Desde o primeiro dia após a divulgação do resultado das eleições presidenciais, com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), uma série de protestos envolvendo caminhoneiros começaram a ser relatados em algumas partes do país. A estratégia é a de utilizar os caminhões para bloquear rodovias.
Com pais de 200 pontos de bloqueio identificados até o momento, era apenas uma questão de tempo até que problemas com o abastecimento de peças começasse a afetar a cadeia produtiva nacional, incluindo a indústria nacional. O Motor1.com entrou em contato com as marcas que fabricam no Brasil e estas foram as respostas que obtivemos até o momento:
A assessoria da Toyota do Brasil informou que as linhas de produção da empresa situadas no interior paulista foram de fato afetadas. Porto Feliz, Sorocaba e Indaiatuba pararam no início do segundo turno de trabalho na tarde desta terça-feira (01). O problema é que peças e componentes não estariam chegando às fábricas.
Com uma participação menor, responsável por apenas alguns componentes, a linha de montagem de São Bernardo do Campo (SP). As três fábricas da Toyota que estão paradas são responsáveis pela produção de Corolla, Corolla Cross, Yaris e Yaris Sedan, além da linha Etios voltada para exportação e dos motores usados por estes modelos.
Porta-vozes do Grupo Stellantis afirmaram que a linha de montagem da empresa em Goiana (PE), responsável por Fiat Toro, Jeep Renegade, Jeep Compass e Jeep Commander, teria "escapado" dos efeitos dos bloqueios dos caminhoneiros e estaria funcionado normalmente até o momento.
A fábrica de Betim (MG), responsável por todos os carros da Fiat nacionais -exceto Cronos e Toro - também está funcionado, mas a Stellantis diz aguardar que o desbloqueio da Rodovia Fernão Dias seja o suficiente para manter a linha de montagem mineira trabalhando.
O problema porém, tem sido a fábrica de Porto Real (RJ). Esta é a fábrica de onde saem produtos de Peugeot e Citroën: 2008, C4 Cactus e o recém-lançado C3. De acordo com a Stellantis, o bloqueio dos caminhoneiros na Rodovia Presidente Dutra já fez com a linha de produção fluminense esteja no segundo dia parada.
Outra montadora que está sendo afetada é a Renault. O complexo industrial Ayrton Senna está paralisada neste 1 de novembro também devido à falta de peças para a linha de montagem localizada em São José dos Pinhais (PR). A marca afirmou que está monitorando a situação. De lá, saem o modelos Stepway, Logan, Duster, Captur e Kwid.
O Grupo Jaguar Land Rover ainda mantém uma linha de produção em Itatiaia (RJ), de onde saem modelos como o Range Rover Evoque. A empresa afirmou que, por motivo de segurança, a Jaguar Land Rover decidiu paralisar as atividades da fábrica até a normalização dos fatos.
O mesmo bloqueio dos caminhoneiros na Dutra estaria, ironicamente, afetando a produção de caminhões. É o caso da Volkswagen Caminhões e Ônibus, cuja a fábrica de Resende (RJ) precisou parar ontem (31/10) por volta das 13h, pois alguns funcionários não estariam nem conseguindo chegar à linha de montagem.
Até o momento, a Chevrolet afirmou que suas fábricas no Brasil, localizadas em São Caetano do Sul (SP) e Gravataí (RS), ainda não foram afetadas pelas paralisações causadas pelos caminhoneiros nas estradas, porém monitora a situação. O mesmo vale para Volkswagen, com as fábricas de São Bernardo do Campo (SP), Taubaté (SP) e São José dos Pinhais (PR), ainda em operação. A Mitsubishi, com fábrica em Catalão (GO), também está trabalhando normalmente. BMW, Caoa Chery, Honda e Hyundai ainda não retornaram os contatos do Motor1.com.
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