CKD, SKD, CBU: Quais os processos de produção e importação de automóveis
De produção completa até semi-montados, a indústria brasileira atende diversos regimes
Antes de você comprar um carro na concessionária, há um processo anterior. No mercado brasileiro, temos o comércio de carros importados, que chegam prontos para a venda, e os produzidos no Brasil. Mas nem todos são completamente produzidos, variando o regime em que se enquadram.
CKD, SKD, CBU. São algumas siglas que identificam como um carro é montado. Ele pode chegar desmontado e montado em um país, como muito aconteceu no começo da nossa indústria automotiva nos anos 1950 e 1960, até a produção total local, com estamparia, pintura e fornecedores de componentes locais. Veja quais tipos existem e alguns exemplos.
CBU: Completely Built Unit
São os automóveis que chegam prontos a um país. No Brasil, marcas como a Volvo, Porsche, Ford e Mercedes-Benz não possuem plantas locais e importam seus produtos 100% prontos, sem nenhum processo local além de preparação para venda ou alguns ajustes para nosso mercado. É comum em mercados onde essas empresas não tenham volume que justifiquem uma fábrica local, ou por estratégia global, ou em segmentos pequenos, como o de esportivos.
Marcas que possuem fábricas também podem ter parte da operação em CBU. A Chevrolet, por exemplo, importa Equinox e Camaro prontos do México e Estados Unidos, assim como Jeep, Fiat, Peugeot, Citroën e outras empresas que possuem grandes plantas no Brasil e também vendem importados.
CKD: Completely Knocked-Down
No Brasil, Caoa-Chery e BMW são dois bons exemplos de CKD. Apesar do uso de alguns componentes locais, partes de estamparia, acabamentos e outras partes são importadas. Com esses componentes em mãos, o monobloco é armado, soldado, pintado e montado para se tornar o produto completo. A diferença principal para um produto produzido é, em miúdos, a estamparia não-local, por exemplo.
Vale lembrar que nenhum automóvel é 100% nacional. Diversos componentes são importados, principalmente partes que compõem sistemas de conectividade e assistências de condução, mas muitos fornecedores já trabalham para a nacionalização de tais componentes, como a Bosch e a ZF, sempre de olho no aumento de produção de automóveis que utilizem essas tecnologias.
SKD: Semi Knocked-Down
A Audi produz o Q3 no Paraná assim, SKD. Os chamados kits vêm montados do exterior e, por aqui, recebe a mecânica 2.0 turbo com sistema de tração quattro, também importados. Diferente do CKD, não existe armação de estrutura, pintura ou montagem de mais componentes na linha. Ainda assim, é considerado um carro nacional, com tributação específica.
Dependendo do modelo, a BMW, por exemplo, também faz o mesmo processo. O Série 3, por exemplo, é um CKD, enquanto X3 e X4 são SKD, justamente por um volume menor de vendas. A Audi diz que aumentará a proporção de componentes nacionais no Q3 com o passar do tempo, já que hoje até mesmo rodas e pneus chegam prontos ao Brasil.
Produção local e produção para exportação (BUX, Built For Export)
Como já dito acima, nenhum automóvel é 100% nacional. Mesmo assim, boa parte das montadoras fazem o processo mais completo possível, com estamparia e uso de fornecedores locais para carroceria, acabamentos, mecânica e até desenvolvimento. Chevrolet, Volkswagen, Fiat, Peugeot, Citroën, Jeep, Honda, Hyundai e Toyota são alguns dos exemplos.
E plantas locais também produzem para exportação. No Brasil, enviamos carros prontos, mas outros países produzem os kits para a montagem, como citados acima, ou carros prontos, seja para uso local ou a exportação.
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