Ainda no evento de lançamento da Frontier 2023, a Nissan aproveitou para fazer um novo anúncio de investimento para a região. Em uma apresentação nesta quarta-feira (6), a marca japonesa afirmou que fará um aporte de até US$ 250 milhões (R$ 1,1 bilhão) na sua fábrica brasileira localizada em Resende (RJ). O montante será usado para ampliar o complexo e prepará-lo para produção de novos produtos.
A meta da marca é ousada: ser uma das três mais vendidas na América do Sul. Guy Rodríguez, presidente da Nissan América do Sul, disse que a presença da marca na região cresceu mais do que no resto do mundo, subindo 19%. Com exceção do Brasil, onde cresceu apenas 6%, manteve bom resultado nos mercados vizinhos. As vendas na Argentina cresceram 26%, enquanto no Peru o aumento foi de 79%.
O investimento de US$ 250 milhões será usado para produzir novos modelos em Resende e uma “atualização de produto”, embora os executivos não tenham dado mais detalhes, nem mesmo quando o investimento terá início e qual será o prazo. Enquanto isto não acontece, a Nissan reestabeleceu o 2º turno da linha de montagem do Kicks e prepara o mesmo para o complexo em Santa Isabel para a picape Frontier, iniciando a exportação da caminhonete para Chile e Colômbia até o fim do ano.
Por falar na picape, a nova Frontier inicia uma mudança na estratégia da Nissan. A partir do seu lançamento, a nova fase da marca no país apostará em veículos mais seguros, algo que a caminhonete já mostra por trazer 6 airbags de série e o pacote Safety Shield nas versões mais caras, com frenagem automática de emergência, sensor de ponto cego, assistente de permanência em faixa e outros. Apesar disso, a empresa não indica o que podemos esperar exatamente para os próximos anos.
E quais são os planos da Nissan para os próximos anos? Os executivos não falaram nada a respeito. Sabemos que o sedã Sentra finalmente chegará ao país, como dito anteriormente por Airton Cousseau, presidente da marca no Brasil, desembarcando até o final do ano fiscal 2022 (ou seja, até abril do ano que vem).
Ashwani Gupta, diretor operacional da Nissan, ainda falou sobre a eletrificação e o compromisso de entregar carros mais "limpos". Apesar disso, não confirmou nenhum carro para o país. O Ariya, SUV elétrico que já figurava nos planos para o Brasil, foi mostrado durante esta apresentação e Gupta disse apenas que o utilitário é "o flagship da Nissan em eletrificação". Antes a Nissan também falava muito sobre o sistema híbrido e-Power para o Kicks, que foi adiado diversas vezes e segue sem uma data para chegar às concessionárias brasileiras.
A situação da Nissan é um pouco misteriosa. Em maio do ano passado, a Aliança Renault-Nissan anunciou uma nova estratégia global, determinando que as duas fabricantes passariam a compartilhar plataformas inclusive no Brasil, com foco na CMF-B do Clio. Na ocasião, a ideia seria que a Renault desenvolveria os carros do segmento B e a Nissan faria as suas versões derivadas. O comunicado até dizia que a arquitetura CMF-B seria usada para todos os carros e que seria usada em 7 carros.
Porém, muita coisa mudou desde então. A própria Renault descartou a ideia de ainda ter um hatchback, abandonando os planos da nova geração de Sandero e Logan para focar em carros mais refinados e caros. Se a ideia é a Nissan seguir o que a Renault fizer e, com a declaração de ter veículos mais seguros, parece que a fabricante japonesa também não olhará mais para o segmento de entrada. E isto pode significar que a ideia de vender o Magnite, mini-SUV derivado do Kwid, pode ter sido cancelada.
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