Adrian Newey, lenda da Fórmula 1 responsável pelo design de diversos modelos da Red Bull, sempre gostou de mostrar suas habilidades com projetos fora da competição. O desginer já mostrou conceitos e ideias ao longo dos anos. Só que o mais atual virou realidade, com o RB17, o primeiro hipercarro da empresa de energéticos, com lançamento confirmado.
O RB17 nasceu como uma parte do projeto da Aston Martin para o projeto Valkyrie e evoluiu separadamente. A divisão Red Bull Advanced Technologies, chefiada por Newey, buscou um desmepenho absurdo para o esportivo, prometendo enfrentar não só o Valkyrie, como também o Mercedes-AMG One revelado recentemente.
“Se você vai fazer um carro de corrida, você tem que pensar 'ok, qual serão seus atributos?" explica Newey. "E o que decidimos é que teria um nível de desempenho da Fórmula 1, mas em algo que é relativamente confortável, relativamente fácil de acelerar e que você pode dirigir na velocidade em que você se sentir confortável, com o nível da Fórmula 1 como o limite da performance."
A ideia de um quadro em branco, algo que Newey sempre usa em todos os seus designs, foi algo que anima muito todos os desginers. Mas a realidade é que este tipo de situação dificilmente acontece. O designer teve um gostinho do que é fazer um carro sem qualquer limitação, quando criou o conceito Red Bull X2010 para o jogo Gran Turismo. Como poderia usar tecnologias inexistentes no mundo real, o esportivo utilizava uma turbina, pesava muito pouco (545 kg) e tinha cerca de 1.400 cv, chegando a 470 km/h - subindo para 500 km/h em uma atualização.
Não foi essa fórmula que Newey usou na hora de criar o RB17 para o mundo real. "É claro que há limites físicos", ele explica. "Você precisa incluir duas pessoas e assumir que, ao menos uma delas, será bem alta. Então você tem todas estas restrições, nós precisamos usar pneus de verdade. Então teremos algumas restrições, obviamente você precisa ter certeza que o carro será seguro."
“Mas, tirando isso, este é efetivamente um carro sem regras com a restrição de levar duas pessoas, ao invés de ter somente um assento como o carro para o PlayStation de 2010.”
A ideia de um carro "sem regras" faz com que o Red Bull RB17 seja algo empolgante para a indústria automotiva, dando um gosto da tecnologia da F1 para um modelo mais "normal". Veja tudo o que sabemos sobre o esportivo:
O desenvolvimento do Red Bull RB17 ainda está acontecendo pelas mãos da Red Bull Advanced Technologies, mas Christian Horner, CEO da divisão esportiva, diz que espera ver o carro nas ruas "dentro de 12 meses", com uma previsão de iniciar as entregas em 2024.
Se você tiver grana o suficiente, terá que correr para garantir o seu. Apenas 50 unidades do Red Bull RB17 serão feitas, com uma média de 15 veículos por ano, além dos protótipos usados para desenvolvimento e testes.
Os sortudos que conseguirem um ainda terão "um relacionamento próximo com a equipe Red Bull Racing através de acesso aos simuladores, programas de desenvolvimento de veículos e treinamento e experiências em circuitos", além do suporte da fábrica e manutenção, sob medida para cada cliente.
Se não fosse pela pandemia e a paralisação temporária no desenvolvimento de carros da Fórmula 1, o modelo da Red Bull do ano passado seria batizado como RB17. Mas teve que ser baseado no modelo anterior, com uma atualização leve para cortar custos, assim sendo nomeado RB16B.
Para manter a tradição do nome, a Red Bull batizou o carro deste ano como RB18, mostrando que desistiu completamente do RB17. Assim, o batismo foi para o esportivo. "Com este carro trazendo uma perofrmance digna da Fórmula 1, achamos correto que entrasse na linhagem com o nome 17", disse Horner.
A Red Bull optou por um motor V8 biturbo para o RB17, com a meta de oferecer cerca de 1.100 cv. Porém, a empresa ainda não decidiu ainda quem irá produzir esta motorização.
“Estamos considerando como faremos", explica Newey. "Como você sabe, agora temos nossa divisão interna Red Bull Powertrains, uma empresa nova. Ao mesmo tempo, podemos procurar por outros especialistas. Então ainda estamos neste processo."
A busca por um desempenho da Fórmula 1 no RB17 significa que o desenvolvimento usará os mesmos processos e metodologias, além de usar o máximo de tecnologia que puder. Estar na mesma área, de certa forma, que os carros deste categoria, faz com que possa ser julgado de diversas maneiras, mas Newey deixou claro que a comparação será feita com o tempo de volta pois, segundo ele, "no final, é tudo o que conta."
“É claro, será específico para os circuitos", disse o designer. "A grande briga é pelo peso. Quando você faz um carro que é grande o suficiente para ter duas pessoas e com um teto, por conta da praticidade e pela segurança dos passageiros, então automaticamente o carro será mais pesado do que um Fórmula 1. Então temos que fazer tudo o que precisamos para tentar e alcançar aquela performance."
Não, não será. Ao contrário do Valkyrie, que a Red Bull ajudou a criar antes que a Aston Martin assumisse a responsabilidade pelo projeto, este não será um carro para vias públicas. "É menos importante para o nosso DNA, neste momento da empresa", afirma Newey. "Nós estamos começando muito mais com o que já sabemos, e acho que se fosse um carro de rua e fosse desenhado como tal, acabaria preso a certos números, o que não é algo que não nos sentimos confortáveis em fazer neste momento."
Sim. Como parte dos esforços da Red Bull para trazer tudo o que for possível da F1 para o RB17, Verstappen e Perez terão um papel a desempenhar no desenvolvido, de acordo com Horner.
“Max dirigiu o Valkyrie anteriormente, eu acho que ele também é um cliente daquele carro" disse o chefe da Red Bull Racing. "Se eles vão escolher comprar um destes carros no futuro, isto será uma decisão deles, mas certamente iremos usar todas as habilidades que temos para o teste e desenvolvimento destes veículos."
De acordo com Newey, o RB17 terá "significantemente mais performance" do que o Valkyrie, parcialmente ajudado pela falta das restrições para que possa rodar nas ruas. O Aston Martin foi criado como um carro para andar nas vias públicas, e é claro que isso traz várias limitações comparadas com quando você busca performance pura", complementa o designer.
“Eu acho que o mais importante é o que dissemos anteriomente sobre manter o carro leve, então tem muito nesta área. Potência é quase que a parte fácil hoje em dia, visto o avanço da tecnologia de motores. Então, tudo está em garantir que a aerodinâmica seja outro grande colaborador para o desempenho, e há alguns truques do passado que iremos usar para chegar lá."
5 milhões de libras. Mais os impostos. Então, na verdade, será 6 milhões de libras, o que dá R$ 38.421.900 pela cotação atual. A Red Bull já está aceitando algumas reservas informações pelo RB17.
“Eu preciso admitir, eu sempre me senti um pouco envergonhado quando você menciona a marca de 5 milhões de libras (R$ )" admite Newey. "A realidade é que, como Christian [Horner] sabe bem, eu vou gastar tudo o que recebo, e um pouco mais! Os materiais de construção que vão nestes carros, quando você começa a fazê-los para o nível da Fórmula 1, é assustador. Quando você o coloca no desenvolvimento e nos testes, é um número que irá subir ainda mais, infelizmente."
Horner ainda brincou com isso: "O único departamento que Adrian [Newey] não sabe onde fica na empresa é o financeiro! Nunca foi o seu trabalho ter que lidar com isso."
Fonte: Motorsport.com
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