Se antes da pandemia já estávamos comprando cada vez mais coisas pela internet, agora a demanda por este serviço disparou. Por isso, o segmento de furgões comerciais foi um dos mais resistentes à crise nos últimos anos, úteis para as entregas locais, que exigem agilidade em centros urbanos e capacidade de carga, que estão tornando tal mercado em algo promissor.
Tanto que a Ford também quer se juntar à categoria, apresentando agora o novo Transit em configurações furgão. A ideia é pegar uma fatia do mercado hoje dominado por modelos como Mercedes-Benz Sprinter, Fiat Ducato, o recém-renovado Renault Master e até mesmo o Iveco Daily. O Ford Transit furgão será oferecido, literalmente, em dois tamanhos: L2H3 por R$ 239.900 e L3H3 partindo de R$ 245.900.
O Transit furgão é praticamente o mesmo veículo que o Ford Transit Minibus lançada há pouco tempo. Da mesma forma, a versão de carga também é produzida pela Nordex no Uruguai, de onde o furgão chegará aos 100 pontos de venda atuais da Ford no Brasil. Todos já estão preparados para dar manutenção no Transit se necessário.
O Ford Transit furgão também traz sob o capô o mesmo conjunto mecânico da versão de passageiros. Trata-se de um 2.0 turbodiesel já dotado de tanque de Arla 32 para tratar as emissões. Ele é capaz de entregar 170 cv de potência e 39,7 kgfm de torque. A tração é traseira e a força chega lá por meio de um câmbio manual de 6 marchas.
A potência e o torque já são maiores que o do principal rival, o Mercedes-Benz Sprinter Street, que tem 150 cv e 34,7 kgfm. A vantagem vem em parte pelo turbo de geometria variável. Ambas as configurações do Transit furgão possuem um Peso Bruto Total (PBT) de 3,5 toneladas. Dessa forma, as duas podem ser conduzida por motoristas com CNH B. para segurar o carro, usa freios a disco nas quatro rodas, com rodas de 16 polegadas calçadas por pneus de medidas 235/65.
A diferença está no tamanho e na carga útil. O Transit furgão L2H3 (entre-eixos médio e teto mais alto) tem 10,7 m³ de volume útil e 1.222 kg de carga útil. Já o L3H3 (entre-eixos longo e teto mais alto) tem, respectivamente, 12,4 m³ e 1.181 kg. Nas medidas, são 2.800 mm de altura e 2.474 mm (com espelhos) de largura para ambas, com a versão menor tendo 5.531 mm de comprimento e 3.300 mm de entre-eixos, e a maior chegando por sua vez a 5.981 mm e 3.750 mm.
O "salão" do Transit furgão também é bem pensado, com ambas as configurações trazendo 4 pontos de iluminação e 10 pontos de amarração por meio de ganchos que vêm de série. As portas traseiras têm ampla abertura, chegando a praticamente encostar nas laterais quanto completamente abertas.
A porta lateral corrediça tem 1.300 mm de largura e 1.600 mm de altura quando aberta, enquanto as traseiras têm 1.565 mm e 1.987 mm, respectivamente. A área de carga tem 2.125 mm de altura, 1.784 mm de largura e 1.392 mm de largura entre as caixas de rodas. Na L2H3 são 3.044 mm de comprimento, enquanto a L3H3 tem 3.494 mm.
Assim como a versão de passageiros, o furgão de carga (com capacidade para 3 ocupantes) traz de série itens como ar-condicionado, central multimídia com tela de 8 polegadas, câmera de ré, modem integrado, atualizações via internet e conectividade via Apple Car Play e Android Auto. Na parte de segurança, tem controle de estabilidade, controle de torque em curvas, sistema anticapotamento, estabilização em caso de vento lateral, sistema que adapta os controles eletrônicos à distribuição da carga no carro e assistente de partida em rampas.
Com um modem integrado ao carro sem custo adicional, a Ford quis dar uma nova dimensão de conectividade ao Transit furgão. O sistema vai além de telemetria e atualizações remotas. De acordo com a empresa, o aplicativo Ford Pass permitirá o rastreio de diversos parâmetros, além do diagnóstico precoce de avarias.
Na central multimídia há um botão "0800". Ele pode conectar o motorista via telefone com um técnico e um engenheiro da Ford diretamente. No caso de uma luz acender no painel, por exemplo, a equipe pode avaliar se o carro pode seguir viagem, deve seguir para à oficina ou se é um caso para chamar um guincho. Além disso, ele também permite à Ford antecipar a demanda por peças de maneira regionalizada, adiantando a logística dos componentes, que agora são distribuídos a partir de um novo galpão dedicado na região de Cajamar (SP).
Em um trajeto de cerca de 15 minutos na Rodovia Anhanguera (SP), não dá para tirar muitas conclusões. Mas a Ford bateu tanto na tecla do conforto e do isolamento acústico aprimorados que eu esperava minimamente ficar impressionado com o Transit, mesmo com pouco tempo em mãos. E eu andei no Sprinter Street furgão há pouco tempo, então minha base de comparação ainda estava fresca.
E não é que impressiona mesmo? E começa antes mesmo de ligar o Transit. As grandes portas batem em relativo silêncio ao serem fechadas, sem aqueles estrondos de grandes chapas ecoando no salão. Entrando na cabine, há muito em comum com os finados carros de passeio da marca, sendo volante e central multimídia similares ao que tínhamos em carros como o Ka, por exemplo.
Mas vale ressaltar alguns cuidados com a ergonomia. Por exemplo: a porção superior do painel tem menos largura que a inferior. Dessa forma há 2 grandes porta-garrafas nas laterais e mais um abaixo da alavanca de câmbio. O banco do motorista tem encosto de braço e o do passageiro central pode virar uma interessante prancheta com mais 2 porta-copos quando o encosto é abaixado.
Saindo com o Transit, o silêncio a bordo realmente impressiona. Os ouvidos não percebem que estamos em um furgão praticamente vazio. Com o turbo de geometria variável, o furgão acelera muito bem até os 100 km/h, que foi o que deu pra fazer no trajeto curto. Esperta nas respostas e com engates curtos e precisos no câmbio, só dá para perceber que é um furgão nas curvas, quando os 2,8 metros de altura se fazem presentes. O único porém fica para a caixa de roda dianteira, bastante intrusiva na área dos pedais e muito alta para servir de pedal de descanso.
Os preços do Ford Transit furgão estão competitivos nesta categoria de vans de carga urbanas e que são conduzidas com CNH B. A tração traseira já é vista no Mercedes Sprinter e no Iveco Daily, mas o Transit chega com uma usabilidade muito mais próxima de um carro, um pacote de itens de segurança recheado e uma conectividade que ainda não tem equivalente no mercado.
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