Mercedes-Benz ainda discute futuro da linha EQ após fim dos motores térmicos
Executivos apontam que a linha EQ pode ser diferenciada por sua tecnologia, mas que ainda não tomaram nenhuma decisão
A submarca EQ é o futuro da Mercedes-Benz, com toda a sua linha de carros elétricos. O último modelo é o EQE SUV, mostrado pouco antes do Salão de Paris (França) e que é um grande passo para a fabricante. O utilitário estreou novas tecnologias de som, como Apple Music com integração nativa e um foco pesado na adoção do Dolby Atmos.
Mas, o mais importante, é que este é o último modelo elétrico da empresa para a linha EQ, completando a submarca. Junto com o EQE SUV, a Mercedes-Benz afirma que, com a chegada do EQE, agora oferece um elétrico para cada segmento principal em que participa, sem considerar esportivos ou veículos comerciais. E o que virá depois? É o fim da marca EQ ou da plataforma EV2? O que acontecerá com o EQ quando a Mercedes-Benz eventualmente acabar com a produção dos modelos com motores a combustão?
Durante a estreia do EQE SUV em Paris, tivemos um tempo para conversar com Christoph Starzynski, vice-presidente de arquitetura de veículo elétrico, e Markus Schäfer, CTO da Mercedes. A primeira pergunta foi justamente sobre como a submarca EQ poderá sobreviver quando os motores térmicos saírem de linha.
“É a pergunta de 1 milhão, não é? É uma pergunta para os times de vendas e marketing, porém a marca em si é mais do que apenas uma bateria; é a tecnologia e sua inteligência", disse Starzynski. "A questão é, qual será a nomenclatura no futuro? No entanto, neste momento, ainda seremos um paralelo, até o final desta década. Sabe, a marca é mais do que um logo na traseira do carro."
Também perguntamos para Starzynski sobre o futuro da plataforma EV2, que atualmente serve de base não só para a linha EQE, como também para a família EQS. Com rumores de que seriam os menores produtos com a EV2, qual seria o próximo passo para a arquitetura?
“A plataforma MMA será a sucessora dos carros compactos atuais. Os Classe A, B, GLA, GLB, EQA e EQB", disse o executivo. "A única coisa real que iremos fazer é reduzir de sete modelos para quatro. Então, a plataforma MB.EA será para veículos médios e grandes. A plataforma EV2 será o paralelo por enquanto."
Em uma outra discussão, Markus Schäfer deu dicas bem breves de que a Mercedes-Benz tem mais alguns planos para a plataforma EV2 antes de substituí-la.
“Nossos modelos produzidos em Tuscaloosa (EUA), EQE e EQE SUV, chegarão ao mercado no começo do ano que vem, e haverá um quarto modelo com a plataforma EV2", explica Schäfer. "Nós temos mais ideias, que ainda serão anunciadas, que podemos fazer com esta plataforma, mas definitivamente, os SUVs serão, para nós em termos de volume e expectativa de vendas, uma parte importante de nossa estratégia de carros elétricos.”
Então, parece que a Mercedes já trabalha em sua próxima geração de veículos elétricos, mesmo que ainda explore a possibilidade de criar novos modelos com a arquitetura atual. Está fazendo novas plataformas modulares, de forma a substiruir os modelos EQ adaptados a partir de carros a combustão, que é o caso do EQA, EQB e EQC.
A plataforma EV2, que é usada pelas versões sedã e SUV do EQE e EQS, eventualmente sairá de linha, sucedida por uma nova plataforma modular que deve ser usada em tudo a partir do Classe C para cima. Se isto vai significa o fim da submarca EQ, adotando os nomes que hoje são usados pelso carros a combustão, é algo que a própria Mercedes-Benz ainda está discutindo internamente.
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