Desde que foi lançada no Brasil em abril, uma pergunta que sempre foi feita é por que a Renault Oroch abandonou o nome Duster usado até então. Afinal, a picape ainda é um derivado do SUV, mesmo que não tenha adotado a versão mais atual da plataforma ou mesmo mudado de geração. Agora finalmente temos a resposta, dada por Juan Manuel Alliati, gerente de produto do Grupo Renault, que ainda falou sobre os planos da marca francesa:
- Por que a Oroch abandonou o nome Duster?
Seis anos atrás, lançamos a Duster Oroch e precisávamos que o mercado entendesse que o segmento era outro, que não era um derivado de um carro como outros produtos do segmento, mas sim de um SUV e que isto dava um uso funcional para a família para este tipo de veículo, além de ter uma caçamba com capacidade para 650 quilos. Naquele momento, este conceito não existia, era algo que criamos e era útil atrelar o nome Oroch ao Duster porque era justamente o modelo do qual era derivado. Isto não mudou, a plataforma é a mesma, mas depois de 6 anos e 60 mil unidades vendidas, nos parece que a Oroch virou um nome próprio e não precisa mais se relacionar ao Duster.
- Sobre a plataforma, também há uma separação entre os produtos. O Duster foi para a B0+ e a Oroch manteve a B0.
Sim, aqui tomamos caminhos relativamente diferentes, por isso que tem ciclo de evoluções distintos. Renovamos o Duster no ano passado e apenas a Oroch está sendo renovada. Vão por caminhos separados e, de fato, o interior é diferente. Tem algumas semelhanças em elmentos como os botões em forma de piano e o formato das saídas de ar, mas o paine é diferente, a multimídia tem o mesmo sistema porém em uma posição diferente, então eles se diferenciam um pouco.
- O que mais foi alterado entre Duster e Oroch a respeito da plataforma?
Entre a Duster Oroch original e a nova Oroch, não houve mudança na carroceria como no Duster, por causa de elementos como o para-brisas com uma inclinação maior de -4°, além da nova tampa do porta-malas e laterais.
- Continuará a vir do Brasil? A Colômbia não irá mais produzir a Oroch?
Não, a Oroch vem do complexo Ayrton Senna em Curitiba (PR). Já importávamos a Duster Oroch do Brasil.
- O que pode adiantar sobre os investimentos e o novo produto para Santa Isabel (Argentina)?
Estamos trabalhando nisso, não há nada confirmado, mas ainda estamos desenvolvendo um projeto para que Santa Isabel mude um pouco seu prfil e seja um modelo de exportação para toda a região e outros mercados do mundo. Porém, não há nada para confirmar.
- Será um veículo do tipo utilitário?
Sim, porém ainda não decidimos sua carroceria, se será um furgão ou uma picape.
Por causa de declarações anteriores feitas por Daniel Scioli, ex-ministro de desenvolvimento produtivo da Argentina, sabemos que a Renault vai produzir uma nova plataforma na fábrica de Santa Isabel, com um total de 35% de componentes nacionalizados. Em uma entrevista à Motor1.com, Pablo Sibilla, presidente da Renault Argentina, falou sobre o novo produto: "é um pouco difícil dizer a esta altura. Mas eu posso dizer que será mais do lado das picapes, mas ainda estamos trabalhando nisso."
Durante o lançamento da Oroch na Argentina, falamos novamente com o executivo e ele não quis dar mais detalhes sobre o novo veículo, mas descobrimos que utilizará a plataforma modular CMF e que a Argentina será o único lugar a produzir este modelo. A anúncio do produto deve acontecer até o final do 1º semestre de 2023.
Com um perfil exportador, o projeto fará com que a fábrica de Santa Isabel trabalhe em três turnos a partir de 2025 e, de acordo com Sibilla, irá conviver com os veículos já feitos no complexo. Assim, Sandero, Logan e Stepway devem encerrar sua produção local entre 2024 e 2025.
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