A Fiat apostou em um SUV menor que os compactos com o Pulse. Deu certo como uma forma de dar ao consumidor uma opção abaixo dos tradicionais SUVs compactos, que estão ficando mais modernos e caros a cada evolução, seja reestilização ou nova geração. A receita, relativamente simples, já chegou em áreas de engenharia de outras montadoras.
Até o momento, a Renault é a que está mais avançada nesse projeto, com direito a mulas pelas ruas testando componentes. A Volkswagen vem um pouco atrás, sendo que o seu CEO já tinha comentado sobre algo assim em 2019, e algumas informações que indicam que o substituto do Gol será um SUV desse porte e abaixo do Nivus e T-Cross. Como anda cada uma delas e o que esperar?
A Renault chegou a trabalhar na nova geração do Sandero no Brasil, mas logo o projeto foi cancelado. Ao redor do mundo, a empresa francesa busca produtos com maior valor agregado, como os SUVs, e mais refinados. Não seria diferente no Brasil, um importante mercado para a marca e, como mostrou o Pulse, com sede por SUVs menores e acessíveis.
A Renault já confirmou que fará um novo SUV na planta de São José dos Pinhais (PR). Apesar de não abrir, já sabemos que o tal SUV será um carro menor que o Duster e com muito da nova geração do Stepway, mas não ele, apesar de ser usado como mula de testes de componentes em vias brasileiras com certa frequencia. A última aparição do SUV em seu corpo verdadeiro foi na Rússia, mas antes da guerra e da venda da operação local da Renault.
A marca sempre nos deixou claro que não será o Dacia Stepway o futuro SUV, mas impossível não pensar que o futuro modelo terá muito dele. Como referência, o Stepway tem 4.099 mm de comprimento, o mesmo que o Fiat Pulse, com entreeixos de 2.604 mm, maior que os 2.532 mm do Fiat. Ou seja, se não crescer, o Renault terá mais espaço interno que o Fiat de Betim (MG). No porta-malas, 328 litros no carro europeu.
A motorização do novo SUV da Renault é, em partes, um mistério. Já se sabe sobre a produção de um 1.0 turbo no Paraná, mas existem duas variações que poderiam ser aplicadas por aqui. Na Europa, é utilizado o TCe 90 no Stepway, com 92 cv e 16,3 kgfm de torque, sem injeção direta. Mas na prateleira da Renault-Nissan há uma variação do HR10 com injeção direta, com cerca de 115 cv e 20,4 kgfm - segundo apuração da revista Quatro Rodas, o motor que está sendo testado por aqui e que faz mais sentido olhando os números dos concorrentes diretos da Fiat e VW.
Na Europa, o Stepway usa um câmbio CVT. Mas é possível que ele use um dupla embreagem no Brasil, em busca de maior eficiência energética, além de se tornar flex. Do Stepway, também podemos esperar bastante do interior, como painel de instrumentos e sistema multimídia, com elementos que até já vemos no Duster, por exemplo. E seu nome pode ser Clio, resgatando um nome que fez bonito no Brasil. O lançamento deve acontecer entre 2023 e 2024. Com isso, adeus de uma só vez ao Sandero e ao Stepway atuais.
Em 2019, durante o Salão de Frankfurt, o então CEO da Volkswagen do Brasil, Pablo Di Si, já falava sobre um SUV menor na linha. Estávamos a pouco do lançamento do Nivus, mas ele foi bem claro quando se referiu sobre um modelo menor que ele, como SUV, para a reportagem do Motor1.com. Com o tempo, informações brotaram.
O projeto é global, aproveitando a experiência que a engenharia brasileira captou com os anos. Segundo o site Auto+, o SUV terá uma plataforma simplificada, MQB A0 IN, desenvolvida para mercados emergentes e produtos de entrada, hoje utilizada pela Skoda. Componentes inclusive serão compartilhados com essa marca de baixo custo do grupo, já utilizados no Fabia, um primo do Polo.
Este SUV menor ganhará a Europa, assim como o Nivus ganhou como Taigo. No Brasil, ficará acima do Polo Track, que substituirá o Gol, e abaixo do Nivus. Este poderá emprestar algumas dimensões, como o entre-eixos de 2.566 mm, o mesmo do Polo e do Skoda Fabia, mas o SUV será menor. O Nivus mede 4.266 mm, sendo que o futuro SUV deverá ficar na faixa dos 4 metros, como o Pulse e o SUV da Renault acima descrito.
Apesar de ainda não ter aparecido pelas ruas, o tal SUV já pode estar rodando em mulas, ou esperando um momento melhor, já que a engenharia da VW hoje trabalha na atualização do Polo e Virtus e a leve reestilização do T-Cross. A motorização esperada é composta pelo 1.0 turbo já conhecido, com 116 cv ou 128 cv, dependendo da versão, ou apenas a variação menos potente, com câmbio manual ou automático.
Seu nome ainda é um mistério. Se fala sobre manter o Gol, mas a Volkswagen prepara uma série de despedida para seu modelo clássico e poderá aposentar de vez até mesmo seu batismo. De qualquer forma, saberemos mais sobre ele nos próximos anos, já que seu lançamento deve acontecer em 2024 no melhor dos cenários e produzido em Taubaté (SP). Em 2023, o foco estará no Polo Track, reestilização do T-Cross e outras novidades.
RECOMENDADO PARA VOCÊ
Geely e BYD entram no Top 10 global de montadoras; Suzuki fica de fora
Reino Unido: Kia Sportage cada vez mais próximo da liderança anual
À espera do Toyota Yaris Cross, Sedan deixará de ser produzido em novembro
Fiat Mobi alcança 600 mil unidades produzidas em quase 9 anos de mercado
Electric Days: brasileiro prefere elétrico e híbrido plug-in, diz ABVE
VW revela novo Tiguan 2025 nos EUA e adianta SUV que pode vir ao Brasil
Honda HR-V sobe de preço e passa de R$ 200.000; veja tabela