
Antes de entrarmos em detalhes, é importante lembrar que, apesar do Duster sempre ter sido vendido no Brasil sob a marca Renault, seu projeto original pertence a Dacia – marca romena que o SUV carrega consigo em boa parte do mercado europeu. Por lá o utilitário tem uma proposta de custo x benefício, bem como robustez, sendo uma opção para famílias a um valor mais baixo, onde custa 15.550 euros em sua variante mais simples na Romênia. Agora vamos às diferenças.
Motores
Quando o Duster foi apresentado no Brasil em sua nova geração em março de 2020, ele trouxe consigo um visual mais moderno e maduro, mas manteve uma motorização já conhecida: o 1.6 SCe, que entrega até 120 cv de potência e 16,2 kgfm de torque, podendo trabalhar ou com câmbio manual de 5 marchas ou automático tipo CVT – com simulação de 6 marchas.
No entanto nem tudo são más notícias, pois em fevereiro deste ano o Duster acabou ganhado um importante reforço no quesito motorização com a chegada do motor turbo 1.3 TCe, que entrega até 170 cv de potência e 27,5 kgfm de torque – o maior do segmento de SUVs compactos no Brasil, segundo a fabricante. O 1.3 TCe é um propulsor que já estava disponível na Europa, mas que estreou por aqui no Captur ano passado, chegou ao Duster este ano e mais recentemente passou a equipar também a picape Oroch.
Motor 1.3 turbo Duster no Brasil
Por aqui o motor turbo 1.3 TCe é oferecido comente com transmissão automática tipo CVT, mas que pode simular até 8 marchas. Com essas configurações, o Duster é vendido atualmente no mercado nacional apenas com tração dianteira e os já falados motores 1.6 SCe e 1.3 turbo TCe. No entanto, vale lembrar que o utilitário já teve por aqui na geração anterior o motor 2.0 aspirado de 148 cv, substituído pelo 1.3 turbo, época em que acabou perdendo também a tração 4x4 – disponível na América Latina em países como a Argentina.
Quando vamos para o mercado europeu, as opções de motorização para o Duster são um pouco mais diversas, trazendo três motores diferentes na Romênia e em boa parte do velho continente, em países como França, Itália e Espanha. Assim, o Dacia Duster tem os motores a gasolina 1.0 turbo de 90 cv de potência e o 1.3 turbo TCe (o mesmo usado no Brasil, onde temos uma calibração mais potente) em variantes com 130 cv e 24,47 kgfm de torque ou 150 cv com 25,49 kgfm. Há ainda o propulsor 1.5 turbodiesel Blue dCi de 115 cv e 26,51 kgfm de torque, sempre com câmbio manual de 6 velocidades, com opção de tração 4x2 ou 4x4, dependendo do país da Europa.
Dacia Duster com 1.0 turbo a gasolina e gás natural
E não é só: a Dacia oferece ainda uma configuração bicombustível chamada de ECO-G, anda menos do que um motor 1.0 turbo que é movido a gasolina ou a gás natural e que entrega 101 cv de potência e 160 cv e 16,32 kgfm – torque que vai a 17,34 kgfm quando consome gás. O interessante é que o tanque de 50 litros fica no lugar do estepe, assim não há perda de espaço como num carro GNV adaptado.
Na última atualização que recebeu para o mercado europeu, o SUV ganhou uma transmissão automatizada de dupla embreagem de 6 marchas para a versão equipada com o 1.3 TCe de 150 cv, que trabalha somente com tração 4x2. As demais vêm de fábrica com caixa manual de 6 posições, inclusive na versão 4x4.
Visual e equipamentos
Falando de design, o Duster brasileiro se difere principalmente por ostentar o logotipo do losango da Renault na grade dianteira, que por sua vez tem desenho mais tradicional com três filetes horizontais e uma curvatura na parte inferior. Os para-choques têm luzes de neblina e as luzes auxiliares na porção central especificamente nas configurações mais caras, como essa Iconic 1.3T.
No Brasil ainda temos o visual mais aventureiro caracterizado pelas molduras plásticas nas caixas de rodas, que passa pela base das portas, o que dá ao SUV um estilo mais rústico. Completa essa proposta os largos frisos laterais que carregam o nome Duster. Quando vamos para a traseira, aqui temos a mesma lanterna do Dacia Duster 2021, isso porque a versão romena do utilitário ganhou uma leve mudança na linha 2022 que vamos descrever em seguida.
Agora vamos para o design do Dacia Duster, que sempre teve seu próprio estilo principalmente na parte dianteira e que ganhou um leve facelift em junho do ano passado. Comparado ao Duster da Renault vendido no Brasil, o Dacia Duster se difere principalmente pela grade frontal um pouco mais estreia, que traz preenchimento formado por oito quadrados que cercam o logotipo da Dacia, menor que o da Renault e num formato em forma de “V”. Ainda não é novo logotipo “DC”, que vai estrear nos carros da empresa apenas no 2º semestre do ano que vem.
Os faróis também ganharam um novo desenho interno, que são destacados pela assinatura de luz diurna de LED em dois filetes alocados que remetem a letra “Y” – mesma solução do Sandero e Logan vendidos na Europa. As rodas que podem ser de 16 ou 17 polegadas têm desenhos próprios também, enquanto na traseira a marca aposta em estilo novo para as lanternas, abandonando o desenho no sinal de “+" que lembrava o Jeep Renegade. O formato geral ainda é quadrado, só que agora traz o arranjo interno em "Y" em LED como os faróis, só que em alto relevo.
Já por dentro as semelhanças ficam evidentes entre o Duster brasileiro e europeu, trazendo basicamente o mesmo visual. A diferença é que o Duster tupiniquim tem quatro saídas de ar retangulares na parte superior do painel, enquanto a versão da Dacia tem cinco saídas de ar redondas. O volante tem os mesmos botões em ambos, só que o Dacia tem quatro raios e o Renault três – com destaque que o volante do Duster brasileiro tem melhor empunhadura.
O Dacia Duster ainda tem bancos com padronagem que mescla material que imita couro e tecido, trazendo apoios de cabeça com design semelhante ao dos novos Logan e Sandero europeus. O console central também é mais alto, e traz um apoio de braço mais largo, capaz de recuar 70 milímetros.
Entre os equipamentos, o pacote é praticamente o mesmo para o Renault ou Dacia Duster, trazendo multimídia com tela de 8 polegadas, sistema MultiView com 4 câmeras, ar-condicionado automático e piloto automático nas versões mais caras. A favor da configuração europeia está a conexão via Android Auto e Apple CarPlay sem o uso de fios, sistema multimídia com navegador GPS nativo, faróis de LED (o farol alto é halógeno) e os 6 airbags (frontais, laterais e de cortina) - com o Duster brasileiro tendo apenas 2 airbags, algo criticado desde seu primeiro teste aqui no Motor1.com.
Outros recurso interessante do Dacia Duster é o monitor 4x4, que mostra informações como inclinômetro, altímetro, bússola e mais. Opcionalmente, há bancos aquecidos para enfrentar o rigoroso inverno europeu.
Galeria: Renault Duster Iconic 1.3 turbo 2023
Galeria: Dacia Duster 2022
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