Após meses de discussões, a União Europeia aprovou a proibição de vendas dos carros movidos a gasolina e diesel no continente, inicialmente para modelos novos, a partir de 2035. Os 27 países membros do bloco decidiram seguir com o plano, após 16 horas de negociação nesta fase, feita entre os ministros do meio ambiente de cada nação.
A decisão final é de que não serão vendidos carros e vans movidos a combustíveis fósseis após 2035, com a meta de reduzir as emissões de CO2 em 100%. Este trecho é importante, pois abre as portas para o uso de combustíveis sintéticos e biocombustíveis, neutros em CO2 após este prazo. É algo que foi proposto e muito defendido pela Alemanha, um dos países que era contra a ideia original de aceitar somente automóveis elétricos. Esta sugestão também foi aceita e apoiada pela Itália, outra que buscava alternativas para garantir a sobrevida dos motores a combustão, preocupada sobre o impacto em suas marcas de esportivos como Ferrari e Lamborghini.
Os combustíveis alternativos são defendidos por muitas fabricantes. Algumas trabalham há anos com hidrogênio, inclusive com alguns carros sendo oferecidos em alguns mercados de forma experimental. Toyota, Honda e Hyundai ainda desenvolvem esta tecnologia. Outras, como Audi e Porsche, estão investindo nos combustíveis sintéticos. Até a Fórmula 1 promete usar um combustível sustentável a partir de 2026.
Agora os países da União Europeia irão discutir com o Parlamento para decidir os detalhes da legislação, incluindo os pontos sobre os combustíveis com emissão zero de CO2. Uma das negociações envolverá os carros usados, pois o Parlamento quer que esta proibição tenha efeito também para os seminovos. Mas uma coisa é certa: nada de carros novos gasolina e diesel na Europa após 2035.
As decisões tomadas hoje terão consequências gigantescas na indústria automotiva, pois as fabricantes terão que acelerar ainda mais a eletrificação - ao menos até que consigam decidir sobre os combustíveis sintéticos. As ramificações irão além da União Europeia, por conta das exportações e muitos países devem seguir a decisão do Velho Continente. Por outro lado, algumas empresas devem manter os motores a combustão em outros lugares do mundo, como o Brasil.
Antes do fim dos motores a gasolina e diesel, as fabricantes terão que reduzir as emissões de CO2 em 55% para carros novos e 50% para vans até o final desta década. Esta estratégia faz parte do pacote Fit for 55, que busca a neutralidade em carbono na Europa até 2050. E, com esta mudança, os incentivos para elétricos e híbridos serão encerrados até 2030.
O Brasil é um dos países que segue praticamente sem nenhuma definição sobre rotas tecnológicas. Como já abordamos, grande parte das montadoras instaladas no país seguem apostando no etanol como solução. O problema é que termos uma solução exclusiva para o nosso mercado inviabiliza qualquer possibilidade de exportação para outros mercados.
Por outro lado, algumas montadoras ao menos já iniciaram a oferta de alternativas híbridas, como uma transição, e modelos totalmente elétricos. Obviamente o nosso mercado é muito distinto do europeu, mas como as matrizes estão lá e já definiram suas rotas baseadas em carros elétricos, em algum momento seremos impactados por aqui.
A Renault é uma das montadoras que já vendem carros elétricos no Brasil e irá aumentar seu portfólio nos próximos meses. Estamos falando do novo Megane E-Tech Elétrico, que já dirigimos em primeira-mão, e você pode conferir no vídeo abaixo.
Fonte: European Union Consilium
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