Controlador de marcas importantes como Jeep, Fiat, Peugeot e Citroën, o grupo Stellantis tem demonstrado preocupação com a escalada de preços vivida nos últimos anos pela indústria. Em entrevista recente concedida ao The Detroit Bureau, o CEO da companhia, Carlos Tavares, expressou temor pelas altas constantes e pelos consequentes impactos gerados ao consumidor em termos de poder de compra.
“Estou muito preocupado com a questão do acesso do público aos veículos, algo que tem se tornando um sério problema à medida que as pressões inflacionárias aumentam", explicou. Tavares falou sobre os vários fatores que têm elevado o preço dos carros novos nos últimos anos, especialmente a contínua escassez de semicondutores e os consequentes cortes de produção.
Além disso, mostrou preocupação com os custos das matérias-primas, que já estavam altos em razão dos impactos da pandemia e subiram ainda mais nas últimas semanas após a guerra em curso travada entre Rússia e Ucrânia. O problema afeta em particular produtos como aço, alumínio e níquel.
O CEO disse ainda que, apesar da ambiciosa estratégia de eletrificação da empresa, no curto e médio prazos veículos elétricos continuarão custando mais caro que modelos equivalentes movidos à combustão. Reconheceu que não pode repassar esses aumentos aos consumidores e que “as classes médias não seriam capazes de comprar carros novos”, se assim o fizesse. Por conta disso, a ordem é encontrar novas maneiras de reduzir custos.
Nesse sentido, a empresa planeja reduzir gastos principalmente em áreas como marketing e logística. Segundo Tavares, os dois setores representam cerca de 30% do preço de um veículo novo. Já no longo prazo, a meta é lançar elétricos cada vez mais acessíveis e intensificar essa estratégia pelos próximos 8 anos.
Fonte: The Detroit Boreau
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