Passaram-se alguns bons anos para a Ford perceber que o Brasil é um mercado fértil para as picapes grandes, mas agora finalmente a F-150 foi confirmada para ser vendida em terras tupiniquins. Picape mais vendida do mundo deu as caras durante a Agrishow e foi confirmada na última semana pela marca, que promete vendê-la no país a partir do ano que vem. Mas como será a versão oferecida por aqui? É o que vamos mostrar a partir de agora.
Embora tenha mostrado em destaque a F-150 na maior feira agrícola do país, a Ford não revelou versões, preços e nem motores que serão ofertados para a picape grande no mercado brasileiro. No entanto, a marca do oval azul não iria trazer para o evento uma versão que não tivesse chances de ser comercializada por aqui, que no caso é a variante Lariat com o pacote FX4. No Estados Unidos a F-150 conta com uma infinidade de opções, cada uma com sua proposta e, embora a Lariat não seja uma configuração topo de linha por lá (fica posicionada acima da XLT e abaixo da King Ranch), já vem bem equipada.
Visualmente a F-150 Lariat FX4 se destaca pela grade frontal cromada como manda a cartilha das picapes da terra do tio Sam. Nessa versão Lariat, a F-150 já vem com faróis full-LED e assinatura ao redor também em LED, com os faróis de neblina abaixo também com a mesma tecnologia. A dianteira da caminhonete mostrada no evento também tinha ganchos de reboque. Nos EUA, o modelo conta com um razoável catálogo de cores, inclusive com uma tonalidade diferente para a parte inferior da carroceria, à exemplo da combinação branco e cinza da picape mostrada no evento. Resta saber se a Ford colocará à disposição essa oferta no Brasil.
A picape grande ainda traz retrovisores cromados e estribos laterais, que podem ter acionamento elétrico (o estribo pode ficar recolhido quando estiver fora de uso) ou não dependendo da configuração escolhida pela marca para o nosso mercado. As rodas padrão da F-150 Lariat são de 18 polegadas com pneus 265/60, mas a Ford mostrou por aqui uma opção de rodas de 20 polegadas cromadas calçadas com pneus 275/60 do tipo todo-terreno, algo que é incluído pelo pacote off-road FX4. E por falar nele, a única mudança de estilo mais notável são os adesivos FX4 nas laterais da caçamba.
Uma possibilidade que justifica a Ford optar por trazer a F-150 na versão Lariat é sua faixa de preço, que nos Estados Unidos fica na casa dos US$ 50 mil dólares, mesma faixa de atuação da Ram 1500 Rebel por lá, picape com a qual a F-150 também disputará mercado no Brasil. E apesar de por aqui a “picape de entrada” da Ram custar R$ 460.990, ela tem até fila de espera. Com isso a Ford quer morder uma fatia deste mercado, com objetivo até de ser líder por aqui, como adiantou Daniel Justo, CEO da Ford South América.
A julgar pelo pacote de equipamentos da F-150 Lariat FX4, a versão deverá desembarcar por aqui com uma recheada lista de itens de série para justificar o possível preço na faixa dos R$ 450 mil e para brigar diretamente com a Ram 1500 Rebel. Entre os principais equipamentos, destaque para o ar-condicionado de duas zonas, faróis e lanternas de LED, central multimídia Sync 4 com tela de 12”, painel digital de 12 polegadas, luz de cortesia externa (abaixo dos retrovisores), sistema de som Bang & Olufsen com 8 alto-falantes e subwoofer, bancos dianteiros com ajuste elétrico, aquecimento e ventilação, pedais ajustáveis com memória e câmera 360º.
Em relação à segurança, a picape conta com 6 airbags, piloto automático adaptativo com frenagem automática, sistema de frenagem pós-colisão e assistente de permanência em faixa. Já o pacote FX4 de proposta mais off-road soma diferencial traseiro blocante, amortecedores dianteiros com novo ajuste, amortecedores traseiros tipo monotubo, placas de proteção para o tanque de combustível, caixa de transferência e diferencial dianteiro, além de assistente de descida.
Picape mais vendida do mundo e veículo mais emplacado nos Estados Unidos, a F-150 ostenta também diversas opções de motores. Assim, a versão Lariat pode vir com o propulsor V6 2.7 turbo de 329 cv, V6 3.5 turbo de 408 cv, V8 5.0 de 405 cv ou o V6 3.5 híbrido de 436 cv, com todas as opções trabalhando sempre com uma transmissão automática de 10 marchas.
Todos esses propulsores seriam boas opções para o mercado brasileiro, mas a julgar pelo valor que a F-150 deverá chegar por aqui, o motor mais fácil de vir seria o V8 5.0 naturalmente aspirado, que por sinal é o mesmo que equipa o Mustang, embora tenha uma calibração um pouco diferente: tem 405 cv e 56,68 kgfm, contra 466 cv e 58,1 kgfm do Mustang V8 que foi vendido até ano passado no Brasil. O V8 é a aposta mais segura, já que a Ford já fez a homologação no país e o adaptou para beber a gasolina brasileira (que tem um índice maior de etanol do que nos EUA).
O propulsor V6 3.5 híbrido de 436 cv e bons 78,81 kgfm de torque não seria também uma má ideia por aqui, já que a Ford poderia ser a primeira marca a vender no mercado brasileiro uma picape híbrida. Com 2,5 toneladas de peso total em ordem de marcha, a F-150 híbrida tem consumo razoável para seu porte: ela fez cerca de 24 milhas por galão na cidade, o que convertendo para os nossos padrões dá 10,2 km/litro.
Para quem é fã do diesel, uma má notícia: a F-150 até tinha um motor 3.0 V6 diesel, mas ele já saiu da linha nos EUA. Atualmente, apenas a F-250 Super Duty oferece motorização a diesel: nada menos que um V8 6.7 turbodiesel de 482 cv e colossais 145,17 kgfm de torque. Caso a “irmã maior” da F-150 seja vendida por aqui (o que não seria uma má ideia), ela brigaria com a Ram 2500, essa com um 6.7 Cummins turbodiesel de 6 cilindros em linha que rende 365 cv e 110,7 kgfm.
Com a confirmação da F-150 para o ano que vem, a picape grande será a topo de linha entre as caminhonetes vendidas no Brasil. Com isso, o catálogo da marca o oval azul ficará assim: Maverick Lariat FX4 (R$ 233.310), Ranger Limited 4x4 (R$ 314.350) e F-150 Lariat FX4, que se desembarcar mesmo nessa versão (e dependendo do pacote de equipamentos), deverá chegar com preço entre R$ 450.000 e R$ 500.000. A expectativa da Ford é que a F-150 seja líder na categoria, algo difícil de discordar com o cenário atual, onde o modelo é um dos mais procurados para a importação independente e a rival Ram tem até fila de espera.
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