As vendas de motocicletas caíram mais de 17% em fevereiro na comparação com janeiro. A indústria de duas rodas, porém, não está tão mal quanto os números sugerem. Com 74.065 novos emplacamentos no mês passado, o mercado cresceu quase 29% ante as 57.428 motos emplacadas em fevereiro de 2021.
Agora, os dados divulgados pela Abraciclo mostram que a indústria de motocicletas nacional está se preparando para continuar a crescer. A associação, que reúne as principais fabricantes nacionais de motos, informou que, no mês passado, suas associadas produziram 107.046 unidades. Isso representa um crescimento de 28,1% sobre as 83.543 unidades fabricadas em janeiro.
Ainda na comparação com fevereiro do ano passado, quando somente 58.014 motocicletas saíram das linhas de montagem brasileiras, o crescimento chegou a 84,5%. Com isso, a Abraciclo afirmou que o setor teve o melhor mês de fevereiro desde 2015.
Além disso, no acumulado do bimestre, já foram produzidas 190.589 unidades. De acordo com a Abraciclo, o volume é 70,7% superior ao registrado no mesmo período do ano passado (111.645 motos). A marca de 190 mil unidades havia sido alcançada no primeiro bimestre de 2020, antes da primeira onda de Covid-19 no país, quando foram produzidas 194.734 motocicletas.
Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, afirma que a produção de motocicletas está em ritmo de retomada. “No primeiro bimestre de 2021 tivemos grandes dificuldades devido a segunda onda da pandemia em Manaus. Já em janeiro deste ano, a variante Ômicron afetou o ritmo da produção. Agora, a tendência é de evolução e crescimento para atender a demanda”.
No entanto, o executivo ainda informou que a indústria segue em crescimento com cautela: “Seguimos atentos, no entanto, em relação às instabilidades globais e suas consequências econômicas, que podem afetar os fluxos logísticos, o fornecimento de insumos e a produção de motocicletas”. Vale lembrar que a Yamaha anunciou recentemente a redução da produção em Manaus (AM) exatamente por conta de tais dificuldades.
Fermanian informou que a indústria ainda tenta se adequar à forte demanda: “o consumidor tem na motocicleta uma alternativa de deslocamento ágil e seguro, com menor custo de manutenção e que pode ser utilizado como instrumento de trabalho ou lazer. Além disso, o fator economia de combustível está levando muitos consumidores a optarem pela motocicleta no dia a dia”, explica.
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