No ano passado a Comissão Europeia decretou o fim dos carros a combustão para 2035 na Europa, ou seja, uma medida radical para daqui 13 anos. Isso significa que somente veículos elétricos poderão rodar no velho continente, mas de acordo com o CEO da Stellantis, Carlos Tavares, a pressão por veículos 100% elétricos e livres de emissões não se trata de uma pressão das montadoras para essa nova fase de mobilidade, mas sim dos políticos.

De acordo com o site Automotive News, o CEO da Stellantis afirma que a estratégia da Comissão Europeia de dar fim aos motores a combustão em 2035 para adotar os carros 100% elétricos de vez é uma escolha política que traz riscos ambientais e sociais. Nas palavras de Carlos Tavares, "a brutalidade dessa mudança cria risco social”. Por conta do prazo para a ‘virada de chave’ de motores de combustão interna para a propulsão elétrica, as montadoras estão sendo forçadas a transformarem rapidamente suas fábricas e cadeias de suprimentos para atender às novas regulamentações do governo.

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Algumas fabricantes até já dão alguns prazos para fazer a transição para modelos elétricos, à exemplo da Chyrsler pertencente ao grupo Stellantis, que será exclusivamente elétrica em 2028. Outro exemplo é a Renault, que venderá apenas veículos livres de emissões na Europa em 2030 – cinco anos do prazo final para a abolição dos carros a combustão no velho continente.

Apesar da corrida das montadoras para se adequar as regulamentações na Europa e aderir à eletrificação, o CEO Carlos Tavares prometeu anteriormente que não fecharia nenhuma fábrica na Europa, embora tenha revelado também que a Stellantis “precisaria permanecer competitiva” em uma entrevista recente. Essa citação foi direcionada também aos custos de produção na Itália, que foram "significativamente mais altos, às vezes o dobro das fábricas em outros países europeus", principalmente devido aos preços "exorbitantes" da energia no país.

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O manda-chuva do grupo Stellantis também ressaltou que existem maneiras melhores de reduzir as emissões de carbono e ainda mais baratas e rápidas do que fazer a transição para veículos elétricos. “Dado o atual mix energético europeu, um carro elétrico precisa percorrer 70.000 quilômetros para compensar a pegada de carbono da fabricação da bateria e começar a alcançar um veículo híbrido leve, que custa metade do preço de um modelo 100% elétrico”, disse Tavares. Em poucas palavras, o executivo considera que os híbridos leves são mais baratos para os consumidores comprarem, e também menos caros para as montadoras projetarem e fabricarem.

Apesar dessas declarações do CEO da empresa, a Stellantis anunciou em 2021 um investimento de US$ 35 bilhões em veículos elétricos até 2025, com todas as 14 marcas do portfólio sendo preparadas para vender veículos totalmente elétricos. Marcas do grupo como Alfa Romeo e Lancia se tornarão bastante eletrificadas já em 2027.

Vale destacar que a Stellantis fará um anúncio no dia 1º de março, quando revelará um novo plano estratégico de longo prazo. Certamente depois desta data teremos mais detalhes sobre os planos voltados à eletrificação da empresa para os próximos anos que virão.

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